Novas ‘torres gêmeas’! Dupla do Barueri sonha em repetir sucesso de Fabiana e Thaisa nas quadras
Destaques na Superliga, Lorena e Diana persistiram em busca do sucesso, fortaleceram a amizade nas categorias de base e agora começam a ocupar espaço na Seleção Brasileira
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A era mais vitoriosa da Seleção Brasileira feminina de vôlei, que teve como pontos altos as conquistas dos ouros olímpicos em Pequim-2008 e Londres-2012, teve como pilares no meio de rede Fabiana e Thaisa. A dupla deu adeus ao time verde e amarelo, mas ainda esbanja talento na Superliga, no Osasco/São Cristóvão Saúde e no Itambé/Minas, respectivamente, e inspira as novas gerações. As jovens Diana Duarte e Lorena Viezel, do Barueri, fortalecem o entrosamento, enquanto se atentam aos movimentos das veteranas.
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Aos 22 anos, as jogadoras foram destaques da conquista da medalha de ouro da Seleção Brasileira sub-23 nos Jogos Pan-Americanos Júnior, em Cali, na Colômbia, na última semana. Diana, inclusive, acabou eleita a melhor jogadora do torneio. Nesta quinta-feira, elas voltam as atenções para o time paulista, que encara o Brasília Vôlei, às 19h, no José Correia, em Barueri (SP), pela oitava rodada da Superliga.
Contratadas pelo técnico José Roberto Guimarães em 2019, elas chamaram a atenção pelo crescimento "relâmpago" nos últimos anos. Com pouco investimento, mas uma estrutura própria de qualidade, o treinador tricampeão olímpico e sua comissão técnica impulsionaram as jovens centrais para se firmarem entre as melhores da posição.
Diana, de 1,93m, e Lorena, de 1,90m, são consideradas atualmente as novas "Torres Gêmeas" do Brasil, como Fabiana e Thaisa eram conhecidas no passado. Amigas unidas pela persistência, cada uma com sua trajetória, elas se orgulham do papel que desempenham e sonham em repetir, ou superar, o que as veteranas fizeram pelo país, como grandes atacantes e bloqueadoras.
- Sempre fui disciplinada e isso facilitou na dedicação a cada treino e competição. Fazer dupla com a Lorena é muito bom, pois uma ajuda a outra. Esperamos representar muito bem a Thaisa e Fabiana futuramente. Nos dedicamos diariamente para isso. Cada uma pode se destacar igual ou diferente nos fundamentos, pois cada uma tem seu estilo de jogo - disse Diana, ao LANCE!.
- Trabalhar com a Diana é muito tranquilo e a nossa troca sempre foi muito boa. Nos ajudamos bastante, somos amigas há um bom tempo e vivemos as categorias de base quase ao mesmo tempo. Chegar a representar o que a Fabiana e a Thaisa fizeram, com certeza seria muito gratificante, e a resposta para todo o trabalho realizado. Treino muito. Minha vontade é de crescer e, um dia, me tornar um ótimo exemplo no meio de rede - afirmou Lorena.
As gigantes da nova geração sempre roubaram a cena pela altura. Diana nasceu em Barueri e sempre esteve próxima dos grandes olheiros. Em 2009, foi chamada para uma peneira no Grêmio Recreativo Barueri e acabou reprovada. Nem por isso desistiu e, dois anos depois, era federada, deixando para trás a insegurança pela falta de coordenação motora.
- Eu não conhecia nada de vôlei, pois o que me fez continuar a jogar foi a minha estatura e minha família sempre me apoiou em absolutamente tudo. O meu primeiro técnico foi o Serginho (Sérgio Braz), um cara que admiro e que tenho muito carinho. Foi ele que me ensinou todos os fundamentos. Creio que se não fosse por ele eu teria sido cortada do clube em 2012 por ser muito descoordenada na época, mas de alguma forma ele acreditou em mim - contou Diana, que estreou na Superliga em 2018/2019, pelo São Caetano.
Já Lorena é natural de Ponta Porã, município de Mato Grosso do Sul que faz divisa com Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Ela começou a jogar em 2012, nos tempos de escola, e mudou de colégio duas vezes para poder competir. Em 2013, fez viagens a São Paulo para disputar amistosos e despertou o interesse de São José dos Campos, onde foi federada. Depois, defendeu o Pinheiros nas categorias de base, até chegar a Barueri e à Seleção.
- Os professores de alguma forma me deram aquele empurrãozinho para estar aqui hoje. O Jadson e o Dido foram os paizões, os que me ajudavam quando não tinha como ir ou voltar para o treino ou para a escola, conseguiram bolsa de estudo no Anglo MAPPE, mandaram meu vídeo jogando para os técnicos daqui, foram atrás de peneiras, me trouxeram para São Paulo, fizeram de tudo para que eu e outras meninas tivéssemos alguma oportunidade. Eles e a minha família têm a minha eterna gratidão, por todo o apoio que eles me deram, com o pouco que tinham, sempre me deram todo o apoio - contou Lorena, que vê o ataque como ponto forte.
- Vejo o ataque como um fundamento mais tranquilo de fazer. Ainda preciso desenvolver alguns aspectos no bloqueio - avaliou a jogadora.
O Barueri é o sétimo colocado na Superliga, com três vitórias e quatro derrotas. O time começou a temporada sem patrocínio e só foi mantido na elite graças ao aporte de recursos do próprio Zé Roberto.
Em novembro, a equipe anunciou a chegada das marcas Veloe e Pede Pronto como novas apoiadoras. As dificuldades financeiras não desestimularam Lorena e Diana, que recusaram propostas de outros times para seguirem na equipe paulista. O Brasília, adversário desta quinta-feira, aparece em nono.
- Barueri é minha casa e onde descobri o amor pelo voleibol. Jogar nesse time que tenho tanto carinho é muito gratificante. Creio que tudo tem seu tempo e fiz a escolha certa em permanecer em Barueri. Não sei futuramente qual vai ser meu caminho, mas estou muito feliz no clube ainda mais com o time e a comissão que temos - afirma Diana.
Sua companheira de posição também garante que a identificação com o propósito do Barueri pesou na sua escolha de permanecer no grupo.
- O Barueri representa renovação e crescimento, duas coisas que foram e são motivação para essas duas temporadas que estou aqui. Estar em um cenário de pandemia nos deixou com bastante medo, mas saber que o Zé nos daria essa oportunidade, mesmo sem nenhum apoio, e um ano depois termos alcançado, com muita luta, apoiadores para o projeto é muito gratificante - disse Lorena.
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) celebrou a chance de dar bagagem à nova geração no Pan Júnior. A gerente de seleções da entidade, Julia Silva, adiantou que ampliar a bagagem internacional de Diana, Lorena e companhia é uma meta no radar para os próximos anos.
- Essa competição foi uma boa oportunidade de dar experiência às nossas atletas sub-23 e algumas mais jovens, o que faz parte do planejamento de desenvolvimento esportivo para os próximos ciclos olímpicos. A Lorena e a Diana são dois talentos, que participaram das Seleções de base do Brasil e vêm sendo observadas há algum tempo pelas nossas comissões técnicas. Fico feliz com o desenvolvimento delas e acredito que ainda vão dar muitas alegrias para o vôlei brasileiro - disse Julia.
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