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Unidas desde assinatura do contrato, sérvias embalam Vôlei Nestlé na final

Inseparáveis, Tijana Malesevic e Ana Bjelica são armas da equipe de Osasco para tentar bater Rexona-Sesc na decisão de domingo e conquistar o hexacampeonato da Superliga <br>

Tijana Malesevic e Ana Bjelica disputarão sua primeira final de Superliga amanhã, no clássico contra o Rexona-Sesc. E elas querem guardar boas memórias do Brasil Luiz Pires/Fotojump
Tijana Malesevic e Ana Bjelica disputarão sua primeira final de Superliga amanhã, no clássico contra o Rexona-Sesc. E elas querem guardar boas memórias do Brasil Luiz Pires/Fotojump

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Quem ousa separar as sérvias Tijana Malesevic e Ana Bjelica na rotina do Vôlei Nestlé? O time de Osasco, que disputa a decisão da Superliga feminina neste domingo, contra o Rexona-Sesc, às 10h, na Jeunesse Arena, no Rio de Janeiro, tem a união das atletas, estreantes na final, como um trunfo para tentar o hexacampeonato.

Malesevic, de 26 anos, é ponteira e conquistou o vice-campeonato nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, no ano passado (a equipe perdeu para a China). Bjelica, oposto de 25 anos, não foi convocada, mas tem passagens pela seleção de seu país. Antes mesmo do megaevento, elas receberam proposta para defender a equipe paulista e realizar o sonho de jogar no Brasil.

O “sim” ao técnico Luizomar de Moura, no entanto, só veio após muitas conversas entre elas, e com a certeza de que uma teria a companhia da outra para encarar uma vida nova no Brasil.

– Acho que, sem ela, eu nem estaria aqui agora (risos). Na verdade, antes de Tijana assinar o seu contrato, eu a liguei e conversamos. Eu esperei ela fechar primeiro. Nunca fiquei sozinha. Joguei na Turquia, mas era perto de minha casa. Conversamos muito. Ela me ajuda no vôlei, na vida e na cozinha. Queremos conquistar juntas o título – disse Bjelica, ao LANCE!.

Enquanto a oposto ainda se mostra tímida para falar português e concede entrevistas em inglês, Tijana se solta. Como já defendeu o Novara, da Itália, em 2015, a ponteira encontra maior facilidade, devido à semelhança das línguas. Ela conta que a presença da amiga tem ajudado a amenizar a saudade da família.

– Quando jogávamos na Europa, podíamos voltar às nossas casas nas folgas. Aqui, não. Sempre fazemos tudo juntas. Mas queria muito vir para cá. O mundo quer jogar no Brasil para poder evoluir. Sabia que as pessoas aqui eram muito positivas. Ficamos oito meses e não sentimos o tempo passar – afirmou Malesevic.

As diferenças vão além. No esporte, Tijana tem como referência o atacante Ibrahimovic, do Manchester United. Já Bjelica admira mais o ex-jogador de basquete Dimitris Diamantidis. Na culinária, a primeira prefere salgado, enquanto a segunda é fã de doces. Mas, em quadra, o foco das atletas é um só: subirem, juntas, no topo do pódio na final de domingo.

O Vôlei Nestlé tenta voltar ao topo do pódio da Superliga após cinco anos. Rexona é o atual tetracampeão.

BATE-BOLA
Tijana MalesevicPonteira do Vôlei Nestlé, ao LANCE!

‘Penso em passar antes de atacar’

Como tem lidado com a pressão de defender um time de tradição?
Não sinto pressão. É algo de minha personalidade. Cheguei aqui como passadora, ao lado da (Camila) Brait. Depois, penso em atacar. Nossa torcida é muito forte, mas sinto a cobrança como apoio. Eles nos ajudaram a ganharmos todos os jogos que disputamos em nossa casa.

Qual foi a importância de ter a Ana perto de você na equipe?

Nós somos amigas há mais de cinco anos. Aqui, fazemos tudo juntas, como irmãs. Foi muito importante tê-la aqui.

Acha que as sérvias podem ser um diferencial na decisão?
A rivalidade entre Rexona e Nestlé vem de muito tempo. O que posso trazer é meu espírito. Pessoas da região balcânica são tão emocionais como os brasileiros. Estamos unidas.

BATE-BOLA
Ana Bjelica Oposto do Vôlei Nestlé, ao LANCE!

‘Não acho que faremos a diferença’

Você começou a Superliga como reserva da Paula Borgo, mas assumiu a posição. O que mudou?
O problema é que, antes de desembarcar aqui, fiquei dois meses de férias, sem pensar em vôlei. Não fiz nada no período. Foi um erro, é claro. Mas já conhecia o técnico e tudo parecia bom para eu vir. No início, tentei dar meu melhor, mas não joguei tão bem. Depois de dois meses, comecei a ajudar mais o time. Minha confiança chegou a um nível mais alto e, agora, espero continuar assim.

Acha que as sérvias podem fazer a diferença na decisão amanhã?
Todo mundo espera que o Vôlei Nestlé esteja na final na Superliga. Na semifinal, brigamos até o fim e jogamos muito bem contra o Praia Clube. Não acho que nós possamos fazer a diferença. O time é muito bom.

Com a palavra

Estilo sérvio favoreceu a adaptação

Luizomar de Moura
Técnico do Vôlei Nestlé

Foi uma adaptação muito positiva. Eu já conhecia as duas jogadoras, principalmente a Ana, que havia sido adversária do Brasil nas categorias de base durante quatro anos. Em 2009, a geração da Bia, nossa central, fez final contra a dela, na Tailândia. O vôlei sérvio é parecido com o brasileiro, com muita tática e velocidade. Eu sabia que, taticamente, seria fácil para elas. E compraram a ideia. Tem algumas diferenças. No Brasil, treina-se mais, mas elas se adaptaram. Para uma estrangeira, a distância e a saudade de casa pesam, mas o nosso grupo conseguiu acolher bem as duas.

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