Atlético-MG admite que fez ‘pacotão’ de reforços pensando em economia
Segundo o presidente do clube, Sérgio Sette Câmara, algumas contratações foram feitas na condição de vir "só pelo salário', pelas dificuldades financeiras do clube no momento
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Um dos pontos mais questionados pelo torcedor na temporada do Atlético-MG, a contratação de reforços de qualidade duvidosa, foi esclarecida pelo presidente do clube, Sérgio Sette Câmara, que admitiu ter pensando mais na economia do que no bom futebol dos atletas contratados.
Nomes como Leandrinho, Nathan, Denilson, Terans, Rea vieram para o clube sem custo, apenas recebendo os salários. O único jogador que teve custo para o clube foi o atacante Chará, que foi comprado por 10 milhões de reais junto ao Junior Barranquilla da Colômbia.
Sete Câmara justificou que o momento financeiro do clube exigia apostas em jovens para que se enquadrassem no patamar financeiro do Galo.
- Formar um time competitivo demanda também você ter uma saúde financeira boa. Isso eu não encontrei quando assumi. Todas as contratações, com exceção do Chará, foram contratações feitas na base do “vem pelo salário”, porque efetivamente não tínhamos dinheiro para contratar. O que resumidamente foi feito aqui, dentro das condições, foi utilizar desse expediente de buscar jogadores que não nos trariam um desembolso financeiro muito grande. E alguns eram apostas, mas que o Atlético-MG fez pequeno investimento e poderiam trazer retorno financeiro. Alguns dão certo, outros não. Não tenho bola de cristal, disse o presidente, que se defendeu mostrando que houve acertos nas contratações feitas em 2018.
- Quando o Róger Guedes veio para cá, muita gente criticou que estávamos abrindo mão do Marcos Rocha por um jogador que não estava entregando nada no Palmeiras, e que o início aqui foi complicado. Chegou-se a falar até em saída dele, mas eu botei a mão e disse que eu trabalhei pessoalmente para trazer o jogador. O jogador veio sem passe fixado, mas o Alexandre Mattos ,diretor de futebol do Palmeiras, disse que o Internacional e o Fluminense aceitariam daquela maneira, ou eu pegaria assim ou não teria o jogador, eu optei por pegar. E graças a Deus fiz isso. A gordura que criamos com ele nós queimamos no segundo semestre. O Emerson é um jogador que talvez poucos tivessem acompanhando. Poucos achavam que poderia chegar aqui e vestir a camisa do Atlético. Poderia dar certo ou não. Um jogador que adquirimos inicialmente um percentual menor e mais recentemente negociei com a Ponte Preta um outro percentual. O Atlético tem 63% e ele está sendo observado por clubes de fora. Foi um bom investimento. Outros nós erramos. Faz parte. A gente é bem intencionado, sou uma pessoa honesta.
Herança sem recursos
Sette Câmara não apontou nenhum culpado diretamente, mas afirmou que recebeu o clube em situação complicada na área financeira, que segundo ele, é herança de várias administrações que passaram pelo Atlético-MG.
- Apesar das dificuldades financeiras que encontramos no clube - não é que tenha vindo do Daniel Nepomuceno, do Alexandre Kalil ou do Ricardo Guimarães. Determinei que se fizesse uma auditoria no clube este semestre, porque recebi o Atlético-MG em uma situação delicada, e os números apresentados foram preocupantes. Eu já disse isso no Conselho, encomendei um trabalho para poder apresentar, provavelmente na próxima reunião do conselho, no final de novembro. Vou tentar achar soluções para que a gente possa colocar o Atlético nos trilhos, no ponto de vista financeiro, explicou. .
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