O presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, foi incisivo sobre possíveis insatisfeitos com a redução de salários, na casa dos 25% dos vencimentos dos funcionários,a atletas e comissão técnica. Ele explicou a medida admitindo que se trata de algo complexo de lidar com neste momento.
- Tomamos esta medida depois de muita conversa com nossa equipe econômica, com nossos parceiros, diretoria, presidente do conselho. Entendemos que essas medidas são necessárias para a preservação da nossa instituição, que possa passar por este período de dificuldade que vai se perdurar por um bom tempo. Então, pensando no Clube Atlético Mineiro, tentando salvaguardar a maioria dos empregos e dando uma condição digna para nossos trabalhadores, é que nós então chegamos a conclusão de que essa seria a melhor decisão que vai salvaguardar a nossa instituição por este período de quarentena- disse à rádio Itatiaia o dirigente, que também comentou que a decisão teve embasamento legal, como prevê a CLT(Consolidação das Leis Trabalhistas).
- A gente entende que há embasamento legal para esse redutor de 25%, é discutível, mas quero crer que muitos clubes vão tomar medidas com base nessa nossa decisão. Do contrário, é de viver situação crítica e de nem terminar o ano - comentou.
Quem fez a ponte entre o clube e o elenco de jogadores foi Alexandre Mattos, diretor de futebol, que foi o responsável por conversar com os jogadores.
- A gente vinha fazendo as análises e passando para o Alexandre Mattos. Ele vem mantendo diálogo com os atletas, explicando o ponto de vista da direção do clube. Alguma coisa tinha que ser feita. Caso não fizéssemos, em questão de tempo a gente ia deixar de pagar os salários. A gente tentou uma equação para que o clube permanecesse em condições mínima para passar essa crise.
Explicações e possibilidades de demissões no Galo
Sérgio Sette Câmara explicou como será feita a redução nos salários dos colaboradores atleticanos.
- Vou te dar um exemplo, a pessoa ganha R$ 6 mil, então o R$ 5 mil não mexe. O R$ 1 mil que ele ganha a mais vai sofrer uma redução de 25%. O que o Galo vai fazer em relação a todos os funcionários? Mês de março, CLT, estamos em dia com o pagamento de salário, mês de março, CLT, vamos pagar normalmente. A imagem, que vence dia 20, nós vamos pagar também integralmente, e as férias, que foram dadas aos jogadores de 20 dias, também serão pagas integralmente. Essas não têm desconto, a partir do dia 21 que essa regra começa a valer - afirmou à rádio 98FM.
De acordo com o mandatário alvinegro, 77% dos funcionários não sofrerão com a redução, mas haverá chances de demissões para quem não aceitar a redução de salários que pode aliviar o caixa do clube.
- Nós temos que passar por essa crise sem deixar o Atlético destroçado financeiramente e ao mesmo tempo preservando a grande maioria dos empregos. Esta medida será a partir dos R$ 5 mil e não atinge 77% dos nossos colaboradores-disse, para comentar sobre as possíveis demissões.
- Em primeiro lugar, eu penso em defender o clube, eu não fico muito preocupado se o atleta chiou ou não chiou, se o funcionário chiou ou não chiou. Se alguém tiver insatisfeito, pode me comunicar que a gente faz o desligamento, não tem problema nenhum. O que eu tenho que defender em primeiro plano é o Clube Atlético Mineiro - salientou o presidente, que confirmou a saída de funcionários nos clubes de lazer, Vila Olímpica e na Cidade do Galo.
- Infelizmente, nós vamos ter que fazer alguns ajustes também na nossa folha com algumas pequenas demissões. Não tem jeito, a gente tem que ajustar, e essa medida foi muito estudada, pensada, discutida com pessoas de alto nível -concluiu.