Vice do Galo critica Romeu Zema por não assinar carta contra Bolsonaro
Lásaro Cândido se manifestou em sua conta no "Twitter" contra a não inclusão de Minas Gerais em carta de apoio ao Congresso e repúdio às declarações do presidente do Brasil
O vice-presidente do Atlético-MG, Lásaro Cândido, se posicionou sobre a não assinatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, da carta de protesto de chefes do Executivo dos estados de apoio ao Congresso nacional e contra as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que vem criticando parlamentares durante a pandemia do novo coronavírus.
Lásaro publicou no seu Twitter uma fala de repúdio a Zema por não ter posicionado o Estado de Minas Gerais contra possíveis ações do governo em ataques às instituições.
- Os estados somados formam a União, sendo MG um dos expoentes. A recusa (do governador) injustificada de adesão à luta democrática comum, neste lamentável estágio da vida nacional, expõe o vazio da representação do “Novo” como liderança regional e expõe os mineiros a um nível chocante da nossa história - postou Lásaro.
Romeu Zema foi um dos sete governadores brasileiros que não assinaram a carta que continha um teor de protesto contra o governo federal e dava apoio aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Além de Zema, não assinaram os seguintes governadores: Ratinho Júnior (PSD-PR), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Antonio Denarium (PSL-RR), Wilson Miranda (PSC-AM), Gladson Cameli (PP-AC) e Coronel Marcos Rocha (PSL-RO). Confira a carta no fim do texto.
Zema justificou a não assinatura como um ato que não deve ter interferência dos governadores estaduais em atos federais.
- Pessoal, por favor, não assinar uma carta não diminui meu apreço ou luta pela Democracia. Não sou a favor da volta do regime militar. Não consigo imaginar como, ainda hoje, um discurso contra a Democracia possa ter eco. Defender a Constituição e as instituições é meu dever! - postou o governador mineiro.
A postura de Lásaro Cândido demonstra alinhamento com defesa das ações de combate ao coronavírus , com o isolamento social como principal arma, contrariando o governador de Minas e o presidente da república, que tentam flexibilizar a volta das pessoas às ruas de forma gradativa, contrariando a indicação de especialistas.
O futebol no estado está parado desde o dia 16 de março, quando a FMF determinou a suspensão do Mineiro até o dia 30 de abril. Um trabalho vem sendo feito pela entidade que comanda o futebol estadual para que a bola volte até junho, com os estádio vazios. Porém, ainda não há uma decisão concreta sobre o assunto.
Os estados somados formam a União,sendo MG um dos expoentes.A recusa injustificada de adesão à luta democrática comum,neste lamentável estágio da vida nacional,expõe o vazio da representação do“novo”como liderança regional e expõe os mineiros a 1 nível chocante da nossa história https://t.co/7sJ56oYhFk
— Lásaro Cândido (@lasaroccunha) April 20, 2020
Confira a íntegra da carta assinada pelos governadores:
"O Fórum Nacional de Governadores manifesta apoio ao Presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e ao Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, diante das declarações do Presidente da República, Jair Bolsonaro, sobre a postura dos dois líderes do parlamento brasileiro, afrontando princípios democráticos que fundamentam nossa nação.
Nesse momento em que o mundo vive uma das suas maiores crises, temos testemunhado o empenho com que os presidentes do Senado e da Câmara têm conduzido, dedicando especial atenção às necessidades dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios brasileiros. Ambos demonstram estar cientes de que é nessas instâncias que se dá a mais dura luta contra nosso inimigo comum, o coronavírus, e onde, portanto, precisam ser concentrados os maiories esforços de socorro federativo.
Nossa ação nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios tem sido pautada pelos indicativos da ciência, por orientações de profissionais da saúde e pela experiência de países que já enfrentaram etapas mais duras da pandemia, buscando, neste caso, evitar escolhas malsucedidas e seguir as exitosas.
Não julgamos haver conflitos inconciliáveis entre a salvaguarda da saúde da população e a proteção da economia nacional, ainda que os momentos para agir mais diretamente em defesa de uma e de outra possam ser distintos.
Consideramos fundamental superar nossas eventuais diferenças através do esforço do diálogo democrático e desprovido de vaidades.
A saúde e a vida do povo brasileiro devem estar muito acima de interesses políticos, em especial nesse momento de crise."