Advogado e especialista analisa possibilidade de SAF no Bahia
Luiz Henrique Martins Ribeiro comenta oportunidade de crescimento através do projeto<br>
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O Bahia tem negociado com o City Football Group, conglomerado proprietário do Manchester City, para mudar o modelo de administração da equipe para SAF. Os mandatários do Tricolor aguardam a proposta oficial para iniciar o processo de transferência do equivalente a 90% do controle de gestão onde, após receber o documento, o clube deve encaminhar o contrato para o Conselho Deliberativo e a assembleia de sócios para as respectivas aprovações.
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Segundo as informações disponíveis, o investimento do City Football Group será realizado em três fases. Logo no início do projeto, o Bahia receberia R$ 50 milhões onde, no fim da temporada, se o time conseguir o acesso para a Série A, será depositado mais R$ 150 milhões para o Campeão Brasileiro de 1959 e 1988. Por último, R$ 450 milhões serão pagos entre 2023 e 2024, totalizando a quantia acordada de R$ 650 milhões para a concretização do negócio.
Luiz Henrique Martins Ribeiro, advogado e ex-presidente do Tubarão-SC, um dos primeiros clubes-empresa do futebol brasileiro, comenta sobre a importância do modelo de SAF para equipes de caráter emergente:
- É um momento e um movimento muito interessante, em especial para os clubes médios brasileiros, porque poderão utilizar essa ferramenta como meio de alavancagem e crescimento. A SAF e essa nova legislação servem para modernizar o ambiente de negócios no futebol brasileiro.
- Vejo que há muito mais uma necessidade do que uma oportunidade em relação a transformação para SAF. Os clubes buscam equacionar as suas dívidas e não só isso, mas também uma gestão profissional, até porque a lei prevê isso. Além disso, é preciso cuidado com a questão orçamentária, com as cláusulas de saída caso o negócio não dê certo. Então é necessário que os clubes tenham uma boa assessoria jurídica, técnica-contábil e façam as diligências adequadas de quem irá fazer o investimento - alertou Luiz Henrique.
Diferente do que aconteceu com o Montevideo City Torque (Uruguai) e o Melbourne City (Austrália), o Bahia não passará por grandes mudanças no uniforme e na identidade visual. O nome da equipe também será mantido. Girona (Espanha) e Troyes (França) são exemplos de clubes que foram adquiridos pelo grupo de investimento e não sofreram com alterações drásticas.
O advogado, que presta consultoria para agremiações que pretendem migrar do modelo associativo para o empresarial, discorre sobre a mudança no poder das equipes.
- Com a SAF, passa-se a ter um dono, um responsável e aí essa figura muda, que pode servir tanto para o lado positivo quanto para o negativo, e esse cuidado tem que se ter, em especial nas regras de governança, compliance e de controle - concluiu.
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