ANÁLISE: Botafogo peca por falta de consistência e se despede da Copa Sul-Americana com gosto amargo
Alvinegro vira a página da competição com sensação de não ter mostrado seu potencial
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A instabilidade que o Botafogo apresentava em seu desempenho com sua equipe mista na Copa Sul-Americana deixou marcas em campo. Na derrota por 2 a 1 para o Defensa Y Justicia, da Argentina, na quarta-feira (30), os comandados de Bruno Lage viram momentos de desconcentração típicos de uma equipe sem entrosamento levarem ao fim do sonho do título continental.
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O confronto no Estádio Florencio Sola expôs 90 minutos de um Alvinegro que raramente tomou as rédeas do jogo e se viu dominado por um adversário disciplinado taticamente. O duelo que selou o fim de uma invencibilidade de 19 jogos traz suas dores, pelo potencial que o Alvinegro tinha na competição continental. Porém, o sonho do título brasileiro mantém a expectativa de que esta eliminação seja uma mera cicatriz.
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O empate em 1 a 1 no Nilton Santos havia sido um prenúncio de que o Alvinegro começava a ver sua luta na Sul-Americana sair dos trilhos. Após a partida na qual errou muitos gols em casa, o confronto em Buenos Aires trouxe um Botafogo que nos seus primeiros minutos se mostrava atordoado. A equipe se enrolava ao trocava passes e, gradualmente, via o Defensa y Justicia se impor em campo.
Com a marcação a cargo de Danilo Barbosa e Marlon Freitas e Tchê Tchê atuando como ponta, a equipe ficou confusa e em alguns momentos "torta", ao atuar pela esquerda. Os mandantes aproveitaram para abrir caminho até o gol. Um lançamento encontrou Togni. Di Plácido partiu para a bola mas, de maneira hesitante, foi driblado e viu o adversário fazer o cruzamento. Nicolás Fernández aproveitou e abriu o placar, em lance no qual a falta de concentração rendeu um leve desvio em Cuesta.
A etapa inicial era picotada e não trazia grandes emoções. O Defensa y Justicia se fechou nos contra-ataques e permitiu que os alvinegros tivessem uma certa melhora. Em seu melhor momento, a equipe de Bruno Lage encontrou atalhos pela esquerda e assustou em jogadas com Luis Henrique e Marçal. Posteriormente, Lucas Fernandes abriu caminho e um lance foi costurado até Tchê Tchê sofrer falta. Nos acréscimos, o próprio Lucas Fernades cobrou falta, a bola raspou nas costas do goleiro Bologna e parou na rede, em lance confirmado pelo VAR.
O técnico Bruno Lage tentou ajustar a equipe para deixá-la incisiva. Mateo Ponte teve um início promissor ao ser lançado no lugar de Di Plácido. O uruguaio recebeu passe e por um triz não completou diante do goleiro. Matías Segovia e Gabriel Pires também tiveram momentos promissores assim que entraram em campo.
Entretanto, o Alvinegro voltou a penar com a falta de consistência. Sem entrosamento e vendo atletas como Gabriel Pires e Matías Segovia aos poucos tropeçarem em erros, o Botafogo perdeu sua contundência. Enquanto isso, o Defensa y Justicia tornava a se consolidar e exigia Gatito Fernández em investidas com Solari e Togni.
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Até uma hesitação defensiva dar margem para cruzamento de Soto. Novamente, Nicolás Fernández surgiu livre para completar de cabeça, em movimento que Marçal e Cuesta observavam.
Por mais que batalhasse e chegasse a incríveis 61% de posse de bola, o Glorioso se resumia a cruzamentos fortuitos em busca de Carlos Alberto e Janderson ou em conclusões de fora da área. A bola passava por um triz e deixava a sensação de que a equipe, com um pouco mais de capricho e de entrosamento, podia ir mais longe na busca pelo título internacional. Problemas da falta de entrosamento e do desgaste do calendário.
Passado o fim da campanha na Copa Sul-Americana, o Botafogo deixa a certeza de que pode ir bem mais longe no Campeonato Brasileiro. Na partida em Buenos Aires, não estavam nomes como Lucas Perri, Adryelson, Eduardo e Victor Sá. A obstinação se volta para se consolidar de vez na liderança.
- É lamentar hoje e amanhã já pensar no Brasileirão e dar sequência. Viemos de uma vitória muito boa em casa e temos que manter essa pegada para continuar bem focados no Brasileiro - afirmou Victor Cuesta em entrevista coletiva.
A primeira derrota após 11 jogos sob o comando de Bruno Lage deixa seu trago de amargura. Mas, a partir do clássico diante do Flamengo, no sábado (2), o horizonte botafoguense torna seus olhos exclusivamente para o Brasileirão.
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