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Ao L!, coordenador diz que Botafogo vai observar jogadores em favelas e torneios de futsal: ‘Onde tiver futebol nós teremos olheiros’

Ao LANCE!, Everson Rocha, novo coordenador de captação do Botafogo, dá detalhes sobre plano a curto prazo e que clube vai focar atenções em torneios amadores do Rio de Janeiro

Botafogo - Captação
imagem cameraEverson Rocha [segundo da esquerda para direita] é o novo coordenador de captação do Botafogo (Foto: Vítor Silva)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 04/10/2022
22:28
Atualizado em 05/10/2022
05:00

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O Botafogo está se reestruturando desde a 'base da pirâmide' para viver uma nova realidade. O clube nunca teve uma equipe de scout e análise de mercado tão grande como agora. Everson Rocha, coordenador de captação do Glorioso há praticamente três semanas, faz parte deste novo cenário.

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Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o profissional, que tem o trabalho exclusivamente voltado ao que corresponde as categorias de base, deu detalhes sobre os planos do Botafogo a curto prazo e afirmou que o planejamento passa por, primeiro, mapear totalmente o potencial do Rio de Janeiro.

- Nós estamos dividindo por fases. As primeiras fases obviamente começaram no profissional e agora estamos chegando na fase da captação. A gente vai aumentar a equipe, vamos para seis observadores ainda com um olhar no estado do Rio. Fizemos um estudo recente e é muito grande o número de jovens com idade para iniciar uma carreira de atleta e a gente precisa ter a garantia que todos os talentos foram vistos. Estou falando de um milhão de jovens. Estamos identificando os projetos. Já temos números e contatos. Após esse mapeamento, vamos estender - afirmou.

- Primeiro temos que fazer a lição de casa, garantir que os melhores jogadores do Rio estejam aqui. Sabemos que aqui é um grande celeiro, não vai deixar de ser. Na Seleção temos seis (nascidos no Rio) indo para a Copa. Nós queremos ter essa identidade, como já tivemos com Garrincha, Didi e Nilton Santos no passado. Obviamente também queremos monitorar jogadores de outros estados. Vamos tentar corresponder essa exigência que vem sendo depositada dentro do Botafogo - completou.

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Para Everson, a observação de jogadores está além dos torneios 'regulamentados' de futebol. Tanto que uma das ordens já a curto prazo será criar redes de observação em campeonatos em favelas, escolas e a nível amador.

- Aqui no Rio nós estaremos em competições de futsal, torneios amadores, onde nós percebemos que existe população, independente da faixa (de idade), vamos criar projetos para aproxima-los. Vamos criar nossas próprias competições sem custos, para que os atletas possam ir com a possibilidade de mostrar talento. É claro que não vamos abandonar as competições mais importantes do Brasil, mas no estado do Rio estaremos muito presentes em competições amadoras, ligas de futsal, liga de escola... Onde tiver futebol nós teremos um olheiro para identificar talento - revelou.

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A rede de olheiros vai aumentar de forma exponencial, mas o foco inicial será o território fluminense.

- A médio prazo vamos estender isso para os outros estados de maneira ordenada. Temos olhar até para escolas de futebol que hoje é uma entrada de talentos, temos exemplos em vários clubes. Queremos ter esse braço em nosso olhar. É como se fosse a nossa mini-Alemanha, queremos ter vários núcleos espalhados estrategicamente para captar jogadores brasileiros e sul-americanos - explicou Everson.

MAIS DECLARAÇÕES DE EVERSON ROCHA

QUEM É E RELAÇÃO COM O FUTEBOL

- Eu comecei muito cedo. Como todos, o primeiro contato é sempre jogando. Agora, com a cabeça mais feita, a gente percebe que não tinha talento nenhum para isso (risos). Com 15 anos, tive a oportunidade de fazer um estágio no clube. Iniciei a carreira ali e ficou muito claro a carreira que eu gostaria de seguir, que era dentro da gestão esportiva. Em pouco tempo, estava trabalhando em um projeto de escolas no futebol brasileiro. Com 19 anos, entro na gestão das categorias de base, especificamente como supervisor de futebol, e começo a ter mais proximidade com o mundo do futebol. Com 22 anos, entrei num setor ligado ao departamento científico de futebol. Eu era o único profissional do clube que acompanhava todas as modalidades e fazia toda essa análise de vídeo. Eu fazia uma análise muito básica, e isso acabou sendo muito interessante para os próximos passos que eu dei na minha carreira.

FUNÇÃO NO BOTAFOGO
- O departamento de scout do Botafogo tem muita importância no processo estratégico. Dentro dessa estrutura que é coordenada pelo Alessandro Brito, o coordenador de captação está neste guarda-chuva e tem uma abrangência interessante no projeto do clube. Basicamente, minha função é coordenar a equipe de scout e buscar talentos que vão de acordo com os projetos do clube em curto e médio prazo.

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IMPORTÂNCIA DA BASE É VENCER OU REVELAR?
- Eu vejo como principal a gente buscar ter atletas no futuro do clube e revelar jogadores. É óbvio que a gente tenta propiciar um ambiente de desenvolvimento e uma cultura de vencedores. Mas, se fosse para escolher, obviamente seria entregar jogadores ao profissional, essa é nossa verdadeira missão.


MOTIVO POR TER ACEITADO TRABALHAR NO BOTAFOGO
- O projeto é algo que atrai. As instituições que possuem um projeto muito claro, conseguem alcançar seus objetivos. É importante ter objetivos claros , processos que as pessoas compreendam e planos que a gente consegue desenvolver. Em todas as entrevistas, o John demonstrou uma ambição muito grande no Botafogo. Isso realmente me atrai para trabalhar com esse propósito.


MODELO DE JOGO ÚNICO NOS TIMES DA BASE E PROFISSIONAL
- É muito importante essa identidade de jogo. Isso vai trazer muitos pontos positivos, tanto para o desenvolvimento do atleta, quanto para o aproveitamento do atleta na equipe principal. O desafio fica um pouco menor, porque você vai encontrar linguagem em muitos cenários que já era encontrado na base. Eu acho que isso conversa muito mais com o processo de desenvolvimento do que propriamente a característica do atleta. Obviamente, o atleta também precisa se adaptar a esse modelo para ele realmente se desenvolver dentro da instituição. O atleta muitas vezes não vai vim pronto, mas nosso objetivo é fazê-lo entrar nessa engrenagem.


ESTRUTURA DA BASE LONGE DO IDEAL
- Estrutura física é importante. Ela serve para utilizarmos muitos processos, mas não acredito que seja somente ela. Através de uma maior comunicação e organização, é possível suprir essa demanda. Eu sei que existe uma pressa muito grande para resolvermos essa situação. O próprio John e a alta direção já estão próximos de uma resposta satisfatória para resolver esse problema de vez.


RELAÇÃO COM OS TREINADORES DE BASE
- Eu tenho conversado muito com os líderes. Nós queremos dar oportunidade para que eles nos passem todas as informações, principalmente do perfil dos jogadores que eles encontraram. e entender as dificuldades, principalmente voltadas para área de captação. Nós já temos esse debate aberto com eles. No dia a dia, isso isso fica mais fácil.


TRABALHO DO LUÍS CASTRO
- A escolha do Luís não é por acaso. Eu pude perceber a visão do John já nessa numeração. É um profissional que tem alta capacidade metodológica e capacidade de olhar o futebol como um todo. Eu vejo isso com ótimos olhos. Já percebemos o impacto em relação a isso. A vinda do João já está tendo um impacto na estrutura da base. Isso é importante. Já tivemos contatos nestes últimos dias e vamos ter outros contatos programados.


PROJEÇÃO DO BOTAFOGO PARA 2027
- Eu gosto de trabalhar de forma qualitativa e quantitativa. Nós temos dois indicativos para melhorar: uma potência na base e grandes jogadores no profissional. Nossos indicadores de vendas sendo um dos maiores, títulos né, quem sabe uma Libertadores ou um Mundial, e sendo reconhecido como um clube vencedor.

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