Camilo admite sacrifício tático pelo sucesso do Botafogo: ‘À vontade, não’
Meia vem jogando pelos lados do gramado, enquanto Montillo atua mais centralizado. Camisa 10 não faz gol desde setembro, e o argentino ainda busca o primeiro pelo clube
O Botafogo avançou nas fases preliminares da Copa Libertadores, começou com vitória na fase de grupos e penou, mas está nas semifinais da Taça Rio e do Campeonato Carioca. Tudo dentro do planejado, tudo certo. Tudo certo? O êxito coletivo da equipe contrasta com a discrição individual de dois dos principais jogadores: Montillo e Camilo. O argentino mostrou evolução nos dois últimos jogos, e o camisa 10, que ainda busca retomar o destaque do ano passado, vem jogando pelos lados do meio-campo. E ele explica que está procurando se adaptar à necessidade do time.
- De repente, a cobrança que fazem é muito em cima de dois jogadores. Mas a gente joga no coletivo. Eu estou fora da minha posição, mais tático, aberto, para a equipe. Mas a gente vem tendo resultados, isso que é importante. Quando o meu gol sair, o do Montillo sair, o peso sai. O trabalho está sendo bem feito e a gente vai seguir em busca desses gols para tirar esse peso - diz.
Desde a contratação do argentino, discutiu-se funcionamento da dupla com um dos principais responsáveis pela arrancada contra o rebaixamento. No início da pré-temporada, eles treinavam lado a lado, num 4-3-2-1. Mas a lesão de João Paulo, a convocação de Camilo para a Seleção Brasileira e o excelente início de Rodrigo Pimpão, desde o amistoso de pré-temporada, mudaram os planos iniciais da comissão técnica.
Com Pimpão mantendo a forma e importante na Libertadores; e Montillo retomando o ritmo intenso após três temporadas no futebol chinês, coube ao meia contratado em 2016 deixar a função de articulador central para trabalhar pela direita. Mais recentemente, ele passou para o lado esquerdo, invertendo com Pimpão a posição inicial.
Camilo segue em busca do gol, que não acontece desde o sem-pulo contra o Cruzeiro, em 11 de setembro do ano passado. Porém, justiça seja feita, ele já participou diretamente de pelo menos três gols esse ano. Coincidentemente, os três em cobranças de escanteios do lado direito: contra Resende, Portuguesa e Nova Iguaçu. Ele procura minimizar, mas deixa claro que atuar como externo não é a sua especialidade.
- À vontade, não. À vontade a gente nunca se sente (nesta função). Mas é um papel que o Jair recorre para que eu possa fazer. Em alguns jogos têmos exito, a gente tenta se movimentar. Às vezes, quando ele (Montillo) sai, eu vou para a minha posição, no meio, no fim do jogo. O Roger e o Pimpão se movimentam, dão opções. Ao contrário do ano passado, quando jogávamos com três volantes, mais atrás, esse ano o ataque está sendo diferente. O ataque está tendo saldo positivo, no meu modo de ver - analisa Camilo.