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LANCE! na Jogada: Diretor do IBOPE avalia Botafogo S/A: ‘Modelo mais inteligente’

José Colagrossi, diretor-executivo do IBOPE Repucom, avalia que modelo de clube-empresa proposto pelo Alvinegro é o melhor possível

José Colagrossi
José Colagrossi é diretor-executivo do IBOPE (Foto:Reprodução)

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O Botafogo está nos passos finais para a profissionalização do departamento de futebol. O clube-empresa passa por um período de burocracia e pode entrar em vigor ainda em 2020. Porém, engana-se quem pensa que o Alvinegro vai virar um "novo Chelsea". José Colagrossi, diretor-executivo do IBOPE Repucom, explicou, ao LANCE! na Jogada, que existem diferentes tipos de clube-empresa.

- Tem o modelo europeu: um cara que chega, assina um cheque e compra um clube. Não acredito que isso vai acontecer no Brasil, pelo menos não nos clubes principais. O modelo que está no Congresso Nacional, que ainda não passou, eles têm outras preocupações no momento, é o que busca a transformação do clube associativo em uma gestão empresarial, que é o que o Botafogo S/A quer - analisou.

O economista entende que o modelo que o Botafogo propõe é o mais eficiente, já que vai separar a parte associativa da empresarial. Além disto, José entende que, justamente por esses moldes, a S/A não deve trazer mudanças significativas para o estatuto do Alvinegro.

- Para mim, a Botafogo S/A é o modelo mais inteligente. Eles querem manter o Botafogo de Futebol e Regatas como um clube associativo, nos moldes atuais, e esse clube vai licenciar os direitos e marcas do futebol em uma empresa por 30 anos. O clube continua com o basquete, remo, clube social e a empresa vai tocar o futebol. A contrapartida é que a empresa vai pagar a dívida que o Botafogo tem, acabando com o sufoco - afirmou.

- Esse modelo é mais simples de passar porque não é preciso realizar grandes mudanças no estatuto do clube. Agora, é preciso arrumar os investidores para que possa contribuir com esse volume de dívidas - completou.

Colagrossi deixa claro que um clube não precisa se tornar clube-empresa para ter uma gestão profissional - inclusive, dá exemplos de instituições no Brasil que se encaixam nisso. O economista, contudo, entende que o modelo empresarial é uma garantia que a instituição fugirá de qualquer tipo de risco.

- Existem outros modelos que não são de clube-empresa, mas levam à gestão. No futebol brasileiro, existem clubes com gestões eficientes. O Athletico-PR há 20 anos nem era o grande clube do estado e, a cada vez mais, exclusivamente por gestão, cresce fora e dentro de campo. Não é clube-empresa, mas é gerido de forma profissional. O Bahia é outro exemplo, está na segunda gestão profissional seguida. A diferença é que, no modelo associativo, a gestão eficiente vem quando uma chapa é eleita com esse compromisso, mas nada garante que a chapa seguinte manterá essa linha. É um modelo frágil porque depende de eleição. No clube-empresa, a escolha do CEO não é por eleição dos torcedores, e sim por uma escolha estudada - alertou.

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