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Encaixes defensivos do Botafogo são promissores, mas equipe ainda peca na questão física

Equipe comandada por Paulo Autuori faz bom primeiro tempo e encaixota Flamengo, mas mudanças feitas por Jorge Jesus e movimentação de Éverton Ribeiro matam Alvinegro

Elenco Posado - Botafogo
imagem cameraTime do Botafogo contra o Flamengo (Foto: Vítor Silva/Botafogo)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 07/03/2020
20:34
Atualizado em 08/03/2020
06:00

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O Botafogo perdeu para o Flamengo, mas nem por isto a atuação deve ser jogada totalmente fora. Apesar do resultado negativo do último sábado, no Maracanã, pela Taça Rio, a equipe comandada por Paulo Autuori teve 45 minutos iniciais de excelência. Tal contexto aconteceu porque o Alvinegro não permitiu que o Flamengo tomasse conta do campo ofensivo.

Paulo Autuori sabia que o Flamengo tomaria para si as rédeas do jogo e, por isto, adotou uma postura prontamente reativa. A novidade na escalação foi Marcelo Benevenuto atuando como lateral-direito. Em campo, eram duas linhas de quatro marcadores e Bruno Nazário e Pedro Raul com circulação livre no ataque. Luiz Fernando e Luís Henrique, os pontas, estavam bastante recuados.

Os dois homens mais à frente, inclusive, foram fundamentais para os 45 minutos de excelência do Botafogo. Na postura de pressão, Bruno Nazário ficava em cima de Renê com o objetivo de não deixar o lateral avançar em diagonal - uma jogada comum do Flamengo. Pedro Raul, por sua vez, pressionava Willian Arão, deixando Diego isolado no meio-campo, e Léo Pereira, o zagueiro com maior qualidade de saída de bola. Os encaixes individuais deram resultado e o Rubro-Negro tinha dificuldade de avançar.

As melhores chances do primeiro tempo foram do Botafogo, com Pedro Raul acertando a trave e Luís Henrique parando em defesa de Diego Alves. Na etapa complementar, uma mudança de posição feita por Jorge Jesus foi essencial: o português trouxe Éverton Ribeiro para atuar perto de Willian Arão, quase que na linha dos laterais.

Pedro Raul, que então marcava o volante rubro-negro, ficou com uma dor de cabeça por não saber o que fazer com a presença de mais um jogador no setor. Luís Henrique, o ponta daquele setor, estava "preso" com Berrío, improvisado na lateral e com forte chegada ao ataque. O Flamengo, portanto, controlou a marcação de pressão do Botafogo a voltou a tomar conta do meio-campo.

O foco do Botafogo, então, passou correr atrás do Flamengo. Antes, a equipe de Paulo Autuori tentava bloquear as ações do Rubro-Negro, mas tudo mudou com a mudança de posição com Éverton Ribeiro. Atrelado a isto, os jogadores do Alvinegro cansaram e, quando surgia uma oportunidade de contra-ataque, eles não conseguiam acompanhar. Era o cenário de pesadelo: time acuado, sem respostas para os ataques adversários e com atletas esgotados na questão física. Deu no que deu.

- Isso tem a ver com o Caio Alexandre e o Alex Santana. Nós pedimos para eles no intervalo que, dependendo da zona, esse homem do Flamengo (Éverton Ribeiro) teria que ser encostado mais. Mas isso é trabalho, não era hábito deles (atletas) e estamos tentando isso. Em alguns momentos do jogo, conseguimos, mas não é um comportamento nosso ainda. Nós queríamos, com Pedro Raul, Bruno Nazário e eles dois por dentro, fazer uma pressão na saída de bola no corredor central. O lado de fora ficava com o Luiz Fernando e o Danilo. Fizemos isso bem no primeiro tempo, mas temos que fazer disso uma rotina, criar um comportamento elaborado e não circunstancial - analisou Paulo Autuori.

Por mais que o 3 a 0 seja dolorido, o tipo de marcação do Botafogo por meio de encaixes individuais e a tentativa de isolar o principal criador de jogadas do Flamengo no primeiro tempo deu certo. Fica o alerta porque Paulo Autuori não apresentou respostas para o repertório montado por Jorge Jesus no retorno do intervalo.

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