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Especial 95: Bota, de drama superado a festa com riscos em aeroporto

Claudio Portella, autor do livro "95 - A Tua Estrela Brilha", conta que dupla de feras não se dava bem e detalha festa da torcida na asa de avião com turbina ainda girando

Botafogo - Especial título 95
Voo acima da lotação: retorno da delegação alvinegra após o título teve gente de pé  (Foto: Arquivo LANCE!)

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No dia 19 de agosto de 1995 começava a 24ª edição do Campeonato Brasileiro. O Palmeiras era o atual bicampeão do torneio e o Corinthians havia faturado a Copa do Brasil dois meses antes. Onze dias depois, o Grêmio conquistaria a Libertadores. No Carioca, o Fluminense, de Renato Gaúcho, desbancou a dupla Savio e Romário no ano do centenário do Flamengo, sagrando-se campeão estadual. Porém, quatro meses mais tarde, nenhum dos clubes citados anteriormente estava na final do Brasileirão. Poucos apostavam no Botafogo.

Em uma disputa completamente preto e branca, Botafogo e Santos decidiram qual alvinegro quebraria o tabu de nunca ter vencido o certame batizado desta forma desde 1971. Melhor para o clube carioca, que, com um triunfo no Maracanã (2 a 1) e um empate no Pacaembu (1 a 1), soltou o grito preso na garganta. Era a coroação de um time que passou por muitas dificuldades.

- O grande mérito daquela equipe foi ser o maior time que o Botafogo teve em termos de superação de adversidades. Poucas vezes, na história do futebol, uma equipe superou tantas dificuldades como aquele Botafogo. Tinha tudo para dar errado, mas deu tudo certo - disse Claudio Portella, autor do livro "95 - A Tua Estrela Brilha", escrito em parceria com Rafael Casé, que será lançado às 19h desta quinta-feira, em General Severiano, sede do Botafogo.

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Na época um menino de 13 anos, Claudio Portella hoje é jornalista dos canais Fox Sports e, por conta do livro, virou um profundo pesquisador das histórias do time de 1995. Ele destaca que muitos problemas rondavam o Glorioso.

- Os jogadores não recebiam salário. No início do campeonato, não tiveram uma preparação adequada. Caio Martins estava em reforma e era o mesmo campo em que eles jogavam. O capitão (o zagueiro Wilson Gottardo) não se dava bem com o artilheiro (o atacante Túlio Maravilha). O treinador (Paulo Autuori) era desconhecido, uma aposta, e chegou a ser barrado na porta do clube pois ninguém o conhecia. O camisa 10 (Beto, meio-campista) era um garoto de 20 anos, trocado por 50 pares de chuteiras. Se tinha uma desconfiança com o goleiro (Wagner), porque diziam que ele não enxergava à noite, o que foi uma brincadeira de mau gosto com ele. E o presidente (Carlos Augusto Montenegro) foi um dos grandes protagonistas. Fez muitas loucuras, mas, com tanto amor, que, no final, deu certo - resume Claudio Portella.


Com o troféu na bagagem, o retorno ao Rio de Janeiro após o jogo final em São Paulo transformou-se numa festa. E teve de tudo, inclusive loucuras e riscos.

- Quando o Botafogo chegou no Santos Dumont, completamente abarrotado de gente, as regras do aeroporto tiveram que ser alteradas por causa daquele voo. Tinha gente pendurada na asa, batendo na janela do avião. Além disso, o voo tinha partido de São Paulo com a capacidade além da permitida. Muita gente foi em pé e achando que o avião iria cair - conta Claudio.

Mas, para quem tinha acabado de conquistar um título histórico, o medo não era nada naquele começo de segunda-feira pós conquista.

- Era para parar no Galeão, mas o presidente pediu para ser no Santos Dumont. Quando o avião parou, a turbina ainda estava desligando e os torcedores já estavam na asa, uma coisa de louco. O mau estava de folga naquele dia, ainda bem - comentou Claudio Portella.

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