Propostas do Botafogo, demora e destaque: a saga de Rafael Navarro até o possível acerto com o Palmeiras
Alvinegro chegou a ter 'denominador comum' pela renovação, mas não foi à frente por estar passando por restauração interna; com gols na Série B, valorização aumentou
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Após mais de seis meses de negociação, a história envolvendo Rafael Navarro deve terminar com um final triste com o Botafogo. O camisa 99, um dos destaques da campanha na Série B do Brasileirão, se aproximou de um acordo com o Palmeiras e vai deixar o Alvinegro de graça após 31 de dezembro.
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O Botafogo sempre manifestou o interesse em renovar com o atacante, que fica livre no mercado justamente no fim de ano, e teve oportunidade para tal. Por uma série de razões, perdeu a chance quando pôde e, a partir da valorização do camisa 99 diante das boas atuações na Série B, não conseguiu.
A CHANCE DE OURO
Entre maio e junho, ainda na época do início do Campeonato Brasileiro, o Botafogo havia chegado a um "denominador comum" com o estafe de Rafael Navarro quanto a uma renovação. À época, a proposta o que os representantes do atacante pediram foi um salário de R$ 100 mil mensais mais bônus, algo considerado como positivo por Eduardo Freeland.
A questão é que esse também foi o período que o clube estava passando por uma "ordem de choque total" no sentido financeiro. Com a chegada de Jorge Braga, o CEO estava revendo todas as contas do Alvinegro, que não teve gastos adicionais neste período - que vem um pouco depois de quando 90 funcionários foram demitidos.
Como todas as decisões do Alvinegro são tomadas em conjunto e precisam de consenso de todas as pessoas da 'cúpula', o clube não assinou a renovação com Navarro por estar neste período 'irredutível' na revisão dos gastos.
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RESPOSTA VEM TARDE
Com o primeiro choque de ordem das finanças, a diretoria considerou que era necessário reforçar o time para a Série B e voltou a abrir os cofres - os atletas que chegaram pós-Estadual, inclusive, foram fundamentais para a campanha do acesso.
Não demorou muito para o camisa 99 virar titular do Glorioso, apesar das atuações irregulares da equipe no começo da competição. O jogador começava a 'aparecer' para o mercado e já alcançava um novo status do que outrora possuíra antes da bola rolar na Série B.
O Botafogo, porém, tentou reviver a antiga pedida dos empresários. A diretoria do Glorioso aceitou a primeira pedida do estafe, de R$ 100 mil mensais, quase dois meses depois da conversa. Logicamente, a coisa foi recusada porque os empresários já acreditavam que ele estava em outro patamar e valia mais.
NOVELA
Navarro empilhava gols e assistências dentro de campo, e a diretoria sabia que o valor dele aumentava um pouco a cada boa atuação. É aí que as negociações ganham contornos de novela.
O Botafogo seguia lá, firme, na busca por uma resposta positiva. A 'segunda rodada' de grandes negociações trouxe à tona um pedido de praticamente R$ 200 mil mensais por parte dos empresários. O Botafogo, diante do teto salarial, ofereceu R$ 150 mil. Aí, aparece algo fundamental na história: as luvas. O valor pedido pelo estafe de Navarro para receber no ato da assinatura era alto.
Faltando seis meses para o contrato acabar, clubes começaram a partir para cima de Navarro justamente pela possibilidade de contrata-lo sem custos. Essa foi uma das razões pelo qual o estafe do jogador pediu luvas tão altas - os times interessados, já que não precisariam pagar uma taxa de transferência, 'compensariam' nas luvas. O Anderlecht foi um dos interessados, mas não enviou proposta oficial.
NA MÍDIA
Aos poucos, os empresários de Rafael Navarro foram colocando na cabeça a ideia de que, financeiramente, não valia a pena ficar no Botafogo. Isso ficava claro a cada reunião, com o estafe sendo praticamente irredutível na pedida.
Uma entrevista de Eduardo Freeland à "BotafogoTV" no começo de setembro irritou o estafe. Na ocasião, o diretor de futebol do Alvinegro afirmou que o clube "aceitou uma proposta (de renovação) vinda deles (empresários)" e estava esperando um retorno.
O estafe entendeu que isso uma estrategia de tentar pressionar o jogador a aceitar a proposta do Botafogo, que estava abaixo daquilo que eles esperavam receber. Internamente, o CEO Jorge Braga também não gostou da declaração.
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MERCADO DE OLHO
Com um desempenho de 15 gols e nove assistências na Série B, Rafael Navarro foi um dos nomes mais falados do mercado da bola nos últimos meses. Livre no mercado e já com um pé fora do Botafogo, o clube não perdia a esperança da renovação, mas os empresários do atleta queriam novos ares e, principalmente, uma realidade e proposta financeiras melhores.
Navarro ficou perto de ir para o Minnesota United, dos Estados Unidos. O atleta chegou a aceitar a proposta da equipe da MLS, que enviou um representante ao Brasil já na reta final da Série B para concluir a operação. Nos últimos instantes, mesmo com viagem marcada, o camisa 99 recusou. O objetivo era atuar em uma liga de 'evidência'.
O Botafogo se animou com a recusa, na tentativa de convencer Navarro a ser 'o cara' da equipe na temporada 2022. O Alvinegro, para variar, esbarrou no valor das luvas. Como exercício de comparação. Navarro e os empresários embolsariam mais de R$ 7 milhões do Minnesota no ato da assinatura.
TORCIDA, ESFORÇO FINAL E POSSÍVEL SAÍDA
Com as notícias já em um tom negativo, a torcida entrou em evidência. Era comum ouvir gritos de "Fica, Navarro" vindos das arquibancadas após os jogos do Brasileirão, em uma tentativa de tentar fazer o jogador reconsiderar a ideia e renovar com o Botafogo.
Em vão. A cabeça dos empresários já estava definida e tinha Rafael Navarro fora do Botafogo. Nos últimos dias, o Alvinegro até ofereceu R$ 250 mil de salário para o jogador, extrapolando o teto, mas já era tarde demais. O projeto do Palmeiras, que o estafe gostou entendendo pela visibilidade e por oferecer um contrato de cinco anos, tem acerto encaminhado.
Uma série de fatores desenrolaram para um fim melancólico ao Alvinegro, que deve perder um ativo e um dos principais jogadores da equipe em 2021 a custo zero.
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