Botafogo tem pontos positivos na estreia de Chamusca, mas pouca criatividade do meio-campo preocupa
Alvinegro fica apenas no empate diante do Boavista, mas pouco tempo de treino traz poucas possibilidades ao técnico; trinca de meio-campo tem mínima interação
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Um empate sem gols. Foi assim que a temporada 2021 começou para o Botafogo, que não saiu do zero diante do Boavista, na última quarta-feira, na estreia de Marcelo Chamusca como treinador do Alvinegro. Além do resultado, o duelo trouxe pontos positivos, mas também erros de um passado recente.
Os defeitos podem ser considerados até mesmo uma consequência do pouco tempo de Chamusca como comandante do Glorioso. Anunciado há duas semanas, o técnico teve apenas três sessões de treinamento com o elenco antes da estreia. É difícil esquecer todos os movimentos da última temporada de uma só vez.
O processo é gradativo. Uma das principais características do Alvinegro diante da equipe de Saquarema foi a utilização dos lados do campo. Tanto os pontas, aparecendo na diagonal da área, quanto os laterais, avançando para o último terço, participaram ativamente da construção ofensiva do time.
O mesmo, contudo, não dá para dizer do meio-campo, principal ponto negativo do Botafogo no primeiro jogo de 2021. A trinca formada por Bruno Nazário, Rickson e Luiz Otávio teve um jogo abaixo do esperado como um conjunto. Isto, claro, resultou na dificuldade do Alvinegro em circular a bola no setor e depender de cruzamentos para assustar o goleiro adversário.
Não em termos individuais, mas o sistema do Botafogo no setor pouco se comunicou. Não à toa, os três jogadores trocaram poucos passes durante a partida em relação ao número total de interações do Alvinegro no jogo. Entenda:
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INTERAÇÕES DOS MEIAS DO BOTAFOGO CONTRA O BOAVISTA
• Bruno Nazário
para Luiz Otávio: 4 passes
para Rickson: 0 passes
• Luiz Otávio
para Bruno Nazário: 5 passes
para Rickson: 6 passes
• Rickson
para Luiz Otávio: 4 passes
para Bruno Nazário: 1 passe
O trio trocou, contando todos os casos de quem era o autor para o recebedor da bola, apenas 20 passes, o que ajuda a explicar a falta de criatividade do clube de General Severiano no Estádio Nilton Santos. Os números são do "Footstats".
Os próprios jogadores do setor não se comunicaram da partida e o Botafogo ficou totalmente dependente de jogadas pelos lados do campo. Para efeito de comparação, as interações totais entre Kevin e Warley, jogadores da direita, deram 25 passes; pela esquerda, Hugo e Ênio trocaram 11 bolas.
É utópico pensar que Chamusca, em apenas uma semana, daria uma cara completamente nova ao time do Botafogo, mas a ínfima comunicação entre o meio-campo é um dos principais conceitos que precisam ser corrigidos pelo treinador para a sequência do Carioca.
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