Botafogo tem volume no primeiro tempo, mas cai com substituições
Alvinegro vai para o intervalo vencendo por 1 a 0, cria para ter uma contagem maior, mas rendimento diminui na etapa complementar com a utilização de Gabriel Cortez de volante
A história se repetiu novamente. Assim como na partida contra o Flamengo, o Botafogo teve um primeiro tempo de excelência diante do Paraná, na última terça-feira, pela ida da terceira fase da Copa do Brasil, mas caiu na etapa complementar. A queda de desempenho da equipe comandada por Paulo Autuori no Estádio Nilton Santos, contudo, ficou marcada pela perda da manutenção do meio-campo.
O 1 a 0 ficou barato por tudo o que o Botafogo produziu no primeiro tempo. Os primeiros 45 minutos foram de excelência: toques rápidos para fugir da pressão imposta pelo Paraná, noção para acelerar o jogo na hora correta com passes longos e intensidade nas duas metades do gramado. Luiz Fernando balançou as redes em boa trama com Caio Alexandre, mas a torcida poderia ter gritado gol, no mínimo, mais duas vezes.
O atacante, vale ressaltar, fez um dos melhores jogos desde que chegou ao Botafogo, em janeiro de 2017. Arisco, incomodou a defesa do Paraná e foi uma opção confiável no mano a mano. Não à toa, o gol foi merecido. O Botafogo não encontrava dificuldades para criar jogadas no campo ofensivo.
Se diante do Flamengo o Botafogo piorou pelas mudanças táticas de Jorge Jesus, contra o Paraná a questão pode ser colocada em cima de uma alteração feita por Paulo Autuori. É verdade que o Tricolor voltou melhor do intervalo, assustando com mais frequência, mas o Alvinegro perdeu toda a cadência no meio-campo com a entrada de Gabriel Cortez no lugar de Alex Santana, aos 22 minutos.
O equatoriano atuou na mesma faixa de campo do camisa 8 - ou seja, como um segundo volante. Longe do gol e com a responsabilidade de iniciar a construção das jogadas, Cortez errou muitos passes e minou qualquer tentativa ofensiva do Glorioso. A vantagem foi do Paraná, que se aproveitou da situação para crescer na partida.
- É outro jogador (Gabriel Cortez) que tem capacidade de dar esses passes (mais verticais). Teve essa preocupação de recompor, mas a ideia era formar a linha mais na frente, jogando com o Nazário e com os atacantes de lado também. Recebeu a bola muito atrás e não conseguiu desenvolver muito. Ainda teve pouco tempo em campo e pode melhorar muito - analisou Paulo Autuori, após a partida.
Apesar da questão da criação, a verdade é que o Botafogo vai para o jogo da volta, a ser disputado na próxima quarta-feira, na Vila Capanema, com uma importante vantagem. A vaga na quarta fase da Copa do Brasil rende R$ 1,5 milhão.