Testes não funcionam e empate expõe ‘dependência’ do Botafogo em Luís Henrique

Encaixotado no ataque e na marcação da Portuguesa, sistema do Alvinegro não conseguiu acionar Luís Henrique e careceu de oportunidades criadas para chegar ao gol na partida

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O Botafogo passou longe de encantar assim como o havia feito no retorno do futebol pós-pandemia do coronavírus. O empate diante da Portuguesa, na última quarta-feira, na verdade, expôs muito mais aspectos negativos da equipe comandada por Paulo Autuori do que propriamente virtudes. Apesar disto, a classificação para as semifinais da Taça Rio foi garantida.

Diante da maratona de jogos e o tempo curto de treinamentos, o treinador promoveu quatro mudanças no time titular, principalmente no setor defensivo. Cícero, um dos destaques no triunfo sobre a Cabofriense, foi sacado. Caio Alexandre fez a função de ficar entre os zagueiros, formando uma linha de três atletas, e os alas foram Guilherme Santos e Fernando.

A atuação foi de pouca criatividade. Apesar das três bolas na trave - todas em jogadas de bola aérea -, o Botafogo ficou encaixotado na marcação da Portuguesa, que colocou três homens na primeira linha de defesa. Não foi uma noite inspirada de Bruno Nazário e Luís Henrique, o que diz muito sobre a dificuldade do Alvinegro em criar chances reais de gol.

O garoto, na verdade, não teve a oportunidade de uma jogada de desequilíbrio, do um contra um diante de um marcador. Sempre isolado e pouco acionado por Guilherme Santos, lateral do setor, Luís Henrique era obrigado a recuar para pegar a bola e, consequentemente, dominava de costas, tirando qualquer possibilidade de drible ou arrancada em velocidade.

A bola demorou para chegar no sistema ofensivo. Caio Alexandre, durante boa parte do primeiro tempo, ficou preso à primeira linha de marcação. Quando se soltou para ao ataque, o Botafogo melhorou, mas a Portuguesa rapidamente neutralizou. Diante da dificuldade de criação pelo chão, o Alvinegro "apelou" aos cruzamentos na área, também rebatidos com facilidade, em modo geral, pela defesa da Lusa.

Sem as arrancadas de Luís Henrique, a defesa da Portuguesa não se desmontou. Consequentemente, Bruno Nazário, Pedro Raul e Luiz Fernando dificilmente dominaram a bola sem contar com a marcação por perto. O clube de General Severiano sentiu falta de passes dinâmicos e triangulação para furar o sistema defensivo da Lusa.

No final da partida, a Portuguesa ainda assustou o Botafogo. Chay, na esquerda, e Pimenta, pela direita, foram interessantes opções de velocidade dos mandantes. A pressão era real porque uma vitória daria a classificação à Lusa, mas o Alvinegro se segurou muito por conta de uma defesa no reflexo de Diego Cavalieri e as atuações de Kanu e Marcelo Benevenuto, os nomes da partida.

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