Gerente da base do Botafogo faz balanço de 2018 e comemora ‘desenvolvimentos individuais’
Em contato ao LANCE! por telefone, dirigente das categorias inferiores do Alvinegro também falou de Caio Alexandre e das joias Matheus Nascimento e Jhonnatha
Jogador citado por Tite (Marcinho), Matheus Fernandes e Igor Rabello, os principais ativos, caçados pelo mercado nacional e encerramento do Brasileiro com 12 jogadores oriundos da base. Hoje, é nítido o quão importante são as divisões inferiores para o Botafogo, que atravessa uma grave crise financeira.
À frente da solução caseira, Tiano Gomes, gerente geral das divisões de base do futebol alvinegro, conversou com o LANCE! e fez um balanço sobre a temporada que passou, além de projetar a Copa São Paulo de Futebol Júnior, torneio no qual o Botafogo inicia a busca pelo inédito título a partir desta quinta-feira, contra o Horizonte (CE).
- A gente teve um ano cheio de jogos decisivos, o Botafogo chegou em quase todas as competições. A cobrança aqui sempre será por títulos, um complemento especial na base, mas este ano não foi possível, infelizmente - disse Tiano, em conversa por telefone, completando:
- A formação é o nosso principal objetivo. O essencial para nós foi o desenvolvimento dos atletas individualmente. O jogo coletivo, com bastante posse de bola, e equilibrado bem nas fases defensiva e ofensiva, evoluiu. Este ano demos uma ênfase maior ao desenvolvimento dos jogadores, física e tecnicamente, para entregarmos aos profissionais jogadores com bastante qualidade e de versatilidade grande.
Sobre a Copinha, Tiano não escondeu o seu otimismo quanto a uma boa participação do time de Marcos Soares, ex-Corinthians, Santos e profissional do Brasiliense e que chegou para substituir Felipe Lucena:
- Estamos com um time novo, mas bastante competitivo. Fizemos uma ótima primeira fase na Copa RS (Ipiranga, sub-20, em dezembro). Depois, tivemos uma atuação atípica contra o Palmeiras (derrota por 5 a 1). Estamos bem preparados e o Marcos chegou já ciente dos nossos objetivos.
Confira outros trechos da entrevista:
As constantes trocas no ano atrapalharam o desenvolvimento do time sub-20?
Foi um ano de trocas no Botafogo em geral, não só no sub-20. Tivemos três gerentes geral da base, começamos com o (Bruno) Lazaroni, depois o (Eduardo) Freeland e, agora, eu. Mesmo com essas trocas, não houve muitas mudanças consideráveis. No time sub-20, o Marcos é o quarto treinador no ano. A projeção de 2019 é de sempre brigar por títulos e com um percentual de jogadores que precisam subir, iniciando da 13 para 14, até do sub-20 para os profissionais.
E por que a escolha pelo Marcos Soares?
O Marcos tem um perfil especificamente do nosso clube: controle do jogo e posse de bola. Queremos produzir uma equipe com transição rápida. Ele tem uma ótima bagagem, com passagens por Corinthians e Santos, além de equipes profissionais. É experiente para o cargo, mas, ao mesmo tempo, muito antenado a todas a todas as tecnologias e tem todos os principais cursos da CBF. Isso para a gente é fundamental, tirou a licença PRO, a última possível, e isso é importante demais.
Pensam em reforços para a base? Faz parte da política do Botafogo?
Estamos mapeando o mercado, sabendo quais são as nossas carências de cada categoria. Na medida do possível, vamos em busca de melhorar ainda mais a qualidade dos nossos elencos. Nosso objetivo é recrutar atletas mais jovens, esperando boas oportunidades que apareçam de jogadores. Mas também não iremos negar caso tenha uma boa chance para a categoria sub-20.
Como vê a saída de jogadores jovens, como a de Matheus Fernandes?
O mercado, hoje, pede, e o Botafogo não está tendo como segurar os atletas. Isso faz parte de uma reorganização financeira que o clube vem passando. Está tendo essa procura quanto aos nossos jogadores profissionais e da base. Isso reflete um bom trabalho que estamos fazendo. Esperando que mais para frente consigamos segurar as joias por mais tempo, dentro do planejamento.
E o Caio Alexandre? Está mesmo perto de ir para o Corinthians?
No momento, o Caio, um dos nossos capitães, é do Botafogo. Essa possibilidade (de saída) fica por conta do futebol profissional. Somos consultados frente a isso, mas está diretamente ligada a outra área do clube.
Outras joias, Matheus Nascimento e Jhonnatha, do sub-15, são da Seleção e tidos como grandes esperanças para o futuro. Como vê a situação da dupla?
O potencial deles é indiscutível. Sabemos e já vimos muitos jogadores desse nível não corresponder o suficiente nos profissionais. Cuidamos dois dois da mesma forma que cuidamos de todos os outros. Eles têm uma técnica acima da média, mas não têm privilégios. São garotos com comportamento muito bom. Nosso objetivo é que eles não percam o foco e que realizamos um bom trabalho para entregarmos aos profissionais.