CBF divulga que espectador terá acesso à mesma imagem do VAR
Em palestra realizada nesta segunda-feira, na sede da CBF, Leonardo Gaciba destaca progressos da arbitragem e diz: 'Todos terão ciência das decisões do árbitro'
O segundo turno do Campeonato Brasileiro trará uma mudança aos olhos dos espectadores. Em evento realizado nesta segunda-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro, o presidente da Comissão de Arbitragem, Leonardo Gaciba, revelou que, a partir da 20ª rodada, todos os ângulos que árbitro vê no monitor à beira de campo estarão disponíveis:
- O público terá total ciência do motivo pelo qual o árbitro está tomando tal decisão. O público verá o que ele está enxergando em seu monitor.
Gaciba ainda adiantou que há possibilidade de estender a divulgação de imagens para os telões nos estádios.
Durante a palestra ministrada pelo ex-árbitro, ele ainda divulgou dados sobre os 139 jogos do Campeonato Brasileiro. Segundo informações do Centro de Pesquisa e Análise de Desempenho da CBF, até o momento foram 851 checagens e revisões (média de 6,12 por partida).
Ocorreram 764 checagens de lances (mais de 50% em relação a pênaltis) e 87 revisões. As revisões causaram 69 mudanças de decisões.
– A maioria das decisões tomadas em campo é aceita pelos árbitros de vídeo. Só 10% precisaram de revisão.
Leonardo Gaciba ainda apontou uma evolução na arbitragem brasileira em relação a 2018. O VAR teria acertado 98% dos lances capitais (gols, expulsões, erros de identificação e pênaltis) com a ajuda do novo sistema até a 14ª rodada da Campeonato Brasileiro.
- De 88 erros capitais, nós reduzimos para dez nesta edição. Uma redução de cerca de 90%. Eu procuro ver o copo meio cheio.
Porém, o tempo de bola rolando diminuiu com o advento do VAR. Até o momento, a média é de 55 minutos de bola rolando (0,4 a menos que a edição passada).
A média até o árbitro tomar sua decisão tem sido de um minuto e 54 segundos nas 14 primeiras rodadas (os jogos do último fim de semana não foram incluídos). O ex-árbitro reconhece o desafio de melhorar, e estabelece a meta de reduzir para um minuto e 20 segundos até o juiz "bater o martelo":
– A falta de agilidade ocorre pela busca por precisão e fluência. É tentar fazer a coisa da maneira mais rápida possível sem perder acima de tudo a precisão.
O ex-árbitro vê com otimismo o momento da arbitragem brasileira:
– O número das reclamações dos clubes diminuiu muito. Os acertos da arbitragem crescem.
O evento ainda lançou a Campanha de Respeito ao Árbitro. O presidente da CBF, Rogério Caboclo, pronunciou-se sobre o assunto:
- A campanha que estamos lançando não é apenas pelo respeito à arbitragem. É pelo respeito às regras e ao futebol. Nosso objetivo é melhor espetáculo, com menos cartões por reclamação, menos paralisações e mais justiça. Cremos que todos os protagonistas do futebol merecem respeito.
A CBF divulgou ainda uma campanha sobre o tema: "Respeito: Essa É a Regra do Jogo".