CAMPO NEUTRO: a notável temporada de Casemiro
José Inácio Werneck fala sobre assuntos em alta no esporte
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Crescem na Inglaterra as especulações de que Casemiro será escolhido o “jogador da temporada”. Ainda faltam treze rodadas para o encerramento da Premier League, além do desenrolar da FA Cup. Mas é notável como, em pouco tempo, incluindo aí a paralização dos jogos para a disputa da
Copa do Mundo, Casemiro conquistou a admiração do público e da crônica na Inglaterra.
Muitos criticaram ou ao menos acharam estranho quando o Manchester United decidiu pagar 85 milhões de dólares por um jogador de 30 anos (agora 31) em agosto do ano passado, dando-lhe ainda um contrato de quatro anos. Houve quem dissesse que Casemiro sabia que seu futuro no Real Madrid estava ameaçado, que ele já não tinha garantias de Carlo Ancelotti de que continuava como titular da equipe, ao lado de Luka Modric e de Toni Kroos.
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O fato é que Casemiro deve ter se lembrado da velha frase de Aparício Torelly, o Barão de Itararé, de que “há algo no ar além dos aviões de carreira”, e declarou que estava pronto a aceitar “novos desafios”, em outras praças.
Agora ele vem sendo saudado como a “âncora” do Manchester United, o homem que põe ordem no meio-de-campo, protege a defesa e - o que quase não fazia no Real Madrid - vai ao ataque marcar gols. Foi o que ele vez na vitória deste fim de semana do Manchester United por 2 a 0 sobre o Newcastle United, na decisão da Carabao Cup, a Copa da Liga.
Casemiro marcou o primeiro gol do Manchester United e iniciou a jogada que acabou no segundo gol, inicialmente apontado como um gol contra do goleiro Karius mas que agora, dizem-me, está mesmo sendo considerado do atacante Marcus Rashford.
Um ponto a ser debatido. O incontroverso é que Casemiro deu uma nova cara, uma inesperada solidez ao time do Manchester United, dirigido pelo técnico holandês Erik ten Hag. Há na presença de Casemiro no Manchester United algo que faltava em suas atuações no Real Madrid, em que ele se restringia quase exclusivamente a um papel defensivo. Deve ter sido em parte por se sentir inibido por ter, ao lado, dois companheiros de grande habilidade na construção de jogadas, como Kroos e Modric. Mas não devemos omitir a visão de Erik ten Hag, que deu a Casemiro uma liberdade que ele não tinha sob Ancelotti.
No Manchester United, o também brasileiro Fred reparte com Casemiro a função de destruidor no meio-de-campo, deixando-o mais livre para ir à frente com o português Bruno Fernandes.
Já que citei um jogador português, não custa lembrar como o Manchester United mudou depois que Cristiano Ronaldo foi embora. Cristiano Ronaldo era o apogeu do egoísmo. Casemiro é o auge da solidariedade. Por isto, vive agora uma notável temporada.
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