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CAMPO NEUTRO: Idade não é documento

José Inácio Werneck fala sobre assuntos em alta no mundo do esporte

Dan Little
Dan Little sorridente após completar a etapa de Miami, na Flórida (Foto: Reprodução)

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Aos 80 anos, o americano Dan Little correu sete maratonas, em sete dias, em sete continentes. Devo dizer, para ser mais preciso, que Dan Little excedeu um pouco o limite de 168 horas estabelecido pelo regulamento, desde o instante em que deu sua primeira passada, na base aérea russa de Novo, na Antártica, até o momento em que completou sua última prova, em Miami, Estados Unidos, na semana passada.

Mas alguns imprevistos tinham ocorrido ao longo das viagens. Basta dizer que os competidores deveriam ter chegado a Fortaleza, no Ceará (sim, o Brasil era parte do percurso), no meio da tarde do dia 5, domingo, mas desembarcaram apenas às duas e meia da madrugada do dia 6, segunda-feira.

Mesmo assim, completaram a Maratona em Fortaleza e rumaram para o aeroporto. A largada da prova em Miami, última etapa, ainda foi dada antes da meia-noite do mesmo dia. David Kilgore, o vencedor geral, correu as sete provas na média de 2 horas e 56 minutos cravados. Dan Little correu-as na média de 7 horas, 20 minutos e 14 segundos.

As etapas, pela ordem, foram em Novo, na Antártica, Cidade do Cabo, na África, Perth, na
Oceania, Dubai, na Ásia, Madrid, na Europa, e as já citadas Fortaleza, na América do Sul, e Miami, na América do Norte.

Dan Little
Dan Little completa o desafio das Maratonas pelo Mundo (Foto: Reprodução)

Aos 98 anos, a brasileira Nora Rónai foi a sensação no Pan-Americano Masters de Natação no ano passado, em Medellin, na Colômbia, competindo no “medley” individual, 400 metros, que consiste dos quatro estilos: golfinho, costas, peito e livre. Caros amigos, nadar golfinho aos 98 anos é uma façanha extraordinária. É, de todos os estilos, o mais cansativo. Dizer que foram cem metros de golfinho e, ao fim deles, Nora tinha ainda que nadar mais 300 metros nos outros estilos é quase inacreditável.

Em Medellin, a cada vez que Nora virava ao fim dos 50 metros de extensão da piscina, o público aplaudia de pé. Quando completou a prova e saiu da água, ofereceram-lhe uma cadeira de rodas, que ela recusou com um aceno de mão. No fim deste mês, Nora estará completando 99 anos.

Um aspecto curioso é que Nora Rónai, que chegou ao Brasil em 1941 como refugiada da Segunda Guerra Mundial, começou sua carreira esportiva como esgrimista, passou depois a praticante de saltos ornamentais em piscina, pelo Fluminense, e só começou a disputar provas de natação, já na categoria “masters”, aos 69 anos, depois da morte de seu marido, Paulo Rónai.

Abro aqui um parêntese para dizer que, quando criança, eu era sócio do Fluminense, frequentava sua piscina na rua Álvaro Chaves e lembro-me claramente de Nora, já adulta, treinando e competindo em saltos ornamentais pelo clube, ainda em sua velha piscina, de apenas 25 metros.

Dan Little e Nora Rónai, em esportes diferentes, oferecem um notável exemplo de que idade não é documento.

Nora Rónai
Nora Rónai foi a sensação no Pan-Americano Masters de Natação, em 2022 (Foto: Gustavo Garret/Clube Curitibano)

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