Coluna do Rolim: o que Marcelo Fernandes deixa para Lisca no Santos?
Colunista do L!, Felipe Rolim destaca a transição de treinadores no Peixe
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Você abre as redes sociais e fica nítido que a torcida do Santos, pelo menos nos fóruns digitais, não gosta do trabalho do Marcelo Fernandes. No entanto, o interino entrega para Lisca um retrospecto de três vitórias e uma derrota, tendo feito uma média de um gol por jogo e tendo tomado somente um gol nos quatro jogos em que comandou o time.
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Lisca, já experiente em pegar o bonde andando, sabe que precisa do choque imediato. E vai além do resultado. O que o santista quer é ver o time jogando bem. Assim, a coluna analisa o Santos que o Lisca irá trabalhar com base no que o time apresentou nos últimos quatro jogos contra Atlético-GO, Corinthians, Avaí e Botafogo.
O esquema tático utilizado em todos os últimos quatro jogos foi o 4-2-3-1. Sempre com Marcos Leonardo de centroavante; com Lucas Braga, Carlos Sanchez, Leo Baptistão, Ângelo e Bruno Oliveira (este no último jogo) se revezando na titularidade da linha de três meias; com Zanocelo, Fernández e Camacho ocupando as duas vagas de volante. A defesa teve Mádson, Maicon (ou Luiz Felipe), Bauermann e Felipe Jonatan. João Paulo no gol é o destaque absoluto.
Como dito acima, o Santos tomou apenas um gol em quatro jogos com Marcelo Fernandes no comando. E foi de pênalti, convertido pelo Avaí. Sinal que há uma boa defesa. Que pode ser por conta do sistema e do treino ou por conta de destaques individuais. Ou um pouco dos dois, que é a resposta para um Santos que não fazia pressão e nem marcação em bloco alto na saída de bola adversária.
Descia em bloco médio com apenas Marcos Leonardo se posicionando entre os zagueiros adversários e com o meia central (normalmente Pato Sánchez) um pouco a frente de duas linhas de quatro jogadores.
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Marcelo Fernandes sustentava sua última linha na risca da grande área e mantinha seus dois volantes muito próximos, gerando bloqueios nas finalizações adversárias. As bolas que conseguiam furar o bloqueio paravam em João Paulo, sempre atento, bem posicionado e escolhendo com maestria os lances em que ficava protegendo a meta e os lances nos quais avançava e saía nos pés dos atacantes.
Na fase ofensiva, o melhor do Santos neste período foi a puxada de contra-ataque, explorando a velocidade de Ângelo, Marcos Leonardo, Felipe Jonatan e até de Lucas Braga, que não é um grande driblador, mas tem boas corridas em campo aberto. O Santos foi um time sem uma boa dinâmica contra defesas baixas. Boa dinâmica ou ritmo, aplicado no jogo de futebol, é a variação de velocidade, distância e direção na troca de passes para que não haja a leitura prévia e o balanço prévio da linha defensiva.
O Peixe teve dificuldade para deixar seus homens de lado no um contra um e de conseguir infiltrar, compensando com bons chutes de média distância e bolas alçadas na área adversária. De bom, a ocupação do campo adversário. Saída de bola geralmente a cargo de zagueiros e volantes, laterais ocupando posições avançadas e servindo de apoio, com os quatro homens de frente se aproximando na faixa central ou dobrando com os laterais pelos lados.
Lisca pode e deve melhorar a transição ofensiva e as articulações para o desfecho das jogadas. Costuma trabalhar com ataques mais diretos e com os meias chegando com muita força na área adversária. Marcelo Fernandes, mesmo sem a simpatia da torcida, deixou ótimos números e um jeito de jogar. Lisca, que está longe de ser doido, deve aproveitar o que há de bom no sistema defensivo e melhorar a criação do Santos.
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