Fabrizio Gallas: ‘Djokovic chega com bom favoritismo para encarar Nadal em Roland Garros’

Teremos o clássico Nadal x Djokovic em Roland Garros. Na terça-feira. E desta vez o sérvio chega com seu maior favoritismo no saibro parisiense. Eu colocaria uns 65 a 45 em percentagem.

Todo o ambiente e o pré dão essa condição a Djokovic. Título em Roma e as nove vitórias seguidas. Quatro vitórias em Paris em três sets com exibições seguras. Uma oitavas de final encardida contra Diego Schwartzman onde o sérvio se saiu muito bem e recuperou rápido após o lapso que teve no começo do segundo set.

Enquanto isso, Nadal chega com o desgaste das 4h21min contra Felix Aliassime, questão do pé que está nebulosa, ele não gosta de falar muito, mas deve estar incomodando. E uma oscilação alta. Nadal começou mal seu jogo deste domingo, perdendo muitas chances, errando demais (15 bolas) no primeiro set e no quarto set. Não temos que tirar os méritos do canadense que é treinado por Toni Nadal, mas Rafa deixou o adversário gostar da partida. 

A questão do horário da partida. Uma polemicazinha até com Zverev metendo o bedelho.

Para Nadal o melhor é jogar de dia. Bola menor, mais rápida, favorecendo seu jogo com spin pesado. Seu forehand vai fazer mais efeito. Jogando à noite, com mais frio (tínhamos 12 graus na noite parisiense de hoje) e mais lento, bola maior, o sérvio é favorecido. Ano passado a partida começou no fim da tarde e já para o segundo set a noite caiu e mudou completamente as condições. Em 2020 foi o contrário. Nadal não chegava com favoritismo, entrou até com certa desconfiança, mas mesmo com o teto fechado e luzes ligadas conseguiu fazer um de seus melhores jogos no torneio e triturou o sérvio.

Mas como o ditado diz. Clássico é clássico. E há o componente emocional. Djokovic persegue o 21º Slam que Nadal já conquistou. Não vem mostrando nervosismo no torneio, mas ele sabe que não vai poder defender os pontos em Wimbledon, então a derrota pode representar não só um Nadal indo para o 22º como ele deixando muitos pontos e o número 1 improvável para o fim do ano. Por outro lado, Nadal declarou que no momento atual, cada dia que entra na Chatrier ele pode estar fazendo seu último jogo em Roland Garros. Aos 36 anos (vai completar a idade na sexta-feira) e com as dores no pé, a cada dia mais ele vai cansando mentalmente com o sacrifício que tem feito para jogar. Quer queira, quer não, isso pesa na cabeça.
Enquanto isso, Alcaraz vem firme e forte após o match-point salvo na segunda rodada e chega franco favorito contra Alexander Zverev que não vem apresentando muita confiança apesar das vitórias. A questão do horário também pesa. De dia favorece o saque do alemão, à noite essa arma é anulada. 

Meus palpites ? Vou de 3 sets a 1 para Djokovic e 3 sets a 0 para Alcaraz. 

Brasileiros bem

Rafael Matos vem fazendo campanha brilhante nas duplas ao lado de David Vega. Derrotaram a forte dupla belga de Gille/Vliegen, super entrosada, indo muito bem no super tie-break decisivo. Jogam as quartas, partida difícil, mas com boas chances de irem à semi. Entre os homens, Matos é o de melhor desempenho na temporada nas duplas. Já vai ficando bem perto do top 40 e em franca subida na temporada.
Bruno Soares e Bia Maia vão buscar vaga na semi de mistas e conquistaram duas ótimas vitórias. 
Vamos torcer nesta segunda-feira!