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Fabrizio Gallas: ‘O feito histórico de Bia Maia é fruto do amadurecimento’

Brasileira ergueu seu primeiro WTA, justo na grama, em Nottingham

Bia Maia campeã
WTA

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Quase três anos atrás, justo logo após a temporada de grama, Bia Haddad Maia era notificada de exame positivo em doping. Justo após sua maior vitória, contra Garbiñe Muguruza, em Wimbledon, onde acabou eliminada na fase seguinte. Acabou tendo pena confirmada por dez meses em fevereiro de 2020.

Eis que justo na grama a brasileira veio a ter, esta semana, sua maior glória com uma conquista histórica e surpreendente ao levantar seu 1º WTA, em Nottingham. Primeira conquista de um brasileiro ou brasileira em simples desde Maria Esther Bueno em meados de 1968, em Manchester, como levantou meu amigo jornalista José Nilton Dalcim. Aqui no Brasil não deve ter nem perto de meia dúzia quadras de grama - só conheço duas em Campinas e mais uma em São José dos Campos.

A conquista de Bia surpreende por onde ela veio, mas ratifica o amadurecimento da tenista. Amadurecimento tático, técnico e o principal, o psicológico. Basta ver os problemas que ela teve que resolver na semana na estreia, contra Maria Sakkari, 5ª do mundo, nas quartas, e nesta final. Marcações questionáveis da arbitragem, apagão na partida, mais marcações questionáveis e a volta por cima no mesmo game para definir o jogo a seguir.

O título vai render bons frutos para Bia que agora será 32 do mundo em simples com boa chance de virar cabeça de chave de Wimbledon e assim evitar outra favorita nas duas primeiras rodadas.

Ela será a terceira melhor ranqueada do país na história perdendo somente para Niege Dias (31ª em 1988) e Maria Esther Bueno (29ª em 1976). Nesta parte, Maria Esther chegou a ser considerada a melhor do mundo na década de 60, mas na época não existia um sistema do ranking, que só entrou em ação em 1974 quando estava nos últimos anos de carreira.

Bia também quebra um jejum de sete anos sem títulos brasileiros em WTAs, a última havia sido Teliana Pereira, em 2015.

O principal de tudo isso é ver a brasileira usando aquele potencial que sempre apresentou. Uma jogadora firme e madura e pronto para alçar voos mais altos no circuito feminino.

Curtinhas:

Bola FORA dos diretores dos canais Disney ao não transmitirem para a televisão brasileira a final. Ficou somente no Star+.
Difícil você criticar uma decisão de uma empresa privada que comprou os direitos e tem a prerrogativa de colocar o que bem entende em sua grade de seus seis canais e optar por uma venda maior dos pacotes do Star+.

Mas era uma final. De uma brasileira. Um momento histórico. Uma conquista histórica. Acaba restringindo o feito de forma desnecessária e não colaborando para amplificar o que . Uma pena.

Vamos lembrar aqui o torneio de Indian Wells ano passado quando cortaram a vitória da própria Bia Maia da ESPN contra a tcheca Karolina Pliskova, 3ª do mundo na época.

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