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Felipe Rolim: Arábia Saudita fez partida entre a coragem e a loucura na Copa do Mundo

Colunista do LANCE! analisa a vitória da equipe asiática sobre a Argentina 

Argentina x Arábia Saudita
De pernas para o ar: assim comemorou Al-Dawsari, autor do gol da vitória da Arábia Saudita (Foto: Glyn KIRK/AFP

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Sabe o que mais me impressionou quando vi a Arábia Saudita com sua linha defensiva quase no meio de campo contra a Argentina? Não tinha dado certo contra o Panamá! Sim, o penúltimo amistoso dos árabes, há menos de duas semanas, mostrou o esboço da linha kamikaze de Hervé Renard. E o Panamá conseguiu o que a Argentina não fez: um gol com passe nas costas da zaga.

Ninguém inova tanto contra a Argentina, invicta há 36 jogos, e sai sem ser rotulado. Hervé Renard sai como corajoso depois de deixar o ataque portenho impedido por sete vezes no primeiro tempo. Poderia sair como louco caso não desse certo. Eram mais de quarenta metros entre zaga e goleiro contra um time com Messi lançando e a dupla Lautaro e Di María acelerando para receber no espaço.

Impressionou a concentração, a entrega e a intensidade da Arábia Saudita na partida em que venceu uma das favoritas ao título no Qatar (comentei o jogo para a FIFA+). O ciclo mostrou que era uma seleção mais equilibrada e pragmática do que a de 2018 que, sob o comando de Pizzi, queria colocar a bola no chão e sair jogando. Também impressionou a eficiência. Foram três chutes e dois gols no começo do segundo tempo. Para virar o jogo e encher time e torcida, claramente a favor dos sauditas, de confiança.

O primeiro gol dos sauditas, de Al Shehri, conta com a dúvida de Otamendi entre abordar e correr para trás. A movimentação em falso expôs o outro zagueiro, Cuti Romero, que ficou no um contra um sem cobertura e com o centroavante vindo lançado. O segundo gol, logo em seguida, mostra Al Dawsari fazendo um carnaval entre quatro jogadores argentinos antes de mandar a bomba no ângulo oposto de Emi Martínez.

E o resto do jogo foi com a Argentina um pouco melhor, conseguindo, às vezes, furar a linha alta da Arábia Saudita, que contava com os quatro defensores, o volante central Al-Malki bem próximo e os meias abertos (Al-Buraykan na direita e Al Dawsari na esquerda) dobrando com seus laterais para proteger a beirada do campo.

Com a Argentina vazando a última linha, apareceram bem demais o goleiro Al Owais e o zagueiro Al-Tambakti. O primeiro salvando bolas acima do nível que vinha apresentando, e o segundo se recuperando e comandando os encaixes defensivos dentro de sua área.

Messi jogou nitidamente com o tornozelo inchado. No primeiro tempo parecia um jogo comum do argentino, mas no segundo houve uma queda acentuada na sua movimentação. O lado esquerdo com Papu Gómez e Tagliafico funcionou muito pouco, principalmente pelo jogo físico da Arábia. Esperava maior movimentação e criatividade de De Paul, já que Messi e Papu tinham pouco espaço, e Di María jogou bem aberto para ser lançado.

A Arábia Saudita protagonizou a maior surpresa da Copa do Mundo até agora. Por outro lado, a Argentina repete a Copa de 1990, onde também perdeu na primeira rodada, na época para Camarões. 

Hervé Renard dorme com a vitória sobre a Argentina e amanhã acorda com a decisão de manter ou não sua linha defensiva na intermediária. Não será mais surpresa. Scaloni dorme sem sua sequência vitoriosa e com a missão de ganhar de México e Polônia. Em 1990, após perder para Camarões, a Argentina passou de fase e até ganhou do Brasil. Mas passou como um dos terceiros de melhor índice técnico. No Catar vai precisar da segunda posição do grupo.

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