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Luisa Stefani e Rafael Matos inspiram e são dos melhores exemplos a serem seguidos

Blog comenta o caminho de sucesso e de exemplo que os dois colocam para futuras gerações 

Luisa Stefani e Rafael Matos com o troféu na Austrália
imagem cameraDivulgação/WTA
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 27/01/2023
18:19
Atualizado em 27/01/2023
18:37

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Não podia estar em melhores mãos um feito inédito para o tênis brasileiro. O de uma dupla genuinamente brasileira campeã de um Grand Slam.

Rafael Matos e Luisa Stefani deram liga de cara. Desde os primeiros pontos do primeiro jogo ali nos últimos dias do ano quando o povo aqui estava brindando o Reveillon.

Já se notava que a sintonia era fina. Pela habilidade na rede de ambos, o controle no fundo de Rafa, a destreza de Luisa no saque (golpe que melhorou muito nos últimos anos) e o entrosamento.

Na dupla, muito do sucesso vem não só pelas qualidades técnicas e entrosamento, mas muito do relacionamento fora de quadra. E tava na cara que eles dariam certo. Duas pessoas ótimas, tranquilas e sem badalação. Trabalhadoras, dedicadas e respeitadoras. 

Lembro do meio do ano passado conversando com o Rafa e seu treinadores, em especial o Franco Ferreiro que está com ele há três anos. O comentário era o trabalho específico na ADK Tennis, em Itajaí (SC), para melhorar o jogo no piso duro dele. Por conta de sua trajetória em simples até dois, três anos atrás, o gaúcho estava mais acostumado a jogar no saibro e se via com limitações na gira de ATPs que teria na grama e posteriormente no piso rápido. E agora ele vai e levanta um Slam na superfície.


Para a Luisa é uma história de cinema. Sou suspeito para falar. Trabalho com ela há quatro anos . Acompanhei parte de  sua carreira juvenil, ida para o universitário, início no profissional  em 2019 e todo seu crescimento, primeiros bons resultados, conquistas, evolução. 

A conquista Olímpica que emocionou a todos em uma campanha memorável com outro exemplo de dedicação que é a Laura Pigossi. Depois veio a série com finais e conquistas até o baque daquela semi do US Open em setembro de 2021.

As cenas foram dramáticas. O choro, cadeira de rodas, as primeiras horas e dias até a cirurgia foram um pouco tensos, mas sempre com o toque positivo e leve que Luisa tem de ser. E todo o processo de longa reabilitação de um ano (com o competente fisio Ricardo Takahashi) trouxe uma maturidade ainda maior que a tenista já carregava além da simplicidade e o carisma que vinham de berço, de sua família que é acolhedora.

E no meio desse processo de volta, Rafa mostrou sua humildade. Diante de uma atleta com um ano fora das quadras confiou em seu talento e capacidade, mandou uma mensagem para jogar dupla mista ali no meio pro segundo semestre de 2022.

E nesse processo veio o retorno de Lu com calendário projetado por seu treinador Leonardo Azevedo. Digno de mais uma cena de cinema. Título logo no primeiro torneio, com a Gabi. Canadense top 10 mundial e super experiente que fez questão de viajar longe , para a Índia, para jogar somente com a Luisa. 

Mais adiante títulos com a Storm Sanders , um WTA 1000, em Guadalajara, e fechando o ano com sua amiga Ingrid Martins ou a Gri, como a própria chama - não obstante os pais da Gri estavam no box na final em Melbourne.

E veio o início de 2023. Competição por equipes, sem valer pontos, mas sim defender o país, outra paixão de Luisa e também de Matos. A sintonia fina da dupla era latente com duas vitórias.

A seguir para a paulistana o torneio de Adelaide. Sua parceira Caty McNally desistiu por lesão poucos dias antes. Luisa então formou parceria com Taylor Towsend e já levantaram o caneco. A confiança e animação era altas para Melbourne. Mas McNally desistiu em cima da hora. Sim, a menos de uma hora de entrar em quadra. Sem deixar opções para a brasileira procurar uma nova parceira. 

Eis que o destino iria sorrir mesmo que por linhas tortas. Aquelas horas de chateação só deram mais força para serem retribuídas justo em seu primeiro Slam de retorno com um título que é histórico para o tênis brasileiro. Que havia batido na trave em 1982 Roland Garros com Cássio Mota e Cláudia Monteiro.

A estrela de Luisa já brilha, o caminho para mais conquistas está aberto e para o topo do ranking feminino de duplas. A falta de uma parceira fixa não parece ser um obstáculo.

E o Rafa com todo seu talento, maturidade e agora confiança passa a trilhar o caminho de Lu e tem tudo para ser se firmar cada vez mais como ídolo do tênis nacional e chegar no mínimo entre os dez ou quinze primeiros do ranking.

Rafa e Luisa merecem. São exemplos e já estão inspirando milhões de pessoas e futuras gerações.

São GIGANTES!

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