Alemanha descarta ‘desvio de atenção’ para estreia com mobilização por faixa de capitão de apoio à causa LGBT
Imprensa germânica pressionou Hansi Flick sobre a suposta importância dada ao caso
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Como já era esperado, a imprensa da Alemanha não poupou jogadores e o técnico Hansi Flick de perguntas sobre um suposto desvio de foco da equipe na derrota de virada por 2 a 1 para o Japão, nesta quarta-feira (23), na estreia da Copa do Mundo, por conta da polêmica envolvendo a braçadeira de capitão do goleiro Manuel Neuer.
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Diversos periódicos, apesar de comprarem a briga da Federação Alemã de Futebol, vinham pedindo mais atenção com o futebol antes do tropeço desta manhã (horário de Brasília).
Depois de consumada a derrota, o assunto voltou à tona nos vestiários, em tom muito mais ácido, exigindo uma postura mais incisiva de Flick.
- Não. Não procuramos desculpas, isso seria muito barato para nós. O Japão tem um time muito bom, está muito bem treinado, taticamente bom e trouxe sua força para o jogo, jogando com muita eficiência. Eu gostaria de ter tido isso da minha equipe - respondeu o comandante germânico quando questionado sobre as atenções voltadas para o 'One Love'.
Os jogadores germânicos realizaram um protesto silencioso pelo veto da Fifa ao uso da tarja de capitão 'One Love', de apoio à causa LGBT, antes da estreia diante do Japão
- Isso deveria ter sido um sinal da equipe e de nós de que a FIFA está nos silenciando. É isso - apontou Flick nos vestiários.
O CASO
Na hora da foto posada, os jogadores alemães colocaram a mão sobre a boca, em sinal claro de que estavam sendo calados.
Além disso, o goleiro Manuel Neuer, o capitão germânico, usa uma tarja de capitão em branco, sem nenhum dizer ou palavra escrita.
No início da semana, a Fifa anunciou que poderia punir com o cartão amarelo os capitães que usassem braçadeiras sem ser as disponibilizadas por ela nas partidas do Mundial.
O caso foi o capítulo de estopim para a imprensa e governo alemão aumentarem o tom nas críticas contra a entidade máxima do futebol pela escolha do país asiático como sede do Mundial, em razão das denúncias de desrespeito aos direitos humanos e trabalhistas. Homossexualidade, por exemplo, é crime passível de morte no Qatar.
A Alemanha, juntamente com outras seis seleções, tinha anunciado que usaria uma braçadeira com coração e diversas cores como parte da campanha "One Love". No entanto, após a Fifa ter anunciado sanções desportivas, as sete federações voltaram atrás nessa decisão, suscitando duras críticas na Alemanha.
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