Mario Götze foi convocado para defender a Alemanha na Copa do Mundo de 2022. Após um período em baixa, o meia se fez presente na lista de 26 atletas do técnico Hansi Flick que vão ao Qatar. Apesar de herói no último título alemão, o atleta contou sobre o período difícil que passou pós-Mundial.
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O meia foi uma das grandes surpresas da convocação desse ano. Ele não era chamado desde 2017 para defender a Alemanha. Em entrevista ao "The Athletic", o jogador de 30 anos, que marcou o gol do tetracampeonato em 2014 contra a Argentina, revelou as dificuldades de voltar ao cotidiano do futebol após a glória.
- Tive apenas 20 dias de férias (após o Mundial) e depois comecei de novo com o Bayern. Jogamos pela Copa da Alemanha uma semana depois. Há quatro semanas você ganhou o Mundial e agora está jogando contra um time da terceira divisão. Foi bem estranho - disse.
O jogador ainda contou que a ficha do feito realizado demorou a cair para um atleta de apenas 22 anos na época. Ele ainda revelou que mudaria esse cenário se possível.
- Levei algum tempo para realmente entender e processar tudo (gol do título de 2014). Agora consigo revisar e realmente ter noção do que aconteceu - declarou antes de completar.
- Se eu pudesse reescrever (a história) um pouco, eu faria o gol quando eu tivesse 35 anos, e então pararia de jogar - afirmou.
Os problemas continuaram aumentando a cada ano e Götze se mostrou fadigado nos treinos. Após exames, foi descoberto uma exaustão metabólica devido a um desequilíbrio hormonal que não permitia manter o alto nível, e ele decidiu interromper a carreira para se tratar em 2016, quando defendia o Borussia Dortmund.
- Foi uma decisão muito difícil. Porque eu tive que explicar para o clube. Normalmente se você tem uma lesão, você pode dizer: 'Olha, eu tenho uma ruptura, estou quebrado'. Eu tive que dizer a eles: 'Procure algo que você realmente não pode ver ou sentir. Mas está lá - contou.
O meia decidiu então deixar a Bundesliga pouco tempo depois. Passou pelo PSV, onde brilhou na Holanda, até retornar à Alemanha para representar o Eintracht Frankfurt.
- Quando eu olho para trás agora, o que eu diria para o meu eu mais jovem é essa coisa que eu tinha quando tentei treinar, fazer mais todos os dias, trabalhar em mim mesmo. Tem que trabalhar com certeza, ter talento, mas não pode esquecer que o tempo muda - acrescentou.
O meia mudou hábitos e voltará ao Mundial oito anos depois em busca do quinto título alemão, e, quem sabe, conseguir ser protagonista novamente por sua seleção.