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Por que o tema Copa do Mundo tem sido controverso dentro da Alemanha

Quase 77% dos germânicos ameaçam boicotar Mundial por conta, principalmente, da oposição à postura política do Qatar em assuntos sobre direitos humanos e trabalhistas

Manuel Neuer - Alemanha - Copa do Mundo
Capitão da seleção alemã, Manuel Neuer dá entrevista em chegada no Qatar, na quinta (Foto: Philip Reinhard/DFB)

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Se, entre 2006 (quando foi sede do torneio) e 2014, a torcida da Alemanha deu sinais ao mundo que o seu tradicional estilo frio e moderado estava se transformando para uma postura de apoio mais incondicional à seleção na Copa do Mundo, em 2022 as coisas voltaram à estaca zero no país germânico. E os motivos passam longe de qualquer desconfiança que possa haver com o time de Hansi Flick, após a eliminação precoce na primeira fase em 2018, na Rússia. São políticos.


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Segundo pesquisa publicada pelo 'Der Spiegel', 70% dos alemães não tem planos de assistir qualquer jogo do Mundial ou ao menos se manter informado sobre o que acontece no Qatar.

Segundo o periódico, a tendência é clara: em comparação com a Copa na Rússia , 77% dos entrevistados afirmaram que seu interesse caiu (63% até disseram 'com certeza'). Por outro lado, apenas 2% disseram que seu interesse no torneio aumentou.

Perguntados pela revista 'Der Spigel', as razões para o declínio geral no entusiasmo pelo Mundial são diferentes. Acima de tudo, há as circunstâncias especiais em torno da Copa disputada no emirado. O motivo mais citado, com 57%, é a situação dos direitos humanos no país asiático.

Há razões para isso. O Qatar conquistou o direito de sediar a Copa em 2010, em uma polêmica dupla decisão que deu o Mundial de 2018 para a Rússia. Vários membros do então Comitê Executivo da Fifa já foram condenados por corrupção desde então. O país asiático nega que tenha usado meios injustos e rebate as acusações sobre violação de direitos humanos e trabalhistas para trabalhadores imigrantes que atuaram nas obras do Mundial. Apesar de não flexibilizar as leis contra a homossexualidade e manter o veto ao consumo de bebidas alcóolicas em áreas pública, o que contraria acordos feitos pela entidade máxima do futebol.

As reclamações alemãs também passam pelo fato do torneio ser disputado no inverno (28%) e a falta de tradição futebolística no Qatar (24%) também são motivos para alguns dos entrevistados da 'Spiegel' não se interessarem pela Copa.

Segundo a emissora de TV 'RTL', dona dos direitos de transmissão dos jogos da seleção europeia no país, uma média de 4,2 milhões de pessoas assistiram ao último amistoso da Alemanha, uma vitória por 1 a 0 sobre Omã, na quarta-feira (16). O número representa apenas 19,3% da cota de mercado.

A partida anterior dos germânicos, um clássico, um empate por 3 a 3 contra a Inglaterra, em setembro, pela Liga das Nações, teve uma média de audiência de 7,58 milhões, segundo a RTL.

- No entanto, somente no decorrer do torneio ficará claro como será realmente o comportamento da população alemã na TV. Com as vitórias da seleção alemã, o interesse pode aumentar - pondera a própria 'Spiegel', em editorial publicado na sexta-feira (18).

Pode funcionar. Mas até a bola rolar para os germânicos, na próxima quarta-feira (23), às 10h (de Brasília), contra o Japão, a imprensa local tenta conquistar o público-alvo com uma série de reportagens críticas ao Qatar. Material não falta, já que políticos e ex-jogadores alemães vem usando o poder de fala para criticar o Qatar e a Fifa. A própria 'Spiegel', abaixo do editorial, estampava com destaque uma entrevista com Lars Stindl, capitão do Borussia Mönchengladbach e ex-jogador da seleção, convocando os jogadores a se manifestarem politicamente na Ásia.

- Com esta Copa do Mundo, nosso futebol será usado para fins não esportivos. Como jogadores, temos uma certa obrigação perante a sociedade de pelo menos chamar a atenção para as circunstâncias desta Copa do Mundo. O esporte pode se movimentar politicamente - destacou Stindl.

A pressão é crescente conforme se aproxima a abertura oficial da competição. Ainda na sexta, o novo presidente da Federação Alemã de Futebol, Bernd Neuendorf, teve de responder diversas perguntas sobre a liberdade de imprensa no Qatar, entre outros assuntos referentes ao país asiático. Prometeu ajudar ONGs para crianças dos países que mais forneceram trabalhadores para as obras do Mundial.

Mas fato mesmo é que o interesse na bola rolando segue pequeno. Conforme o LANCE! revelou, de todos os principais participantes da Copa, a Alemanha é a que teve o menor número de ingressos vendidos, por exemplo, ficando atrás de México, Brasil e Argentina, países com economia piores que a dos europeus.

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