O último tango: Messi busca título inédito em sua última Copa do Mundo
Craque da Argentina vem sendo o melhor jogador da competição
Ainda que não tenha conquistado uma Copa do Mundo, Lionel Messi se tornou ídolo na Argentina e busca chegar na mesma prateleira ocupada por Diego Maradona nos corações dos "hermanos". Na sua despedida da competição, o camisa 10 busca fincar, mais uma vez, seu nome na história do futebol e erguer o troféu.
Nascido em Rosário, o maior atleta do esporte no século iniciou sua carreira na categoria de base do Newell's Old Boys, clube em que Maradona atuou entre 1993 e 1994. Ainda cedo, o gênio precisou se mudar para Barcelona e entrar em La Masia, centro de formação dos jogadores que vestirão a camisa da equipe blaugrana.
DO ESPANHOLISMO AS DECEPÇÕES
Após iniciar sua carreira profissional na Catalunha em 2004, Messi não demorou muito para ganhar destaque internacionalmente. Com a Argentina, a estreia do craque aconteceu em agosto de 2005 em um amistoso contra a Hungria. Na ocasião, o jovem entrou durante o segundo tempo, mas foi expulso com um minuto de jogo.
Ao longo dos anos, o sucesso do gênio no Barcelona dirigido por Pep Guardiola culminou com o período vitorioso da Espanha. Por algum tempo, Messi era tratado como um estrangeiro dentro da Albiceleste por conta de sua formação como jogador longe da Argentina e pelo insucesso com a seleção em contraponto com o protagonismo e títulos que vinha ganhando com o Barcelona.
A partir de 2014, o torcedor "hermano" mudou seu comportamento com Messi durante a Copa do Mundo realizada no Brasil. Pela primeira vez, o nome do principal jogador da seleção surgiu em uma das canções dos "hinchas" que eram entoadas nas ruas e nas arquibancadas. Através do camisa 10 surgia a esperança do encerramento de um longo de títulos.
No entanto, a Argentina acabou com o vice-campeonato ao ser derrotada na decisão contra a Alemanha. Nos dois anos seguintes, mais dois vices em Copas Américas contra o Chile e a desilusão do gênio fez com que ele pensasse em se aposentar com a camisa da Albiceleste. Decisão precipitada e que, felizmente, não aconteceu.
- No vestiário pensei que acabou para mim a seleção, não é para mim. É o que sinto agora, é uma tristeza grande que volto a sentir. Foram quatro finais, infelizmente não consegui. Era o que mais desejava. É para o bem de todos - declarou o craque após a derrota nos pênaltis contra o Chile.
FALTA A CEREJA DO BOLO
De lá para cá, Messi disputou o Mundial em 2018 em um elenco conturbado sob comando de Jorge Sampaoli, perdeu companheiros, como Gonzalo Higuaín e Kun Agüero, mas recebia novos companheiros. Estes o tratavam como uma espécie de Deus a ser protegido a qualquer custo e por quem os devotos do camisa 10 iriam dar tudo de si para vê-lo feliz com a seleção.
Em 2021, a Argentina venceu por Messi a Copa América contra o Brasil, no Maracanã. Era o primeiro título de um gênio com sua seleção e a alegria estava estampada no rosto de um sonhador. Em 2022, o craque ergueu seu segundo troféu com o triunfo sobre a Itália na Finalíssima. E, após chegar no Qatar como uma das equipes favoritas ao título, a Albiceleste chegou na final.
Na última Copa de um dos maiores jogadores de futebol já visto nos gramados, resta apenas a cereja no bolo. O torneio não merece que Messi tenha o azar de bater duas vezes em uma decisão e ser derrotado. A competição não merece que um troféu que não tenha sido erguido por Cruyff, Zico, Platini e tantos outros craques não seja erguido por um atleta eleito sete vezes melhor jogador do mundo.
Mas mesmo que não vença, o azar é da Copa do Mundo. O camisa 10 da Argentina fez uma campanha brilhante, deu tudo de si e, certamente, será eleito o melhor jogador da competição. Em seis jogos, foram cinco gols e três assistências, lances geniais de um artista que ainda tem uma obra a ser completada. Quem sabe neste domingo.