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O bonito apoio que o povo de Marrocos deu para a sua seleção

Torcida dos africanos, em grande número, calou a de Portugal durante o jogo desta quarta-feira em Moscou, não deixando de aplaudir e de incentivar o seu selecionado. 

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 Torcida marroquina tomou de assalto o Estádio Lujniki (Foto: Carlos Alberto Vieira)

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Marrocos já está eliminado da Copa do Mundo da Rússia. Jogará contra a Espanha apenas para cumprir tabela. Mas a seleção deixou uma boa impressão. Tanto pelo futebol guerreiro que o time apresentou em campo - o que só aumenta a lamentação africana com a falta de sorte na derrota para o Irã e por ter de pegar um Portugal com Cristiano Ronaldo endiabrado na partida desta quarta-feira - como pelo comportamento da sua torcida.

Os fãs marroquinos deram show no Estádio Lujniki. Compareceram em grande número (muito maior do que os portugueses, embora eles se confundissem de longe, já que ambos os países têm o verde e o vermelho como cores nacionais) e fizeram o que foi possível: cada um presente cantou o hino nacional como se fosse a última vez que estivessem fazendo isso na vida; vaiaram demais Portugal quando este estava com a bola e, principalmente, Cristiano Ronaldo; e o torcedor não faltou um minuto com o apoio à sua seleção. Não seria injusto dizer que grande parte da motivação dos jogadores – que conseguiram dominar o jogo em muitos momentos – foi por causa dos torcedores. Qualquer lance tinha aplauso, bonito ou feio.

Em grandes grupos, os principais deles atrás dos dois gols, os fãs africanos reclamavam muito dos lances polêmicos que a arbitragem marcava contra a sua seleção, faziam o tradicional uhhh nas bolas que quase entraram no gol de Rui Patrício. Muitas vezes, eles ficavam tensos. Teve um que no fim do primeiro tempo, se desentendeu com algum russo pertinho de onde ficam os jornalistas. Foi preciso que a segurança aparecesse (sem maiores problemas).

Somente quando a torcida africana dava um descanso, em poucos momentos, como no lance do gol de Cristiano Ronaldo logo no início, ou em lances de perigo próximos da sua defesa, o Lujniki conseguia ouvir a torcida portuguesa. Ela ficou mais concentrada à esquerda das tribunas, cantando a sua tradicional “Portugal Allez, Portugal Allez”, pé-quente desde a conquista da Euro-2016.

No segundo tempo foi um massacre. Quem estava no Lujniki chegava a ter dor de ouvido tamanha a barulheira. Era bumbo que não parava de ser batido, corneta, gritaria de milhares. E, como tinha uma multidão em cada canto do estádio que faziam ações diferentes,  havia a  a sensação de que eram duas torcidas distintas apoiando um mesmo time.

E tome Marrocos em cima.  Belhanda quase empatou o jogo duas vezes , numa delas Rui Patrício fez defesa incrível. Teve Benatia perdendo chance, falta que passou raspando. Tamanha pressão ofensiva fazia esquecer que tinha gente torcendo por Portugal. Se algum patrício abriu o bico, não foi ouvido. Nem mesmo no lance mais agudo dos lusitanos, uma bola que sobrou para CR7 e o craque quase chutou para fora do estádio. Uhhh da torcida portuguesa? Que nada! Rolou foi uma sonora vaia à marroquina.  No fim, mesmo com a eliminação, sonoros aplausos para um time que lutou até o fim e quase empatou nos acréscimos com Ziyach (gol que ainda daria uma sobrevido para a sua seleção na Copa).

Marrocos caiu de pé. Fez ótima eliminatória, levando apenas gol no mata-mata da segunda fase (derrota por 1 a 0 para Guiné). Na fase decisiva, seis jogos sem sem ver bola em sua rede. Nesta Copa, derrotas apertadas por 1 a 0. Não fez feio. E ainda volta para casa orgulhoso de sua torcida, que ainda tem mais uma partida para dar seu apoio incondicional ao selecionado. Marrocos e seu povo merecem estar na festa da Copa do Mundo.

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