Fase de grupos termina com recorde de pênaltis e VAR como protagonista
Utilização da tecnologia tem sido determinante para o alto número de penais no Mundial. De acordo com a Fifa, árbitros utilizaram sete vezes o VAR para confirmar as infrações
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A Copa do Mundo de 2018 já tem a marca do cal como um lugar recorrente. Muito em função da utilização do sistema de árbitro de vídeo (VAR), o torneio disputado na Rússia alimenta um recorde histórico: a de ser o Mundial com o maior número de pênaltis marcados. Foram 24 penais marcados na fase de grupos. Destes, 19 terminaram em gols, outro feito inédito. De acordo com o balanço divulgado pela Fifa nesta sexta-feira, em sete ocasiões os árbitros utilizaram a ferramenta para assinalar as infrações dentro da área.
Com o modelo de disputa com 32 seleções, os Mundiais de 1998 e 2002 eram os que somavam o maior número de penalidades: 18. Destes, 17 foram gols. Para exemplificar o aumento excessivo neste ano: em 2014, na Copa que foi disputada no Brasil, apenas 13 pênaltis foram marcados e 12 terminaram em gols. Na África do Sul, em 2010, 15 foram marcados e nove convertidos.
Não resta dúvida que o VAR tem tido um grande protagonismo até o momento na competição. A ferramenta foi usada 17 vezes no decorrer dos jogos para sanar dúvidas da arbitragem. Um fato curioso aconteceu na partida entre Irã e Portugal, em duelo válido pela terceira rodada do Mundial. O árbitro Enrique Cáceres utilizou o recurso do vídeo em duas ocasiões para assinalar um pênalti para cada lado. Foi a primeira vez que a ferramenta foi utilizada para marcar duas penalidades no mesmo jogo. Cristiano Ronaldo perdeu, Ansarifard converteu.
Antes da Copa do Mundo, a Fifa divulgou um documento com o relatório de acertos do VAR que também colocou por terra os argumentos contrários à sua utilização. A perda de tempo de jogo estava entre as principais reclamações de dirigentes e torcedores, mas a entidade revelou que o VAR utiliza apenas 1% do tempo total da partida. Perde-se mais tempo com laterais e escanteios que com o recurso. No Mundial, a melhoria é evidente.
Outro ponto levado em consideração foi o tempo médio para checagem dos lances. No início da utilização do recurso eletrônico, isso foi o que causou mais problemas, mas o aprimoramento vem diminuindo o tempo. A espera, em média, é de 20 segundos, enquanto possíveis correções duram de 39 segundos (via comunicação interna) a 70 segundos (revisão em campo). Outro exemplo de melhoria na Copa do Mundo.
Entre dados interessantes, está a média de um erro claro corrigido pelo VAR a cada três jogos, enquanto os erros claros não corrigidos estão em um a cada 20 jogos. O recurso ajudou o árbitro a corrigir decisões erradas em 24% das partidas, enquanto foi determinante para o resultado final em 8% delas. O índice de acerto em lances capitais com o recurso é de 98,9%.
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Apesar do aumento significativo na marcação de penalidades, as reclamações recentes de técnicos e jogadores com algumas decisões do sistema de árbitro de vídeo são comuns no Mundial. A Fifa, entretanto, fez um balanço positivo do uso da ferramenta.
- A Fifa está extremamente satisfeita com o nível de arbitragem e o sucesso na implementação do VAR, que foi positivamente aceito e apreciado na comunidade do futebol - disse a entidade.
O Brasil esteve no centro da questão em duas oportunidades: primeiro no lance em que Miranda foi empurrado dentro da área pelo atacante Zuber, da Suíça, na jogada que originou o gol de empate na estreia da Seleção Brasileira. Depois, foi a vez de Neymar ser castigado pela tecnologia. Na partida contra a Costa Rica, o camisa 10 foi tocado pelo zagueiro González. O juiz Bjorn Kuipers, da Holanda, marcou o pênalti. No entanto, após ser alertado, ele consultou o vídeo e alterou sua decisão.
- Tanto pode dar como pode não dar (pênalti no Neymar). Eu, Adenor, não o Tite técnico. Com uma pitada a mais do que o Gabriel, que eu falei que era de interpretação. Se sou eu o árbitro, cal. Se sou eu, não volto. Mas respeito porque é passível de interpretação. Não precisamos de arbitragem para vencer jogo, queremos que seja justa. Tal qual foi olhado agora, que tivesse sido olhado antes. E interpretem da forma que quiserem, mas olhem, sejam iguais para todos. Para mim, Adenor, é pênalti. Aquele do Gabriel eu até não daria. O Brasil não quer auxílio, os atletas e o técnico não querem. Quer ganhar sendo mais competente - disse Tite após a vitória por 2 a 0 sobre a Costa Rica.
Nesta sexta-feira, o chefe dos árbitros da Fifa e da Uefa, Pierluigi Collina, considerou o lance do empate contra a Suíça como um exemplo correto na utilização do VAR.
- No futebol, nem todo contato é falta. Reparem que ninguém reclama. Os jogadores só foram reclamar depois que o lance passou no telão - disse.
Confira os pênaltis marcados até o momento na Copa da Rússia:
Portugal 3 x 3 Espanha - Gol: Cristiano Ronaldo (Portugal)
França 2 x 1 Austrália - Gol: Griezmann (França)
França 2 x 1 Austrália - Gol: Mile Jedinak (Austrália)
Argentina 1 x 1 Islândia - Messi perdeu o pênalti (Argentina)
Peru 0 x 1 Dinamarca - Cueva perdeu o pênalti (Peru)
Croácia 2 x 0 Nigéria - Gol: Modric (Croácia)
Suécia 1 x 0 Coréia do Sul - Gol: Granqvist (Suécia)
Tunísia 1 x 2 Inglaterra - Gol: Sassi (Tunísia)
Colômbia 1 x 2 Japão - Gol: Kagawa (Japão)
Rússia 3 x 1 Egito - Gol: Salah (Egito)
Dinamarca 1 x 1 Austrália - Gol: Jedinak (Austrália)
Nigéria 2 x 0 Islândia - Gol: Sigurdsson perdeu o pênalti (Islândia)
Bélgica 5 x 2 Tunísia - Gol: Hazard (Bélgica)
Coreia do Sul 1 x 2 México - Gol: Carlos Vela (México)
Inglaterra 6 x 1 Panamá - Gol: Harry Kane (Inglaterra)
Inglaterra 6 x 1 Panamá - Gol: Harry Kane (Inglaterra)
Arábia Saudita 2 x 1 Egito - Fahad Al Muwallad perdeu o pênalti
Arábia Saudita 2 x 1 Egito - Gol: Salman Al Faraj (Arábia Saudita)
Irã 1 x 1 Portugal - Cristiano Ronaldo perdeu o pênalti
Irã 1 x 1 Portugal - Gol: Karim Ansarifard (Irã)
Nigéria 1 x 1 Argentina - Gol: Moses (Nigéria)
Islândia 1 x 1 Croácia - Gol: G. Sigurdsson (Islândia)
México 0 x 3 Suécia - Gol: Granqvist (Suécia)
Suíça 2 x 2 Costa Rica: Gol: Sommer (contra)
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