Cristiano Ronaldo ainda não teve em uma Copa do Mundo o desempenho que se espera de alguém eleito cinco vezes o melhor do planeta, com apenas três gols em três participações no torneio. Mas o português vai para o seu quarto Mundial consecutivo e só precisa balançar as redes na Rússia para igualar uma marca de Pelé.
O astro pode se tornar o quarto jogador da história com gol em quatro Copas do Mundo. Até hoje, além de Pelé, somente os alemães Uwe Seeler e Miroslav Klose atingiram o feito, mas todos com números bem melhores do que o CR7, que marcou somente um gol em cada uma de suas participações desde 2006.
Pelé, além de ser o único jogador na história a ter conquistado três Mundiais, tem 12 gols em 14 jogos no torneio - balançou as redes seis vezes em 1958, uma em 1962, uma em 1966 e quatro em 1970. Já Seller, contemporâneo de Pelé, tem nove em 21 partidas - dois em 1958, dois em 1962, dois em 1966 e três em 1970.
O também alemão Klose, por sua vez, é o maior artilheiro da história das Copas do Mundo, com 16 gols marcados em 24 partidas. Deixou sua marca cinco vezes em 2002, outras cinco em 2006, quatro em 2010 e duas em 2014, quando conquistou o título mundial no Brasil.
Cristiano Ronaldo tem números muito abaixo desses que podem ser seus companheiros na seleta lista. Até por isso, aos 33 anos, tem mostrado que quer fazer do torneio na Rússia a sua Copa do Mundo, empenhando-se intensamente nos treinamentos e embalado pelos três títulos consecutivos na Liga dos Campeões da Europa e por ter sido escolhido o melhor do mundo nas três últimas temporadas. Bem diferente das edições anteriores.
Sua primeira participação na competição foi em 2006, na Alemanha, aos 21 anos, no time comandado por Luiz Felipe Scolari. Estreou na vitória por 1 a 0 sobre Angola e marcou gol logo em seu segundo jogo, cobrando pênalti no 2 a 0 diante do Irã. Depois, não balançou as redes contra Holanda (1 a 0 nas oitavas de final), Inglaterra (0 a 0, mas converteu pênalti na decisão nas quartas de final), França (derrota por 1 a 0 na semifinal) e Alemanha (derrota por 3 a 1, na disputa pelo terceiro lugar).
Em 2010, Cristiano Ronaldo já tinha sido eleito o melhor do mundo, dois anos antes, e estava no Real Madrid. Mas era um astro que vivia uma entressafra de gerações, e também não rendeu. Mesmo estando em todos os 360 minutos de Portugal no Mundial da África do Sul, só fez gol na vitória por 7 a 0 sobre a Coreia do Norte, na primeira fase. Nem ele nem os colegas balançaram as redes nos 0 a 0 diante de Costa do Marfim e Brasil, na fase de grupos, e na derrota por 1 a 0 para a Espanha, nas oitavas de final.
Em 2014, chegou ao Brasil como herói da classificação na repescagem das Eliminatórias, contra a Suécia, e tinha acabado de conquistar a Liga dos Campeões pelo Real Madrid. Mas estava claramente limitado por uma lesão na coxa esquerda. Passou em branco na derrota por 4 a 0 para a Alemanha, deu passe para o gol de Varela no empate por 2 a 2 diante dos Estados Unidos e fez o gol na vitória por 2 a 1 sobre Gana, aos 49 minutos do segundo tempo, mas sem evitar a eliminação logo na primeira fase.
Apesar de ter feito três gols em 13 jogos, basta balançar as redes contra Espanha, nesta sexta-feira, Marrocos, na quarta-feira, ou Irã, no dia 25, para Cristiano Ronaldo entrar na história das Copas do Mundo, mesmo se Portugal cair precocemente na primeira fase. E o astro ainda poderia se tornar o primeiro a fazer gol em cinco edições diferentes de Mundial se estiver com seu país no Catar, daqui quatro anos.