ANÁLISE: Esterilidade em Copas do Mundo torna a Espanha uma escola… de fracassos
Feitos da La Roja nos últimos tempos são muito menos brilhantes do que supõem um estilo de jogo tão dominante em termos de posse de bola. Time que chuta pouco vence pouco
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Ao ser campeã da Copa do Mundo e bicampeã da Eurocopa, a Espanha tornou cristalino o domínio que impunha no futebol mundial no período. De fato, entre 2008 e 2012 o estilo de troca de passes curtos até encontrar a finalização foi incontestavelmente vitorioso. Só que o tempo passou e o que se convencionou chamar de "escola" virou uma sequência de retumbantes fracassos.
Isso a despeito do envelhecimento, das trocas de jogadores e das mudanças de geração. Porque 2013 deu sinais, com a avalanche que o Brasil aplicou na final da Copa das Confederações. Em 2014, a eliminação foi na primeira fase, e com direito a goleada por 5 a 1 para a Holanda.
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Dois anos mais tarde, a eliminação na Eurocopa foi nas oitavas de final, para a Itália. Na Copa do Mundo da Rússia, a queda para a anfitriã foi na mesma fase.
Na Nations League, em 2020, o maior feito foi a vitória por 6 a 0 sobre a Alemanha. No ano passado, na final da competição, derrota para a França. Não chega a ser um fracasso, convenhamos. Só que passa um ano e, novamente, na hora de mostrar poder de fogo, a tal "escola de futebol" perde para o Japão e, nos pênaltis, cai para o Marrocos.
Vitória? Sobre a Costa Rica. Nos três Mundiais pós-título, os outros triunfos foram sobre Irã e Austrália. Repito: foram participações em três edições de Copa do Mundo.
-> Confira a tabela da Copa do Mundo
Na edição qatari, foram quase mil passes trocados contra a Costa Rica, o dobro de passes trocados contra a Alemanha, e, contra o Japão, 80% de posse de bola. E perdeu sem ter sido apontada injustiça. E por quê? Porque a própria imprensa espanhola observou a esterilidade da incansável troca de passes. O que se repetiu diante do Marrocos, na última terça-feira.
Foram 70% de posse de bola. Mais de 900 passes certos trocados contra 221 dos norte-africanos (dados do Footstats). Só que o número de finalizações certas foi parelho. Duas marroquinas contra três espanholas - Luis Enrique citou as 11 erradas. Sim, fora do alvo. Pouquíssimo perigo.
Esta foi a primeira Copa sem Xavi e Iniesta. Um dos elencos mais jovens da competição precisava amadurecer e se impor. Pedri e Gavi são alguns dos mais promissores. Individualmente, não há quem tenha feito uma Copa ruim. Acontece que a escola de futebol, se ainda existe, novamente fracassou.
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