Giroud? A França já mostrou que pode ganhar a Copa com ‘9’ em baixa
Na conquista de 1998, atacantes de área também era contestados, como o atual titular, que ainda não marcou no Mundial. Quem pode ser o Zidane da vez?
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O técnico Didier Deschamps nem dá bola quando é questionado sobre o desempenho do centroavante Olivier Giroud, que ainda não fez um gol sequer na Copa do Mundo. Talvez porque ele saiba mais do que ninguém do que a França é capaz mesmo com um camisa 9 em baixa. Capitão do time campeão em 1998, o comandante vê o filme se repetir agora em outra final. Os franceses bem, mesmo com críticas ao atacante de referência.
Em 1998, no título em casa, a França teve três centroavantes convocados: Guivarc'h, Dugarry e Trezeguet. Nenhum deles se firmou durante a Copa e acabaram tendo que se revezar. A soma de gols foi discreta: apenas dois.
A participação na Copa foi uma confusão. Aos 28 anos, Guivarc'h começou como titular, se machucou logo no primeiro jogo, e acabou passando em branco na Copa. Deu espaço para Dugarry, de 26 anos, que entrou na estreia contra a África do Sul e fez gol na goleada de 3 a 0. Mas depois disso ele não voltou a marcar. Guivarc'h voltou ao time e foi até a final, mesmo sem balançar redes.
Nesse meio havia dois jovens promissores. Também centroavante, Trezeguet tinha 21 anos e teve chances. Chegou a marcar na primeira fase, mas foi uma vez só. Passou a entrar esporadicamente no segundo tempo. O outro nome do ataque era Thierry Henry, também com 21 anos. Na época, porém, ele atuava mais pela beirada do campo e deixou sua marca uma vez, na goleada de 4 a 0 sobre a Arábia Saudita.
Com a escassez de gols dos atacantes, a França viveu algo que se repete agora. Na vitória sobre a Bélgica na semifinal, coube ao zagueiro Umtiti marcar o gol da classificação à final. Já em 98, o mata-mata inteiro foi decidido por atletas que não atuavam no ataque. Nas oitavas de final, o zagueiro Blanc marcou na morte súbita contra o Paraguai. As quartas foram decididas nos pênaltis contra a Itália após empate em 0 a 0. Nas semifinais, brilhou a estrela do lateral-direito Lilian Thuram, com dois gols sobre a Croácia, vitória por 2 a 1. E na final conta o Brasil, Zidane acabou com o jogo com dois gols e o meia Petit decretou a vitória por 3 a 0.
A França faz a terceira final em 20 anos. Depois do vice em 2006 para a Itália com derrota nos pênaltis, tem de novo a chance do bicampeonato. Na final, Giroud deve estar novamente em campo. Ele ainda não marcou nem acertou um chute ao gol em toda a Copa. Mas, os franceses já mostraram que dá para ser campeão do mundo sem precisar dos gols de um camisa 9. São coincidências, que Deschamps conhece, mas não quer levar em conta. Pelo menos não publicamente.
- Cada um deve viver em seu tempo. Eu nunca, nunca menciono minha história, os jogadores já conhecem. Não posso falar do que se passou há 20 anos. São tempos distintos, isso não significa que não estou orgulhoso agora. Não podemos olhar para trás, e sim para frente. Vamos tentar escrever uma nova página na história, uma linda página - afirmou o treinador.
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