O produtor de cinema, Hannes Halldorsson, jamais fez um roteiro tão perfeito em sua carreira. Ele, que é goleiro da Islândia, foi um dos pilares para a estreia mais do que histórica do país em uma Copa do Mundo. Pegou um pênalti de Messi e fez grandes defesas. O empate em 1 a 1 com a toda poderosa Argentina jamais sairá da mente da população do país com pouco mais de 330 mil habitantes.
O camisa 1 islandês, ao lado do atacante Finnbogason, autor do primeiro gol da Islândia em Mundiais, estragou a estreia da Argentina, que teve, além do erro crucial de Messi, Mascherano se tornando o jogador que mais vezes vestiu a camisa de sua seleção (144 jogos), e Agüero, que abriu o placar, marcando seu primeiro gol pela seleção em Copas.
Com o resultado, os dois países conquistaram um ponto e estão empatadas na classificação do Grupo D. Confira os cinco atos que explicam este jogo histórico que aconteceu no Spartak Stadium, em Moscou (RUS).
Primeiro ato: regularidade
O time da Islândia teve uma proposta definida desde o início: ferrolho na defesa, marcação forte e saída apenas nos contra-ataques. Os 90 minutos foram quase perfeitos, exceto em dois momentos: no gol de Agüero e no pênalti cometido por Magnússon em Meza.
Segundo ato: coragem
A Islândia não se intimidou em seu primeiro jogo na história da Copa, que era diante de um peso pesado. Levou um gol, mas teve maturidade para não se desesperar e conseguiu o empate. Deu trabalho, levou perigo, e deixa uma mensagem que pode ser a surpresa deste Mundial.
Terceiro ato: Messi
O craque da Argentina não teve uma estreia inspirada. Muito bem marcado, não encontrou muitos espaços para criar ou tentar finalizar. Mas teve a chance nos pés de decretar a vitória argentina em pênalti, quando o jogo estava 1 a 1. Não bateu bem e parou em Halldorsson.
Quarto ato: defesa que preocupa
Se a parte ofensiva da Argentina tem recursos, o mesmo não pode ser dito do sistema defensivo. Mesmo diante de um rival, em tese fraco e inexperiente em Mundiais, a defesa argentina falhou muito. Quase entregou um gol, falhou no marcado por Finnbogason. Contra um rival mais gabaritado, precisa, e muito, se ajustas.
Ato final: heróis e vilões
O empate tem dois jogadores que ficarão para sempre na memória: o goleiro Halldorsson, o atacante Finnbogason e o técnico Heimir Hallgrímsson. Independente do que ainda fizeram na Rússia, o jogo deste sábado já os colocou na história. Por outro lado, Jorge Sampaoli demorou a mudar o time, não colocou Dybala, montou uma equipe sem inspiração. Com isso, ficou devendo ao mostrar que a bicampeã mundial ainda é protagonista. Di Maria, Biglia e Meza, apesar de ter sofrido o pênalti, decepcionaram.
E agora?
A Argentina, pressionada, encara a Croácia, na quinta-feira, em Nizhny Novgorod. Na sexta-feira, a Islândia duela com a Nigéria em Volgogrado.
ARGENTINA 1 x 1 ISLÂNDIA
Data/Horário: 16/6/2018, às 10h (de Brasília)
Local: Spartak Stadium, Spartak (Rússia)
Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
Assistentes: Pawe Sokolnicki (Polônia) e Tomasz Listkiewicz (Polônia)
Público: 44.190
Cartões amarelos: -
Cartões vermelhos: -
Gols: Aguero, aos 18'/1ºT (1-0); Finnbogason, aos 23'/1ºT (1-1)
ARGENTINA: Caballero, Salvio, Otamendi, Rojo e Tagliafico; Mascherano e Biglia (Banega - Intervalo); Meza (Higuaín - 38'/2ºT), Messi e Di María (Pavón - 29'/2ºT); Aguero. Técnico: Jorge Sampaoli.
ISLÂNDIA: Halldórsson, Saevarsson, Árnason, R. Sigurdsson e Magnússon; Gunnarson (Skúlason - 30'/2ºT), Hallfredsson e G. Sigurdsson; Gudmundsson, Bjarnason e Finnbogason (Sigurdarson - 42'/2ºT). Técnico: Heimir Hallgrímson.