ANÁLISE: Southgate arrumou sarna para se coçar na Inglaterra
Rashford e Phil Foden entraram para preservar Saka e Sterling e foram muito bem. Agora, o treinador precisará decidir quem escalará nas oitavas de final
A ideia de Gareth Southgate em promover as entradas de Marcus Rashford e Phil Foden no duelo contra o País de Gales era para descansar Bukayo Sala e Raheem Sterling, titulares nos dois primeiros jogos da Inglaterra na Copa do Mundo. Porém, a atuação da dupla que entrou, com certeza colocou uma grande pulga atrás da orelha do treinador inglês.
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É a chamada dor de cabeça positiva. Mas em uma competição de tiro curto, erros dificilmente passam batido, principalmente agora que o torneio entrará em sua fase de mata-mata. Sendo assim, é importante que o treinador inglês saiba bem a decisão que vai tomar já a partir deste domingo (4), quando o English Team encara o Senegal, pelas oitavas de final.
Contra os galeses, a Inglaterra estava virtualmente classificada. Embora precisasse confirmar pelo menos um ponto na última rodada do grupo B, a situação era muito mais favorável que os adversários desta terça-feira (29). Ainda assim, como a promoção não estava garantida, as mudanças e experiências contra os galeses foram mais tímidas na escalação inicial, mas ganharam força total após os ingleses marcaram os dois primeiros gols da vitória por 3 a 0, ambos marcados no início da etapa final.
Como Saka e Sterling não foram sacados por deficiência técnica, ainda acredito que a tendência é que a dupla volte a sair jogando já nas oitavas de final, mas a apresentação de Rashford abriu uma margem gigante para que o atleta ganhe a vaga. Ele já havia deixado a sua marca assim que entrou durante o duelo contra o Irã, na estreia da Inglaterra na Copa do Mundo. Phil Foden, por sua vez, foi bem, mas ainda acho que precisa amadurecer em algumas tomadas de decisões. Claramente é aquele atleta para fazer fumaça no segundo tempo, caso os ingleses necessitem no decorrer das partidas decisivas.
Assim, como Saka foi muito bem na estreia, tendo marcado dois gols, seria interessante ver uma dupla de pontas com Saka e Rashford. O fator negativo para essa parceria seria que dificilmente haveria troca de posições, como ocorreu entre Rashford e Foden, diante de Gales. Isso porque é difícil Saka largar o seu lado direito de ataque, que é do seu costue.
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Em meio a tudo isso, ainda vejo a necessidade gritante de Southgate escalar um meio-campista de articulação. Antes do duelo contra Gales, a expectativa era que Grealish ganhasse um espaço no setor, mas a escolha de Gareth Southgate foi curiosa, adotando uma esquema com três volantes, sendo que Jude Bellingham jogaria mais solto, na frente da dupla de meias de contenção. E, embora o garoto de 19 anos seja um dos atletas com mais qualidade e potencial nesta Copa, ficou claro que essa função não o favorece. Ele tentou, esteve próximo dos atletas mais ofensivos, em alguns momentos até deu alguns passes de efeito, mas ficou longe de ser o armador que a seleção inglesa necessita.
Eu ainda não acho Grealish o cara ideal para a armação da Inglaterra, mas gostaria muito de ver James Madison ganhando espaço. O jogador ficou fora dos dois primeiros jogos na Copa por conta de dores no joelho, mas agora está recuperado, tanto que ficou entre os reservas da seleção inglesa contra Gales.
Maddison é o meia com maior potencial artualmente para quebrar linhas de passes. Com participação em 30 gols do Leicester na temporada passada, se estiver em forma, James é o cara ideal para assumir a zona central da seleção.