‘Maior invicta’ da Copa, Espanha tira lado positivo do sofrimento na Rússia

O tom da imprensa espanhola em Moscou é crítico quanto ao futebol apresentado pela Espanha até aqui na Copa do Mundo. Os cinco pontos no Grupo B, conquistados com vitória por 1 a 0 sobre o Irã e empates com Portugal (3 a 3) e Marrocos (2 a 2), não empolgaram. Mas há um fato que joga a favor da seleção, que encara a Rússia neste domingo, pelas oitavas. A Espanha é, entre todas as equipes classificadas, a que está há mais tempo invicta: os dois anos se completaram na última quarta-feira.

Nenhuma outra seleção da Copa do Mundo está há tanto tempo sem perder. A seleção espanhola acumula 23 jogos de invencibilidade, com 15 vitórias e oito empates. A última derrota aconteceu em 27 de junho de 2016, para a Itália (2 a 0), pelas quartas de final da Eurocopa. O Brasil, por exemplo, perdeu pela última vez em 10 de junho de 2017 (amistoso contra a Argentina - 1 a 0).

Questionado pelo desempenho abaixo do esperado na Rússia, o técnico Fernando Hierro, que assumiu às vésperas da estreia por conta da crise que culminou na queda de Julen Lopetegui, diz ter plena confiança na preparação que foi feita para a partida contra o time da casa, neste domingo, em Moscou.

- Nós sabemos o que queremos, sabemos de forma clara o que é o time da Rússia. A partir dai é muita confiança no trabalho, em nossos jogadores. Temos confiança plena na nossa força, analisamos os rivais, bola parada, coisas a favor e contra. Temos claro que fizemos tudo, temos confiança na equipe, treinamos muito bem, em grande nível físico e mental. Essa dificuldade de ganhar dos outros jogos nós trocamos por um pensamento positivo. Ninguém sabe o que vai acontecer, medo do desconhecido não adianta. Só temos confiança - disse.

Há o copo meio cheio, e o copo meio vazio. Se é verdade que a Espanha acumula a maior invencibilidade das seleções da Copa, também é um fato que a equipe mais empatou do que ganhou em 2018. Foram quatro empates e três vitórias. Antes do Mundial, a equipe venceu amistosos contra Tunísia (1 a 0) e Argentina (6 a 1) e empatou com Suíça e Alemanha, ambos em 1 a 1.

- O futebol é um jogo de erros, quem erra menos... Temos de minimizar os erros, temos de ser inteligentes, sabemos o que temos de solucionar. Uma equipe já se levantou quatro vezes, fez gol no último minuto. Temos muitas coisas para sermos otimistas, que a equipe tem coisas boas. Está guerreando atrás do placar - destacou Hierro.

A longa invencibilidade balança na Copa do Mundo. A Espanha ficou duas vezes atrás no placar contra Portugal até o 3 a 3. Contra Marrocos, quando conseguiu o empate (2 a 2) nos acréscimos, em lance corrigido pelo VAR, também teve de correr atrás dos marroquinos por duas vezes. A equipe, famosa por sua posse de bola, está ciente que mais sofrimento pode vir pela frente.

- Nos vemos como uma seleção que se classificou bem. Temos nosso plano, mas quando a bola rola são detalhes. As partidas no Mundial são assim. É uma fase nova. Muitas vezes quem é melhor também vai para casa. Prevemos um jogo duro - afirmou Fernando Hierro.

Os cinco gols sofridos em três partidas colocaram em xeque o estilo de jogo da equipe. A fragilidade defensiva é a que mais causa preocupação.

- Temos de ter a bola. Mas cada jogo te pede uma coisa. A filosofia de jogos que temos é a que nos levou a ganhar - destacou o meia David Silva.

Espanha e Rússia jogam às 11h deste domingo, no Lujniki, palco da final da Copa. O vencedor do duelo encara Croácia ou Dinamarca nas quartas.