Não foi apenas a Seleção Brasileira que saiu insatisfeita com a arbitragem. O técnico Gareth Southgate e o atacante Harry Kane cobraram mais critérios nas decisões que envolvem o uso da tecnologia após vitória por 2 a 1 sobre a Tunísia, na última segunda-feira, em Volgogrado.
Os britânicos reclamaram durante o jogo de dois lances em que o Kane foi agarrado na área. Em nenhum deles o árbitro Walmir Roldán foi conferir se, de fato, houve pênalti. Por outro lado, o apitador marcou um a favor da Tunísia, que foi convertido por Sassi.
- Estou meio chateado com isso. Talvez não tivesse parecido no vídeo, não vi de novo, mas no campo foi pênalti. Eu acho que para isso que serve o VAR, para ajudar a tomar uma decisão. Eu tentei correr em alguns escanteios e simplesmente não conseguia me mexer. Eu acho que não tem muito o que fazermos depois do que aconteceu - declarou o capitão Kane.
O atacante foi além e pediu que os árbitros façam reflexão em relação aos pênaltis não dados a favor da Inglaterra para evitar erros futuros.
- Claro, é parte do jogo, nós sabemos disso. Nós tivemos um (pênalti) contra nós hoje, talvez tenham outros, mas o que podemos fazer é jogar o jogo. Esperamos que os árbitros olhem para trás e possam fazer certo no próximo jogo. Estou orgulhoso que não desistimos, talvez os torcedores não estejam tão felizes, mas conseguimos.
Já Gareth Southgate falou em dois pesos e duas medidas na partida.
– Se foi pênalti para um, tem que ser para outro. Se o pênalti foi dado a eles, o ideal seria também darem para nós.
A Inglaterra volta a campo no próximo domingo, quando enfrenta, às 9h (de Brasília), o Panamá, em Nizhny.
BRASIL RECLAMA DO VAR
Além da Inglaterra, a Seleção Brasileira reclamou da arbitragem no empate em 1 a 1 com a Suíça, no último domingo. As críticas são pela não marcação de um pênalti sobre Gabriel Jesus e no gol dos europeus, quando Miranda é empurrado por Zuber.
Tanto que a CBF enviou uma carta à Comissão de Arbitragem da Fifa para entender o por que de o árbitro não ter sido usado nestes lances. O chefe da delegação, Rogério Caboclo, é quem assina o documento divulgado na íntegra no site oficial da entidade.
Além do posicionamento da Fifa, a entidade brasileira solicita também áudio e vídeo usados pelo VAR e questiona suposto pênalti não marcado em Gabriel Jesus.
- A CBF gostaria de dividir com a Fifa sua crença firme numa implementação apropriada e efetiva da tecnologia do VAR. Com isso em mente, a CBF respeitosamente pede que sejam fornecidos o vídeo e o áudio do VAR, de maneira a verificar o que realmente aconteceu. (...) Erros claros do árbitro que, portanto, deveriam ter sido analisados pelo VAR, de acordo com o protocolo do VAR (...) - diz trechos do documento.
A intenção da CBF é manifestar o descontentamento quanto à atuação do árbitro mexicano César Ramos, que se negou a olhar o telão após o lance, e entender quais são os critérios para o uso do VAR durante os jogos. A tecnologia está presente pela primeira vez em uma Copa do Mundo e já foi usada em outros jogos do torneio.
- O lance do Miranda é muito claro. E não estou justificando o resultado. Muito claro. O lance do pênalti é passivo de interpretação. Mas o primeiro não. Não dá para conceber alto nível dessa forma - ponderou Tite, no último domingo, logo após a partida em Rostov.