Pool da Copa: ‘Colômbia, a mesma equipe, porém diferente’
O jornalista Gabriel Meluk, do jornal colombiano E Tiempo, faz uma análise profunda da Seleção da Colômbia antes da estreia no Mundial, contra o Japão
Uma das palavras mais usadas e repetidas é a renovação. É pronunciado como um abracadabra de poderosos mistérios mágicos - e até mesmo místicos - que pelo poder quase sobrenatural faz com que as equipes apareçam com novos jogadores como um requisito indispensável para alcançar o sucesso.
A Seleção Nacional da Colômbia está a 48 horas de disputar seu primeiro jogo do Grupo H contra o Japão, a Copa do Mundo na Rússia, com uma equipe em que menos da metade dos 23 jogadores fizeram parte do grupo que disputou o Mundial há quatro anos, no Brasil.
É paradoxal que 13 jogadores, 56,52% dos convocados, não tenham a experiência de já ter jogado pelo menos uma Copa do Mundo (José Cuadrado, Yuri Mina, Dávinson Sánchez, Oscar Murillo, Farid Díaz, Johan Mojica , Wílmar Barrios, Jefferson Lerma, Mateus Uribe, José Izquierdo, Luis Fernando Muriel, Miguel Borja e Falcão García). 72,72% da provável equipe titular (8 de 11 jogadores) dão à hipotética formação titular da Colômbia uma sensação de segurança por terem jogador no Brasil em 2014. Vale a pena dizer então que a Colômbia é o mesmo time, mas diferente.
Então, pode-se dizer que a Colômbia é uma equipe inexperiente, mas tem uma longa rodagem. A mistura entre jovens e veteranos parece ser a chave para o sucesso. Não aposente jogadores prematuramente nem rejuvenesce o grupo pela força do simples prurido para mudar para mudar.
O caso exemplo para esta situação é o de Radamel Falcao Garcia, capitão da equipe que apesar de sua ampla e brilhante carreira será um estreante na Copa do Mundo da Rússia, depois de perder o mundial passado com uma lesão no joelho. Ou seja, ele será um debutante veterano.
O termo "renovação" esconde, incidentalmente, o tema da idade dos jogadores e do debate entre jovens e veteranos no jogo. A teoria física e do futebol que prevalece é que o jogador de futebol está na plenitude de suas condições quando tem 27 anos de idade.
A equipe nacional de hoje, com uma média de idade de 27,3 anos, ocupa a 17ª posição entre as equipes mais velhas da Copa do Mundo. Está quase no meio de uma classificação na qual o recém-chegado Panamá é o "mais velho" de todos, com uma média ponderada de 29,4 anos, e a Nigéria, a mais jovem com 24,9. No intervalo de 27 anos, com a Colômbia são 12 equipes, um terço dos participantes que esperam para amadurecer uma grande campanha na Copa do Mundo.