Pool da Copa: ‘Vamos salvar o Messi’
Leo Farinella, do diário 'Olé', sai em defesa do craque, lembrando que mesmo para ele, não é possível almejar mais sem uma equipe forte
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Messi é o eixo dos nossos sonhos, o foco de nossos olhares. Nós vamos todos observar seu rosto no hino, seus movimentos, suas orações. Nós sentimos que tudo, absolutamente tudo, depende dele. Não é justo, nós sabemos. Messi não merece carregar mais a mochila do que os demais. É claro que ele se preparou para a Copa do Mundo e que ainda não começou a jogar. O medo é que permaneçamos do lado de fora com o Messi andando, trancado em seus medos, oprimido, incapaz de deixar ir e aproveitar. É cruel, mas é o medo que temos. Além disso, a Argentina não é para nos iludir com a realização de uma boa Copa do Mundo e, portanto, também não é para colocar a culpa nele se formos eliminados.
Fizemos quase tudo errado estes anos e se ainda vislumbramos um fio de esperança é que uma noite no Equador foi colocado a roupa de Superman Messi. Pedimos, exigimos, nós oramos, que coloque sempre esta roupa e hoje também. Então a grande vergonha que seria para Messi deixarmos a Copa dop Mundo antes do previsto e sem que herói jogasse algo perto do que se espera dele.
Aos 31 anos, Messi ainda tem os mesmos sonhos de quando iniciou carreira. Crescer todos os dias e ser um jogador. Nós já vimos mil vezes que ele ama a camisa Argentina e fala com os olhos fechados, dizendo que trocaria todas as Bolas de Ouro para ganhar a Copa do Mundo.
Sabendo disso, muitas vezes ficamos com raiva porque o vemos andando em campo, como na Croácia. Parece ausente, perdido. Ele não tem lógica: como ele se importa tanto e fica parado, não faz nada? A cena é tão grotesca que você não deve ficar mais bravo. É evidente que há algo paralisante mais poderoso do que o desejo de quebrá-lo e ser campeão da Seleção. Tentar uma explicação é audácia. Nós dizemos que está bloqueado. É um termo que serve para Messi e para a equipe. A seleção parece hipnotizada. Ele vaga pelo campo passando a bola sem nunca arriscar, como se perder fosse uma tragédia, o erro é impossível. No ataque você tem que ir para a aventura, arriscar, terminar o jogo, se não é como o boxeador que leva o seu adversário contra as cordas, mas não aplica socos. Messi é vítima da lentidão da equipe. Os rivais o observam de perto sem outras distrações. Depois, a frustração. A falta de rebelião. A chama que se extingue pouco a pouco até que a ilusão se esgote.
Seja campeão mundial. Messi tem que ser campeão mundial. Não é possível ser um campeão sem uma equipe forte, nem mesmo para o Messi. Então a ideia de ser um campeão é muito distante. Um objetivo mais real é tentar jogar bem e vencer a Nigéria. Não vamos esperar que Messi nos salve. Vamos tentar nos salvar a todos. Se não sair, se der errado e cairmos no inferno, vamos salvar como Messi. Se você anda e olha para o chão, não é que você não queira fazer mais. Simplesmente não pode.
* O Pool da Copa é a união de grandes veículos de comunicação do mundo para um esforço de troca de informações. O objetivo é manter seus leitores por dentro do que acontece com as seleções de outros países, porém, com uma visão local.
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