Suker: ‘Brasil está um degrau abaixo da França, a minha favorita ao título’

Artilheiro da Copa-98 e atual presidente da federação croata, ex-atacante diz que os franceses mostraram contra a Argentina que possuem a seleção mais forte do Mundial

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Davor Suker, é o atual presidente da Federação Croata de Futebol, o maior ídolo da história do seu país, artilheiro da Copa de 1998 e ex-companheiro de Sávio e Roberto Carlos no Real Madrid. Já na madrugada desta segunda-feira, após a classificação da sua seleção para as quartas de final do Mundial vencendo a Dinamarca nos pênaltis, ele passou pela sala de imprensa do Nijny Novgorod Stadium e bateu um longo papo com a imprensa internacional.

Com seu terno cinza ainda molhado, uma mistura de suor e água lançada por alguém da delegação durante a comemoração ainda em campo -Suker ficou no banco de reservas - o dirigente falou sobre a competiçāo, o jogo dramático.com.a Dinamarca, os favoritos ao título e fez muitas críticas ao governo croata, pela falta de apoio ao futebol. Veja abaixo.


P: Esta atual Croácia tem condições de repetir ou superar o feito daquele grupo de 1998 que tinha você como astro?

- Estamos em 2018, com um elenco diferente. Não vamos comparar com o passado. Deixe que esse time faça a sua própria história sem o peso da comparação.

P: Qual seria o seu favorito para a Copa do Mundo?

- Neste momento é a França. Me surpreendeu o alto nível que ela apresentou contra a Argentina. Está na frente das outras equipes.

E a Seleção Brasileira?

Amo a café brasileiro (risos). O futebol de Neymar me encanta demais.  Poderia até dizer para você que o Brasil é o favorito. Sim, é uma grande equipe, mas sou europeu, acompanho muito as seleções deste continente e a França está um nível acima e as outras forças um degrau abaixo. Se a França vai ganhar do Brasil caso eles se encontrem? Não sei.  No futebol tudo pode acontecer e é só ver os resultados desta Copa. Mas a França é melhor.

P: Muitas seleções favoritas caíram muito cedo. Acredita que as seleções de menor porte evoluíram e isso é um fator determinante?

Também. Mas acredito que as principais seleções, aquelas que contam com os jogadores defendendo os principais times acabam prejudicadas pelo calendário. Estes times, Real Madrid, Barcelona, Bayern, Manchester, chegam longe em todas as competições e estão jogando partidas demais. E os seus astros precisam sempre estar em campo. Assim, chegam cansados numa Copa, ou numa Euro, que ocorrem em período de férias, em fim de temporada desgastante.  Eles  rendem tanto ou se machucam. Vide a Espanha, se arrastava contra a Rússia, que acabou sabendo aproveitar.

Como vê a campanha croata na Rússia?

Com muito orgulho, por toda a dificuldade financeira e de planejamento que passamos. Nós não temos em nosso país um campo para a seleção nacional, coisa que peço há uma década. E mesmo assim, um país sem respaldo em seu próprio país, com apenas quatro milhões e meio de habitantes consegue chegar a 12 competições internacionais desde que foi criado, considerando euros e copas. E avançando para as fases decisivas. Sobrevivemos com o dinheiros dos jogos que a Fifa e a Uefa distribui. É preciso apoio do governo. Espero que venham novos políticos nas eleições de 2020 e apoie a federação, pois o nosso futebol é um produto que abre as portas, traz boas notícias. Será que é muito pedir para ter um campo para a nossa seleção nacional e as bases? Vocês podem não saber, mas estou cansado de falar isso para os jornalistas do meu país, perguntem a eles.

Em campo, a Croácia é favorita contra a Rússia?

Nesta fase, o favorito é quem joga bem. Para vencermos a Rússia, uma seleção que está se superando nesta Copa, só posso dizer uma coisa: teremos de ser muito melhores do que fomos contra a Dinamarca, pois eles virão com tudo.

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