A trajetória de Smolov, substituto de Kokorin e peça-chave do ataque russo

Fã de Shevchenko e com passagem na Sibéria, Fyodor Smolov demorou a ter êxito no futebol. Atualmente, tem a confiança do treinador no comando de ataque da Rússia

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A Rússia, que faz a abertura da Copa do Mundo contra a Arábia Saudita nesta quinta-feira, no estádio Olímpico Lujniki, às 12h, não vive seu melhor momento e não vence desde outubro de 2017. Na preparação para a Copa, a equipe da casa perdeu, por lesão, um de seus principais jogadores: o atacante Aleksandr Kokorin, de 26 anos. Para o seu lugar, o atacante Fedor Smolov assumiu a responsabilidade e, depois de grande temporada no Krasnodar, surge como uma das armas ofensivas da Rússia na Copa.

Apesar dos resultados recentes não serem positivos (a Rússia está sete jogos sem vencer), Smolov tem sido um dos destaques da equipe anfitriã. Fã do ex-atacante Adriy Shevchenko, nos últimos 15 jogos da seleção o atacante marcou seis gols e é um dos artilheiros da equipe. O jogador defende a Rússia desde o sub-17 e no profissional já participou de 32 jogos, marcando 12 gols.

Bom momento com a Rússia

Polivalente, o atacante se destaca pela sua movimentação no setor ofensivo. Com 1,87m, Smolov tem força no jogo aéreo e na finalização, além de saber usá-la para vencer os defensores. Além disso, o jogador se adaptou com a camisa russa e com seus companheiros de equipe.

- Eu estou jogando bem. Estou confortável com todo mundo da minha equipe. Eu jogo com Dzagoev desde que nós somos crianças, nas divisões de base. Eu não tenho dúvidas sobre sua habilidade e entendimento de jogo - disse Smolov logo após o amistoso contra a Turquia

Êxito tardio

O atacante de 28 anos demorou para desabrochar no cenário futebolístico. O russo, antes do Krasnodar, rodou pela Europa em empréstimos mal sucedidos. Revelado pelo Dínamo de Moscou, Smolov surgiu como uma promessa, mas acabou sendo emprestado para o Feyernoord (em 2010). Com retrospecto ruim (um gol em 14 jogos) retornou ao clube russo.

Em seu retorno, fez boas partidas entrando no segundo tempo, mas foi novamente emprestado, agora para o Anzhi Makhachkala (em 2012). Novamente o desempenho foi ruim (três gols em 41 jogos), ele não conseguiu se firmar.

Sucesso na Sibéria mudou sua carreira

Sem interesse em manter o jogador, o Dínamo manou Smolov para a Sibéria, onde defendeu o FC Ural que lutava para não cair. Com menos pressão e mais maduro, Smolov conseguiu uma grande temporada, sendo primordial na permanência do clube na primeira divisão, com oito gols em 23 jogos.

Com as boas exibições, o atacante foi contratado pelo Krasnodar, clube pelo qual justificou a sua convocação para a seleção russa. No Krasnodar, Smolov se adaptou rapidamente e terminou o ano de 2015 como o artilheiro do Campeonato Russo, com 20 gols. Pelo clube, ele se tornou um dos principais jogadores e ídolos recentes. Ao todo, são 63 gols, 20 assistências em 99 jogos. Desempenho que fez com que não houvessem dúvidas de quem seria o substituto de Kokorin.

Fã de Shevchenko e do Milan

Smolov é um torcedor declarado do Milan. O atacante virou fã do clube italiano por conta da passagem do libério George Weah e, posteriormente, do atacante ucraniano Andriy Shevchenko, a quem considera um de seus maiores ídolos e referências no futebol.

- Uma vez ele (Shevchenko) veio ao Dínamo de Moscou para ver Voronin, e eu, literalmente, implorei para Andriy tirar uma foto comigo - disse em entrevista ao Sportbox

Inspirado em seu ídolo, o atacante é uma das peças chaves da Rússia e tem a confiança do treinador Stanislav Tchertchesov para reverter a má fase da seleção russa. Além da Arábia Saudita, a Rússia enfrenta na fase de grupos o Egito e o Uruguai.

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