ANÁLISE: O Corinthians está melhorando, mas tem muito mais a evoluir
Até mesmo o técnico Vítor Pereira reconhece que, mesmo em estágio melhor, o Timão precisa acertar alguns pontos, principalmente no segundo tempo
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Ver o segundo tempo do Corinthians em partida em que o time domina na etapa inicial tem me feito lembrar daquela propaganda da bolacha que questionava se o produto era fresquinho porque vendia mais, ou se vendia mais porque era fresquinha.
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O time corintiano fresquinho, no primeiro tempo, domina, envolve, define e... cai na complementar.
E aí que vem o questionamento do universo alvinegro: essa queda de produção tem a ver com a parte física ou qualidade técnica?
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Esse é o dilema vivido pelo técnico Vítor Pereira, que precisa equilibrar a sua equipe com os melhores atletas possíveis com as bolas nos pés, mas também com os menores índices de cansaço.
O Timão tem jogadores experientes e tarimbados internacionalmente, referências em suas posições, que no compasso em que jogam muito, e todos sabem, são mais velhos e têm, naturalmente, a parte física comprometida.
Enquanto isso, atletas jovens, bem menos experimentados, mas que despontam como grandes promessas pedem passagem, justamente nessa mescla.
Com isso, no segundo tempo o Corinthians acaba sempre mudando, ou porque algumas peças estão alcançando um índice de desgaste elevado e precisam ser substituídas, ou porque a equipe precisa evoluir tecnicamente.
E aí fica o questionamento da bolacha: quando o Corinthians domina o primeiro tempo, a queda de rendimento é porque os jogadores estão com os seus físicos combalidos ou as mudanças do decorrer da etapa final gera uma ausência técnica no time?
Talvez nem o próprio Vítor Pereira saiba disso ainda. São menos de dois meses e 10 jogos comandando o Timão. É quase impossível ter as mais complexas respostas.
- Oscilamos um bocadinho porque não estamos todos alinhados em termos de comportamento, ainda falta uma maturidade em determinados momentos do jogo. Poderia estar extremamente feliz com os 3 a 0, mas não sou assim, fico feliz quando o resultado é fruto de uma qualidade constante. Hoje tivemos momentos em que jogamos com qualidade, pressionando, criando com dinâmicas, mas também tivemos períodos em que deveríamos ter a bola e facilmente entregamos a posse ao adversário e tivemos muitos períodos sem a bola, e eu detesto jogo sem bola. Futebol é com bola, tem que procurar jogar com a bola o máximo tempo possível. Estamos em busca de crescer e alinhar todo mundo num patamar que nos permita manter o nível os 90 minutos. Hoje não conseguimos. Eu prefiro às vezes baixar um bocadinho o nível e manter a equipe viva, é o que estamos fazendo – disse o comandando corintiano na entrevista coletiva após o triunfo.
O fato é que um time que vence por 3 a 0 dificilmente sofre tantos perigos defensivos como o Timão contra o Avaí.
No segundo tempo, a criação ofensiva foi nula, principalmente após o terceiro gol de Róger Guedes, que saiu em um momento onde o time catarinense já era melhor no jogo.
Do meio-campo para trás o time passou a dar espaços defensivos que não estava concedendo no primeiro tempo e errando muitos passes defensivos.
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