ANÁLISE: Tite, só ele, ameniza a sensação de caos no Corinthians
Ao olhar o atual time que se desenha, dá para imaginar o Timão brigando. Mas pense como seria sem Tite... Técnico sabe que a torcida, agora mais do que nunca, confia nele
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Tite fez um apelo em público: “Não venda o Malcom! Deixa ele aqui, vai ser melhor para o Corinthians, para o empresário e para o próprio Malcom”, implorou o treinador, prestes a perder o sexto titular da campanha do hexacampeonato brasileiro. Gil, Ralf, Jadson, Renato Augusto, Vagner Love... Cresce a lista, cresce a necessidade por reforços, cresce a euforia dos rivais e, curiosamente, cresce a confiança do corintiano em Tite, apesar de toda a insatisfação que uma debandada dessa representa.
Cássio, Fágner, Felipe, Yago e Uendel; Bruno Henrique; Elias, Marlone, Giovanni Augusto e Guilherme; André. Não é um time ruim, mas 100% da sensação de que a nova equipe que se desenha vai ser competitiva vem do banco de reservas. É Tite, apenas ele, que faz o corintiano acreditar que o Timão vai brigar em alto nível mesmo com tantas baixas. O que é ter um treinador com moral... Troque o técnico do Corinthians ou coloque esta mesma formação em qualquer outra das grandes camisas do futebol brasileiro. Diria que seria impossível ver um torcedor confiante em algo neste ano.
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É totalmente compreensível que seja assim. Tite conquistou tal respeito, até mesmo de rivais que, por mais que festejem a debandada, ainda olham para o Corinthians com aquele pensamento: “Tite pode dar jeito”. E pode mesmo. A carreira do treinador é que lhe dá respaldo. Ao mesmo tempo que implora para não perder mais um jogador, Tite repete por diversas vezes que não é mágico, que não é o maior responsável pelo hexa que, não se esqueça, foi conquistado depois de turbulência em maio-2015.
Ele sabe que o peso em suas costas, no fim das contas, aumentou. O time se enfraqueceu, o elenco, então, nem se fale. É inegável. O cenário atual coloca Tite em situação curiosa para a temporada que começa no domingo para o Corinthians: o fato de o torcedor confiar quase que cegamente no técnico, por um lado, o pressiona, sim. Espera-se muito de quem pode dar muito, e ele, por sua personalidade, sempre vai querer entregar muito. Por outro, a barra do técnico estará limpa em caso de fracasso. “Quem mandou desmontar o time?”, perguntarão. Tite terá sua parcela em qualquer situação. Mas imagine se ele vencer?
*Thiago Salata é editor do LANCE!
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