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Andrés Sanchez, exclusivo: Arena, CBF, crise política, Pato e muito mais!

Ex-presidente do Corinthians faz contas para o pagamento do estádio e diz que não teme perder gestão: 'Quem quiser tomar conta da Arena vem aqui e pega a chave'

Andrés Sanchez, posou ao LANCE! na Arena Corinthians
imagem camera<br>Foto: Eduardo Vianna
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 07/06/2016
21:12
Atualizado em 23/06/2016
12:52

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Andrés Sanchez pega uma folha em branco, abre uma caneta que ainda estava dentro da caixa e começa a escrever números no papel. Como quem ensina uma criança a fazer contas simples de soma e subtração, ele trata do pagamento da Arena Corinthians, hoje em torno de R$ 1,2 bilhão, como algo fácil.

O ex-presidente alvinegro age assim em quase tudo que se refere ao estádio, com otimismo e confiança que chegam a soar exagerados. A venda dos naming rights, a comercialização dos CIDs (certificados de incentivo ao desenvolvimento), a gestão do estádio... Andrés não hesita e tem respostas e números na ponta da língua. Sobre as receitas abaixo da expectativa, o deputado federal (PT-SP) mal espera o término da pergunta sobre o risco de perder a gestão da arena para a Caixa daqui a dois anos:

– Quem vai querer a gestão? Ninguém sabe operar melhor a Arena do que o Corinthians – afirmou, entre um dos vários cigarros fumados durante a entrevista ao LANCE! na última sexta-feira, em Itaquera.

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'Dá para pagar ou não? Vai tomar no c... Vai pagar em um um, dois, cinco anos? “Ah, mas não vendeu o CID.” Por muitos problemas. “Não vendeu o nome do estádio”. Mas vai vender', afirmou

Embora diga que não tem mais nenhuma relação com o futebol corintiano e apenas dê alguns palpites quando solicitado, o dirigente não falou apenas sobre a Arena. Nesta entrevista, ele também comenta o objetivo de chegar à presidência da CBF, prevê problemas ao Timão por conta do atual racha político, opina sobre o “erro” Alexandre Pato e analisa outros assuntos do momento. Confira:

Antes de mais nada, você ainda é superintendente de futebol?
Não, saí em dezembro de 2015.

Certo. Então não ocupa mais nenhum cargo no Corinthians?
Ex-presidente e conselheiro vitalício. E um dos coordenadores da Arena.

Sua influência ainda é grande...
Tirando ano passado, que eu era superintendente, faz quatro anos que não me meto nada. Se o presidente me liga ou algum diretor me telefona pedindo minha opinião, eu dou. E só.

E andam te ligando muito?
Não. Quando acham que devem ligar, ligam. Nego acha que eu mando no Corinthians, eu não mando no Corinthians. Pelo contrário. Tenho força, tenho influência, claro. Mas eu não participo (da gestão). Acho que as pessoas têm que ter autonomia para trabalhar do jeito que quiserem.

Já que você é coordenador do estádio, vamos falar dele. O clube tem enfrentado dificuldades para vender os CIDs, apenas a Odebrecht comprou até agora...
O estádio vale hoje R$ 1,2 bilhão. Temos quase R$ 500 milhões de CID para vender. Vamos vender o nome do estádio por R$ 300 milhões. Vai ter uns R$ 100 milhões de desconto do que a Odebrecht deixou de fazer em obra. Dá para pagar ou não? Vai tomar no c... Vai pagar em um um, dois, cinco anos? “Ah, mas não vendeu o CID.” Por muitos problemas. “Não vendeu o nome do estádio”. Mas vai vender.

Não acha que corre o risco de encalhar a venda dos CIDs?
Não. Podia vender em um ano, mas pode levar três anos. Já vendeu R$ 37 milhões (para a própria Odebrecht).

Por que não vendeu até agora?
Porque é uma coisa nova, o pessoal quer desconto grande, teve o promotor entrou com ação. A gente já ganhou em primeira instância, mas causa desconfiança, né? ISS, IPTU são poucas pessoas que pagam bastante. São bancos, shoppings... Leva tempo.

Bem, por sua conta, restarão R$ 300 milhões para o pagamento da Arena. Mesmo assim será preciso ampliar o prazo de pagamento, como o Corinthians tenta atualmente junto à Caixa?
Isso não é por questão de pagamento ou não, é porque todo mundo teve 36 meses e nós, não. Atrasou a obra. Pegamos uma crise financeira brava no mercado. Tudo isso faz prorrogar um pouco.

Falando um pouco sobre a venda dos naming rights. Você sempre afirma que está perto ou que pode ser anunciado nos próximos dias. Isso gera uma frustração no torcedor, pois nunca se concretiza. Esse discurso é uma estratégia para passar confiança ao mercado?
É uma verdade. Nos próximos dias pode sair. Pode ser em 10 ou 898. Eu nunca dei prazo e sempre admiti que estava atrasado. Não é fácil pegar R$ 300 milhões sem nem saber se vão falar o nome da empresa. Quem me garante que os órgãos de imprensa vão falar o nome do estádio? Se o cara está comprando o nome do estádio é para colocar. Aí vão pôr Itaquerão, Andrezão, Arenão, Fielzão...

Mas você mesmo falou que nessa negociação o nome não mudaria.
Estamos tentando outras maneiras. Quem garante que a Globo, a ESPN e o LANCE! vão falar o nome da arena?

'Eu nunca dei prazo e sempre admiti que estava atrasado. Não é fácil pegar R$ 300 milhões sem nem saber se vão falar o nome da empresa', afirmou

Esse é o maior entrave?
Sempre foi. Desde o começo. Posso garantir (ao parceiro)? Onde você ouve falar Allianz Parque? É raro!

Diversos prazos foram dados para a venda do naming rights, ao contrário do que você disse.
Nunca dei prazo, foi o presidente, o Roberto. Eu falo que a cada dia que passa está mais próximo. E está!

Então não tem prazo?
Este ano.

Por que alguém pagará R$ 300 milhões e aceitará não batizar o estádio, como você comentou?
Porque o projeto é diferente. E se eu falar, você vai saber o que é. Se eu falar, você vai entender (o comprador).

Essa negociação envolve a Omni, empresa que cuida do programa Fiel Torcedor do Corinthians?
O estádio do Corinthians não funciona sem a Omni ou alguém parecido. Se eles entrarem, tem que comprar a Omni ou fazer sociedade. O Corinthians tem contrato com a Omni até 2019. Pode romper ou não.

Recentemente a “Folha de S. Paulo” publicou que o advogado Paulo Molina, seu amigo, havia se tornado o principal responsável pelas negociações da Arena. Por que ele foi escolhido?
Ele tem um escritório que presta serviço à Arena. A parte jurídica da Arena e do naming rights passa por ele. Como o Sérgio Alvarenga é meu amigo, (Luiz Felipe) Santoro é meu amigo... Corinthians tem um monte de advogado. Só que não é especialidade deles. Quando saiu o (escritório) Machado Meyer, ele ficou ajudando.

Ele receberá para isso?
Lógico que vai, não tem nada de graça. De graça trabalho eu, que sou tonto, e um monte de dirigente.

Você falou que espera ter um abatimento de R$ 100 milhões nos valores da obra. Quando irá terminar a vistoria da Arena?
Está em andamento, deve levar uns 180 dias. Isso é uma cidade. Tem que ver a marca que comprou, mas vocês acham que cai do céu. A lâmpada era LS21. Você acha que eu sei? Ai vêm o cara e fala que é LS19, que custa 10% a menos. E aí vamos tocando...

Recentemente a Arena foi citada na operação Lava Jato...
[Interrompe] Não foi, mentira.

O próprio procurador falou.
[Interrompe] E ele não mente?

Enfim, você procurou saber por que o nome do seu aliado e atual vice-presidente do clube, André Luiz Oliveira, aparece em uma planilha da Odebrecht com o valor de R$ 500 mil ao lado?
O tempo vai dizer. Falei com ele, ele me disse algumas coisas, vamos ver. Garanto que com a Arena não tem nada a ver. Nada. Ele não era diretor, não ficava na Arena, não vinha na Arena... Até eu to tentando entender. E se tiver propina, vai ser devolvido ao Corinthians, o clube é vítima.

Houve erro ou exagero nas projeções de receitas da Arena?
Quem fez a engenharia financeira não fui eu, foi Machado Meyer, Luis Paulo Rosenberg (ex-vice-presidente) e vários economistas. Não eu. Eu dei aval. E por que estou aqui? Acha que quero estar aqui toda sexta-feira? Porque ninguém quer vir aqui. Nego quer mandar de Higienópolis, do Morumbi, da p... que pariu. Você acha que eu quero vir aqui ouvir que o camarote está caro? Se eu largar as contas e der errado, quem vai ser apontado como o culpado?

Mas houve erro ou não?
Não.. Foi uma crise que está passando o país, por isso que as coisas que custavam R$ 300 estão custando R$ 200. Empresas que vinham aqui para comprar, hoje estão pensando.

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'Se o Corinthians não conseguir pagar, renegocia. Eu te fiz a conta, vai pagar. Deve hoje R$ 1,2 bi com juros. Só que também tem juros do CID, que está em R$ 500 milhões'

Tem perder a gestão da Arena?
Eu não tenho que temer nada. Quem quiser tomar conta do estádio vem aqui e pega a chave. Quando pagar, devolve. Se o sócio do clube está com medo, passa o estádio para os outros, quando pagar, devolve.

Essa chance é grande, não é?
Deus queira! Quem quer pegar isso aqui? É que nem uma casa. Você compra a casa, não pagou, vai renegociar. Vão tomar tua casa? Se você tiver uma só, não. Se você tem quatro casas, aí sim. Se tiver uma casa só, não tomam. Mas se o Corinthians não conseguir pagar, renegocia. Eu te fiz a conta, vai pagar. Deve hoje R$ 1,2 bi com juros. Só que também tem juros do CID, que está em R$ 500 milhões. Quando eu vender o CID e o nome a conta estará errada?

Mas isso é previsão apenas...
Só que se não realizar, renegocia.

Só que se o Corinthians não cumprir as metas em dois anos perderá a gestão da Arena, não?
Quem vai querer a gestão? Ninguém sabe operar melhor a Arena do que o Corinthians. Quem é o melhor operador para dar esse retorno à Caixa? É o Corinthians? Então vai continuar sendo o Corinthians. Mas o torcedor pode ficar tranquilo: em até doze anos o estádio se paga. É o prazo.

Você se arrepende de algo?
Não faria um estádio para a Copa do Mundo. Porque tem que ser um estádio enorme, que talvez o Corinthians não precise. O acabamento é de primeira linha, poderia ter sido mais simples. Disso me arrependo. De resto, de nada.Não há estádio no mundo como esse. O estádio do Corinthians custa 5.185 o m². Vai ver o do Palmeiras, do Grêmio, do Atlético do Paraná e vê quanto custa. O Palmeiras deu a escritura para a W Torre, que hoje é a dono do estádio. Ela manda 5% dos ganhos pro Palmeiras. Está uma briga jurídica lá há três anos. Está tudo penhorado. Quem paga é o Palmeiras ou a W Torre? Se o Corinthians estivesse em briga com a Odebrecht eu estaria preso. Jamais troco a negociação que o Corinthians fez com a do Palmeiras. Mas cada um é cada um, né?

Arena, CT, títulos... Você ainda tem algum sonho para o clube?
Acabar essas fofocaiadas, essas brigas políticas, porque é isso que faz mal para o Corinthians. A democracia é muito boa, mas às vezes ela prejudica. Hoje tem sete ou oito candidatos à presidência do Corinthians, a dois anos da eleição. Aí fica uma guerra lá dentro. Além de ser uma falta de respeito com o presidente. Todo mundo se acha no direito de ser candidato. Pô, tudo bem a seis meses da eleição, não dois anos antes. Isso atrapalha muito.

Afeta o futebol?
O Corinthians vai sofrer muito nos próximos anos por causa disso aí. [Silêncio] Quando estava cheio de dívida, cheio de problema, ninguém queria ser presidente, agora está cheio, tem uma fila. Faturando R$ 400 milhões por ano? Tem uma fila.

E isso é de dentro para fora?
É de dentro para fora, gente de dentro do Corinthians que fica passando notícias, aumentando, passando mentira, as tais das fontes. Prejudica instituição, imagem, tudo.

Com objetivo político?
Tudo é com objetivo político. Todas as confusões nos clubes é por guerra política, guerra de poder.

Com frequência surgem notícias de aliados e amigos seus...
[Interrompe] Sempre ruim, nada bom, né?

Não pensa em se afastar dessas pessoas para acabar com isso?
Mais afastado do que estou? Só se parar de vir ao Corinthians. Então todos os jornalistas têm que ir embora. Quantos jornalistas têm processo? Quantos? 80%. Vamos esperar. Tem Justiça nesse país, tem que esperar as coisas, condenar, absolver... Os caras aqui têm mania de incriminar e condenar todo mundo antes de sair as coisas. Não tenho compromisso com ninguém.

O fim da chapa única para o Conselho Deliberativo, era uma promessa de campanha do seu grupo. Isso poderia ajudar a crise política?
Tem que votar este ano. O que acho melhor é: chapa de 200 conselheiros proporcional. Então: candidato à presidente teve 60% dos votos? Tem 60% da chapa dele no Conselho. A que perdeu, com 40%, põe 40% no Conselho. Como não vou ser mais presidente, o próximo que se vire quando acabar o chapão. Eu vou votar para acabar, não vou ser mais presidente... Só não pode ter chapinha de 20 conselheiros.

Mas, voltando: tem algum outro sonho?
Eu não tinha sonho nenhum no Corinthians, tinha a obrigação de fazer o melhor que podia. Errei e acertei. Agora... Corinthians tem 105 anos. Peguei no 98º ano. É só ver o que foi feito em quatro anos. Mas ninguém fala.

"Aqui se você faz sucesso e ele se tornou público, ou você é ladrão ou é viado. Atriz faz sucesso, dizem: 'É prostituta, deitou não sei com quem'"

Como ninguém fala?
Ninguém fala. Corinthians ficou mais de 100 anos sem um CT. Infelizmente o brasileiro vai só para o lado ruim. Aqui se você faz sucesso e ele se tornou público, ou você é ladrão ou é viado. Atriz faz sucesso, dizem: "É prostituta, deitou não sei com quem". É tudo para o lado ruim. Ninguém fala: é uma boa atriz. Eu vou ser diferente disso aí?

Então se acha injustiçado?
Sou conhecido pelo bom presidente que fui pela grande maioria dos corintianos, mas tem uma minoria que acha que não, o que é justo. Nem Jesus Cristo foi unânime. Acho que vou ser muito mais reconhecido quando morrer do que sou agora, vivo. Eu tinha obrigação de fazer o melhor possível pelo Corinthians e fiz o que eu pude. Errei? Errei, mas porra. Faz cinco anos que não sou mais presidente e tudo o que acontece de ruim sou eu.

Presidir a CBF é um sonho?
Sonho não. Não tenho isso como prioridade de vida. Eu posso ajudar muito, mas isso depende das federações e dos clubes quererem. Não vou me desgastar ou romper barreiras para ser presidente da CBF.

Por que quer ir para lá?
Acho que posso ajudar muito o futebol brasileiro na CBF. A mudança que todo mundo quer para o futebol brasileiro é mais política do que de atitudes. Tem que ter peito para tomar atitudes políticas, quebrar um ranço que ainda existe no futebol.

Quais mudanças?
Não posso falar. Se já é difícil ser candidato, imagina se eu falar.

São impopulares?
Para o eleitorado que tem na CBF, são impopulares. Mas todo mundo que milita no futebol sabe o que é preciso fazer

Mas dá para mudar?

Lógico que é, mas precisa ter vontade. E ficar dois anos sofrendo.

Que tipo de sofrimento?

Você vai contra a estrutura. Você acha que foram fáceis os dois primeiros anos de Corinthians para mim? Quebrar uma estrutura que existia... Você quebra barreiras e tem inimizade, problema, pessoas que vão sair do poder e não vão gostar. Tudo isso faz parte.

Isso em relação à clubes e federações, certo? Nada a ver com a Seleção.
Seleção é um clube de futebol, não muda nada. É o mesmo horário, mesmo jantar, mesma coisa, tudo igual. Só que, como a política reflete no futebol, a CBF reflete na Seleção. Tem que ter maior transparência, fazer mais organizado. Todo mundo quer que mude, mas ninguém faz nada para mudar. Ficar dando pedrada é fácil, para mim era fácil meter o pau na CBF, no Marco Polo (del Nero).

Você só entra na disputa porque já ouviu que tem chances de ganhar, não é?

Não comecei a mexer. É lógico que falo com bastante gente, mas faltam dois anos e pouco para a eleição. Tem que ter uma renovação geral, usando a experiência dos mais antigos, mas tem que mudar. Futebol brasileiro está passando por um momento delicado, por um lado bom, por outro ruim. Há grandes mudanças. Quem pensava há dois anos ter sócio-torcedor nos clubes? Quem pensava há dois anos ter 70% da torcida respeitando o lugar de sentar? Ou quem pensava há dois anos o Corinthians ser desclassificado da Libertadores dentro de casa, sem alambrado, e a torcida não invadir? Tem as coisas boas e tem as coisas ruins ainda. Acho que o futebol precisa de uma mudança drástica, senão vamos ficar para trás, como já estamos. Não é nada inventado, é copiado. Pega o inglês, americano... Não estou falando de técnica, mas de estrutura. Um jogo de futebol é um evento, um show, um espetáculo, e aqui é tratado como coisa de várzea. 

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É possível isso sem elitizar o futebol?
O que é elitizar? O Corinthians tem mais de 30 milhões de torcedores, tem rico, milionário, pobre, classe média, média-alta. Tem de tudo. Você fatia o estádio. Aqui tem ingresso de R$ 30 e de R$ 1 mil.

Mas não é todo mundo que pode acompanhar o time com ingresso na média de R$ 50.
O que cara que ganha um salário mínimo pode ir num restaurante todo dia? Pode jantar fora todo dia? É normal, cara. No estádio cabe 40 mil pessoas, tem 1 milhão querendo vir.

Vê uma mudança no perfil da torcida corintiana? Recentemente o André foi vaiado antes mesmo de entrar em campo...

No perfil eu não vejo. Mas acho que o torcedor está mais exigente nos últimos anos. Hoje um jogador que não vem bem é muito mais cobrado. Agora, realmente, o que a torcida fez com o André nunca tinha sido visto, tanto é que no último jogo ele entrou e ninguém vaiou. Todo mundo tem o direito de errar. Ali foi uma coisa espontânea.

Você falava em 2015 que neste ano conseguiria fazer contratações de mais peso. A torcida pode esperar por isso?
Pagou 3 milhões de euros no Marquinhos Gabriel. Você acha pouco? Gastou 2 de euros no Balbuena. É pouco? 3 de euros no Giovanni Augusto. Acha pouco?

Do nível do Pato...
Espero que não, mesmo que tenha dinheiro. Nem sempre o melhor jogador vai dar certo. É um risco muito grande. O grande problema do Pato não foi o quanto pagamos, foi o quanto ele não rendeu. Aqui não é banco, não é empresa para ter lucro. É para ganhar título e pagar contas em dia.

O caso foi mal conduzido?
Não tinha mais jeito, ele ficou um ano e meio aqui. Quando o treinador não quer, não adianta. Por mais que seja de nome, valorizado, caro...

Então não foi um erro?
Contratar foi um erro? Não. Erro foi ele não ter jogado. Contratação boa é a que dá certo. Deu certo o Pato? Deu errado. Quando trouxe Ralf, Paulinho, Uendel, Castán, Elias, André Santos, Chicão com 28 anos, ninguém acreditava. Aí trouxe o Souza, o Adriano e o Pato que não deram certo.

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