Corinthians muda estratégia por ‘herança’ da lateral-esquerda
Mesmo com contrato até o fim do ano, Fábio Santos chegou ao oitavo jogo consecutivo atuando os 90 minutos pelo Timão
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O Corinthians não tem adotado a mesma estratégia do início do ano passado em relação à lateral-esquerda. Se em 2022, os sinais indicavam que o clube estava fazendo um movimento de ‘passagem de bastão’ para um sucessor de Fábio Santos na posição, neste ano o experiente jogador, de 37 anos, tem dominado novamente o setor.
Na derrota do Corinthians por 2 a 0 para o Remo, na noite da última quarta-feira (12), pela Copa do Brasil, Fábio chegou ao seu oitavo jogo consecutivo atuando 90 minutos. É bem verdade que neste intervalo, o clube alvinegro ficou 25 dias sem jogar, por conta da eliminação precoce no Paulistão, ainda nas quartas de final, para o Ituano. Porém, no confronto diante do Leão, pela terceira fase da competição nacional, o técnico Fernando Lázaro fez alguns controles de cargas. Balbuena, por exemplo, nem viajou para o Pará. E atletas como Fagner, Fausto Vera e Róger Guedes, iniciaram o jogo entre os reservas.
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Era uma oportunidade para que o treinador corintiano escalasse o garoto Matheus Bidu, contratado no fim do ano passado e que, até aqui, fez três jogos com a camisa corintiana, dois como titular e nenhum deles atuando durante todo o tempo.
- Não tem nada a ver com o Bidu. O atleta tem evoluído muito bem nos treinamentos e tem participado. A gente construiu o jogo pensando em alguma alterações. Como a gente não queria que a quantidade de alterações na primeira linha, retornos de jogadores como o Bruno (Méndez), Adson, normais pelo contexto que o time vinha jogando - disse Lázaro em entrevista coletiva após a derrota para o Remo, justificando a nova ausência de Bidu.
Bidu tem contrato com o Timão até o fim de 2025, mas o clube alvinegro tem somente 20% dos direitos econômicos dele. Para que o Time do Povo tenha que comprar obrigatoriamente mais 50%, que pertencem ao Guarani, o jogador precisará jogar no mínimo 45 minutos da metade dos jogos do Corinthians no ano. Até aqui, isso está longe de acontecer.
EX-REVEZAMENTO
Antes da nova renovação de Fábio Santos, assinada no início deste ano e válida até o fim da temporada, a estratégia corintiana era revezar o camisa 6 com Lucas Piton, negociado com o Vasco no fim de 2022. Tanto que o agora vascaíno fez 52 partidas, frente a 41 do companheiro de posição.
Contudo, a instabilidade técnica de Piton fez com que Fábio fosse o preferido do técnico Vítor Pereira nos jogos mais importantes, como as duas semifinais e finais da Copa do Brasil, contra Fluminense e Flamengo, respectivamente, o confronto na Bombonera contra o Boca Juniors, da Argentina, pelas oitavas de final da Libertadores, etc.
Como contratou um jogador tão novo quanto Lucas Piton, que tem 22 anos - Bidu tem 23 -, imaginava-se que o Corinthians seguiria o modelo de revezamento e apostasse no reforço como o ‘herdeiro’ da lateral-esquerda corintiana. Porém, o que se vê é exatamente o contrário. Fábio está dominando a posição, e o que era o indicativo de uma possível aposentadoria ao fim do ano, pode significar até mesmo uma nova renovação contratual por uma temporada.
Em nenhum momento foram abertas conversas entre a direção corintiana e o estafe do jogador, mas a relação deles é bastante amistosa. Fábio Santos já garantiu, antes mesmo da última renovação, que se não permanecer no Timão, não atuará por outra equipe. Para estender o último contrato, as conversas iniciaram somente em setembro, foram rapidamente acertadas e o documento foi assinado somente nos primeiros dias de janeiro.
Mesmo não tendo sido titular em duas partidas nesta temporada, o camisa 6 esteve presente em todos os compromissos do Corinthians em 2023. Contra a Inter de Limeira, pela terceira rodada do Paulistão, o lateral entrou faltando três minutos para o fim do tempo regulamentar. Já diante do São Bernardo, também pelo Estadual, entrou aos 15 do segundo tempo e atuou durante 30 minutos, mais os acréscimos.
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