Dívida do Corinthians aumentou em R$ 829 milhões em um ano, diz conselho
Conselho de Orientação e Fiscalização recomendou a reprovação das contas relativas a 2024

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O Conselho de Orientação e Fiscalização (CORI) do Corinthians recomendou a reprovação das contas relativas ao exercício de 2024, em reunião realizada nesta segunda-feira (28). Conforme análise do órgão, o parecer foi motivado por uma série de irregularidades, atrasos, falta de transparência e preocupações com o aumento expressivo do passivo do clube, que cresceu R$ 829 milhões em comparação ao ano anterior, elevando o endividamento para patamar próximo ao faturamento anual, que ultrapassou R$ 1 bilhão.
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Entre os pontos mais preocupantes levantados pelo relatório estão a ausência de balancetes mensais, a falta de atualização orçamentária e o não atendimento a diversos ofícios do CORI solicitando documentos e explicações. Um exemplo citado foi a ausência de detalhamento de gastos com cartões de crédito, que somaram R$ 4,8 milhões até junho de 2024, sem a devida discriminação dos valores. Outro problema grave identificado foi o lançamento das arrecadações da torcida para a quitação da Neo Química Arena como receita do clube, prática que, segundo o CORI, não foi devidamente esclarecida e gera distorções nos demonstrativos financeiros.
O relatório também apontou a falta de apresentação dos contratos com patrocinadores importantes, como a VaideBet e a Pixbet, e a ausência de contestação judicial em casos que poderiam representar prejuízos de dezenas de milhões de reais para os cofres do clube. A contratação de prestadores de serviço sem contratos formais, como no caso da empresa Workserv, que recebe mais de R$ 346 mil mensais, também foi criticada, assim como a falta de documentos que comprovem ajustes gerenciais de R$ 192 milhões realizados no exercício.
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Outro ponto sensível é a falta de consolidação das demonstrações contábeis da Neo Química Arena com as do clube, o que dificulta a avaliação do impacto financeiro real do estádio nas contas do Corinthians.
Apesar do crescimento da receita para mais de R$ 1 bilhão, o relatório aponta que o clube não conseguiu controlar suas despesas, que subiram significativamente. Apenas as despesas financeiras aumentaram em mais de R$ 140 milhões, enquanto os gastos operacionais com futebol cresceram mais de R$ 80 milhões.
A deliberação final da reunião apontou 16 votos recomendando a reprovação das contas e apenas um voto favorável à aprovação. A decisão será encaminhada ao Conselho Deliberativo e, posteriormente, ao Ministério Público, em consonância com o que determina a legislação esportiva para situações que possam configurar gestão temerária ou irregular.

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