Presidente do Corinthians diz que reduziu dívida em R$ 140 milhões
Roberto de Andrade detalha números das finanças do clube, comenta venda de jogadores, fala sobre legado deixado e afirma: 'Loucura eu não faço, ou pode não haver amanhã'
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Se dentro de campo as coisas vão mal para o Corinthians, fora das quatro linhas o clube vai "respirando". Pelo menos é o que afirma o presidente alvinegro, Roberto de Andrade, que disse ter reduzido a dívida neste ano em R$ 140 milhões em relação a dezembro de 2015.
Em entrevista ao "Blog do Ohata", o mandatário explicou novamente a venda de jogadores nesta temporada e detalhou números:
- Todas as negociações de jogadores no ano nos rendeu em torno de R$ 117 milhões. Gastamos R$ 65 milhões na recomposição do grupo, e o resto foi usado no dia-a-dia. Fechamos o balanço de 2015 com um passivo de, mais ou menos, R$ 490 milhões. No balancete que lançaremos agora, estamos com um passivo de R$ 350 milhões. Estou sendo muito contestado, principalmente pela torcida. Até entendo, também sou torcedor. Falando como torcedor, quero um time forte, quero que se f… as finanças do clube. Se eu tivesse pensando só no meu mandato, esse número estaria R$ 490 milhões, ou R$ 550 milhões, e eu teria 11 p… jogadores ganhando R$ 1 milhão por mês. Estaria sendo carregado por aí, seria lembrado como o presidente que ganhou isso, ganhou aquilo, levantariam um pedestal, e eu deixaria a bomba para depois quem chegasse. Não vou fazer isso - comentou.
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O presidente, que tem mandato até o fim do próximo ano, mostrou-se despreocupado quanto às repercussões de suas medidas:
- Prefiro ser criticado durante minha gestão do que depois que acabar meu mandato. Hoje a política é uma só: se tem, gasta, se não tem, não gasta. Ganho 10? Nós vamos viver com 10. Amanhã tem 15? Vamos viver com 15. Isso significa o quê? Um time melhor, tudo melhor. O que não pode é você ganhar 10, assumir compromisso de 15, e dizer, ‘esses 5 nós vamos empurrar’. Antigamente você falava para um jogador, vem trabalhar aqui [no Corinthians]. O cara queria tudo à vista, tudo adiantado, porque não tinha confiança que iria receber. Sempre foi assim no Corinthians. O que mais o nosso grupo de 2007 para cá resgatou foi a credibilidade. Hoje as pessoas ouvem falar em trabalhar no Corinthians e vêm correndo porque sabem que não tem problema. O mês aqui, agora, tem 30 dias - destacou.
Nos dois últimos anos o Corinthians terminou com quase R$ 100 milhões de déficit. Sem poder contar com receitas de bilheteria, que são direcionadas para o pagamento do financiamento da Arena, o clube acaba investindo menos no futebol.
- Quem critica tem zero conhecimento, não sabe o que acontece. Loucura eu não faço, se eu não agir dessa forma, talvez [o Corinthians] não tenha um amanhã - declarou Roberto de Andrade.
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