Quem é Erick Pulgar? Conheça o meia chileno que está no radar do Corinthians
Ex-zagueiro, figura constante na seleção, mas em baixa: jornalistas do Chile dão as suas opiniões sobre o possível reforço do Timão
A abertura da janela de transferências, tanto nacional, quanto internacional, está cada vez mais próxima. E nesse período é normal que nomes entrem no radar dos clubes. No caso do Corinthians, uma opção que despontou no mercado nos últimos dias é do meia chileno Erick Pulgar.
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O atleta de 28 anos pertence à Fiorentina, da Itália, mas defendeu o Galatasaray, da Turquia, por empréstimo na última temporada.
O meia está de volta à Viola, mas não tem espaço no clube italiano, motivo pelo qual o seu estafe tem buscado alternativas de mercado, sendo uma delas o Timão.
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Pulgar é agenciado por Fernando Felicevich, uma espécie de empresário das estrelas do futebol chileno. Além de Erick, o profissional também cuida da carreira de nomes como Alexis Sánchez, Arturo Vidal, Charles Aránguiz e Eduardo Vargas.
CARREIRA NO CHILE
Natural de Antofagasta, cidade localizada há mais de 3 mil quilômetros de distância da capital Santiago, ao norte do Chile, Erick Pulgar iniciou a carreira em um clube local, o Deportes Antofagasta, fundado em 1966 e que disputa a primeira divisão do futebol chileno.
O atleta iniciou a carreira como zagueiro central na equipe albiceleste, sendo promovido ao time principal logo aos 17 anos.
Pulgar atuou durante três temporadas no clube da sua cidade natal, até que foi transferido à Universidad Católica, em 2015. Nos Cruzados, ele se tornou meia e viu a sua carreira deslanchar.
– Jogador de boa técnica, bom arremate de média distância, tem um estilo de boa dinâmica. Iniciou como zagueiro central no Antofagasta e depois, quando foi para Universidad Católica, passou a ser um meio-campo misto, transitava entre defesa e ataque – contou à reportagem do LANCE! o jornalista Danilo Díaz, da rádio ADN e revista Tribuna Andes. O profissional acompanha a carreira de Pulgar desde o começo.
HISTÓRICO NA SELEÇÃO
No mesmo ano em que se transferiu para os Cruzados, Erick Pulgar fez a sua estreia pela seleção do Chile, atuando durante 90 minutos em um amistoso contra os Estados Unidos, na cidade chilena de Rancagua.
O primeiro treinador a convocar o atleta para ‘La Roja’ foi Jorge Sampoli, que no futuro comandaria os times do Santos e Atlético-MG, no Brasil. Atualmente o profissional dirige Olympique de Marselle, da França.
Mesmo após a saída de Sampaoli da Federação de Futebol do Chile, Pulgar seguiu lembrado pelos sucessores Juan Antonio Pizzi, Reinaldo Rueda e Martín Lasarte.
Pulgar fez parte do elenco chileno que conquistou a Copa América Centenário, em 2016, nos Estados Unidos, mas atuando somente 30 minutos na competição, todos eles durante o segundo tempo da semifinal, contra a Colômbia. Nas edições de 2019 e 2021, ambas disputadas no Brasil, Erick foi presença constante entre os titulares.
Para o jornalista Jorge Cubillos, que acompanha a seleção chilena pela TNT Sports Chile, Pulgar ganhou prestígio em ‘La Roja’ nos últimos anos por cumprir um papel tático, principalmente de marcação, que atletas de mais nome, como Arturo Vidal e Charles Aránguiz, não entregavam.
– É um jogador de bom jogo aéreo, bom fisicamente, de boa resistência, bom na marcação. Na seleção ele é titular constantemente e, no geral, se destaca pela aplicação tática, cumprindo funções de marcações individuais em uma posição que conta com nomes como Charles Aránguiz e Arturo Vidal – afirmou Cubillos ao L!.
Pela seleção do seu país, Erick Pulgar tem 40 jogos disputados e quatro gols marcados.
NA EUROPA
Em um ano pela Universidad Católica, Pulgar fez 38 jogos e marcou sete gols, chamando a atenção do Bologna, da Itália. Foram quatro temporadas pelos galgos, sendo a melhor delas a de 2018/19, quando fez 30 partidas, marcando seis gols e dando duas assistências, o que fez despertar o interesse da Fiorentina, clube que atualmente detém os direitos do jogador.
A sua primeira temporada na Viola foi ainda melhor, com sete gols e oito assistências em 41 compromissos. No entanto, o ano seguinte foi de declínio, perdendo espaço na equipe, principalmente após ser diagnosticado com Covid-19.
– Na Itália ele começou a jogar como meia central, volante de contenção. Tem boa técnica, bom passe, boa dinâmica, bom jogo aéreo. Na temporada (retrasada) pegou Covid e perdeu algumas partidas da Fiorentina, que fez com que ele fosse emprestado (ao Galatasaray). Mas no futebol brasileiro, com o físico e experiência que tem, poderia jogar perfeitamente no Corinthians – analisou Jorge Cubillos.
Pulgar tem um perfil calmo dentro e fora de campo. Ao mesmo tempo que é um jogador de menos pegada e mais toque de bola, ele também recebe poucos cartões, dificilmente ficando fora de partidas por conta de suspensões.
A parte física do atleta também é positiva, já que o meia não tem histórico de lesões graves que tenham o afastado dos gramados durante um tempo considerável.
– Pulgar gosta de jogar a frente de uma linha de quatro defensiva. É bom em jogadas aéreas, um jogador que não dispara tanto fora da área, não chega muito perto do gol, por isso não faz muitos gols, precisa se soltar para chegar até o ataque adversário. É mais de toque de bola do que imposição física, tem uma altura respeitável, não comete muitas faltas, é confiável, não costuma ficar ausente de jogos por cartões. Calmo, tranquilo, não tem más intenções. Não tem problemas de lesões importantes na sua carreira – comentou o jornalista Romai Ugarte, da Vive TV, do Chile, ao LANCE!.
ACIDENTE QUASE ACABOU COM A CARREIRA
Mesmo tendo um perfil tranquilo, Pulgar vivenciou um episódio polêmico, que quase acabou com a sua carreira como jogador.
Em 2013, quando tinha 18 anos e iniciava a sua carreira internacional pelo Club Deportes Antofafasta, o meia chileno atropelou um senhor de 66 anos e não prestou socorro. A vítima veio a óbito, e o jogador foi preso preventivamente.
Em depoimento à polícia à época, Pulgar afirmou que fugiu pois estava com medo, já que não tinha licença para dirigir, mesmo tendo experiência de dois anos ao volante.
Anos mais tarde, o jogador foi condenado em Antofagasta por quase homicídio. À época, o atleta já era habilitado, mas, por conta do ocorrido, teve a sua carteira de motorista suspensa por um ano.
Os filhos da vítima ficaram indignados com a sentença e prosseguiram com um processo contra Erick Pulgar na 28ª Vara Cível de Santiago, capital chilena.