Segundo tempo do Corinthians contra o Liverpool não pode maquiar problemas para a sequência da temporada
Primeiro tempo ruim do Timão acende sinal de altera para que o clube alvinegro possa evoluir
Não podemos dizer que a vitória por 3 a 0 do Corinthians sobre o Liverpool, do Uruguai, na estreia das duas equipes na Libertadores foi um placar ilusório. O Timão fez por merecer o resultado, principalmente no segundo tempo. Porém, o placar não pode servir de maquiagem para uma série de problemas apresentados pelos corintianos, sobretudo na etapa inicial.
Com exceção do gol anulado logo no primeiro minuto de jogo, o Coringão foi finalizar pela primeira vez na partida somente aos 40 minutos, em um chute de fora da área de Fausto Vera, aproveitando um rebote deixado pela zaga dos nerazzurris.
O gol de abertura do placar, aos 45 da etapa inicial, foi fundamental para tudo o que o Corinthians fez no segundo tempo, pois permitiu que Fernando Lázaro fizesse os ajustes necessários no intervalo com maior tranquilidade e também obrigou o Liverpool a sair para o jogo, dando espaços para o Timão jogar.
Porém, sejamos claros: o 1 a 0 corintiano não foi construído, mas, sim, encontrado. Ele saiu de um escanteio muito bem cobrado por Fagner, na cabeça de Balbuena. E até mesmo o tiro de canto foi ocasional, pois surgiu de uma disputa de bola envolvendo Yuri Alberto e um marcador do time uruguaio.
Entre os 15 e 40 minutos da partida o Coringão esteve perdido. E isso escancara mais um grave problema da equipe: a dependência de Renato Augusto. Isso já era evidente na parte técnica, mas também ficou visível no aspecto emocional, já que o time todo se abateu e deixou de jogar quando o camisa 8 caiu machucado no gramado e deixou o campo chorando.
O Corinthians tem jogadores com capacidade de decidir individualmente, independentemente da presença de Renato Augusto, mas a ausência do meio-campista acaba sacrificando peças qualificadas como Róger Guedes, que precisa voltar para ajudar na construção, e Yuri Alberto, que fica isolado na área adversária.
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A entrada de Fausto Vera pelo lado direito do meio-campo, por sua vez, foi um acerto de Fernando Lázaro. Ofuscado em alguns momentos pelo erro em optar por Maycon no lugar de Renato, ao invés de um atleta de velocidade e potencial de um contra um.
O Corinthians não tem outro Renato Augusto no elenco e por isso não pode colocar um volante, como já havia acontecido nas quartas de final do Paulistão, contra o Ituano, com Paulinho. Se não tem Renato, a solução é mudar o modelo. É apostar em algum atleta de velocidade e potencial de drible para atacar os espaços. Não um outro meia, sem o mesmo vigor técnico, só para povoar a zona central.
A entrada de Cantillo no lugar de Roni, no intervalo, ajudou a organizar o meio-campo corintiano, mas, ainda assim, mostrou pouquíssimo repertório da equipe alvinegra. A evolução teve muito mais a ver com a nova circunstância do jogo, que pedia um Liverpool mais ofensivo, dando espaços para o Timão jogar, e também por tudo que Roni não fez no primeiro tempo, do que um acerto tático.
E o Corinthians que iniciou o ano variando taticamente, mostrando um leque vasto de opções de jogo, vai se limitando em um esquema e com um elenco que não dá vastas alternativas.